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terça-feira, 10 de abril de 2012

Transtorno ou Travessura?

Os especialistas alertam para o excesso de diagnósticos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TFHA) entre crianças na fase escolar.


            Com tantos estímulos – celulares, games, computadores -, as crianças multitarefas podem se entediar facilmente ao realizar tarefas que consideram monótonas. Quando obrigadas a permanecer sentadas por várias horas na sala de aula, então, a perda de paciência e concentração é quase inevitável –e, na esteira dela, vêm as notas baixas. Daí para a suspeita de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade é, hoje em dia, um passo. O questionário mais comumente usado para diagnosticar o distúrbio, porém, não é unanimidade entre os especialistas. A psicóloga Marilene Proença, da Universidade de São Paulo, explica: as perguntas não são contextualizadas nem sofrem adaptação para diferentes faixas etárias. Ou seja, questões como “tem dificuldade para esperar sua vez?” e “fala em excesso?”, além de subjetivas, servem para avaliar crianças de 3 a 12 anos, que têm noção de tempo muito diversas e estão em estágios de sociabilidade distintos. Marilene Proença é membro da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional e do Fórum sobre Medicalizacão, grupo composto de pediatras, professores e outros profissionais de saúde e educação que discute o uso de medicação para tratar comportamentos. “O limite entre as atitudes típicas da infância e um distúrbio neurobiológico é em parte cultural e nem sempre objetivo”, diz a psicóloga. O tratamento envolve medicamentos que têm forte impacto sobre o sistema nervoso central e podem causar efeitos adversos como dor de cabeça, náusea e taquicardia. “Um diagnóstico impreciso de TDAH implica usar medicação para resolver um problema que na maior parte das vezes é pedagógico”, diz Marilene. A recomendação, portanto, é de cautela: se houver suspeita da TDAH, o ideal é buscar o veredicto de vários profissionais antes de decidir-se pelo emprego de medicamentos.
Fonte: Revista Veja 11/04/2012

TEDxSudeste - Pedro Franceschi - Curiosidade, pouca idade e vontade que ...

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Crianças Índigo na TV



Atriz Klara Castanho vive criança índigo
 em Amor, Eterno Amor


Estudiosos acreditam que uma geração de crianças especiais e sensíveis povoa o planeta 

Johnatan Castro

Clara tem apenas 11 anos. E, apesar da pouca idade, profere palavras firmes e sábias para aconselhar e acalmar a amiga, uma senhora já doente que sofre por ter um filho desaparecido. Além de garantir a volta do jovem ausente, Clara ainda é capaz de prever, por meio de visões, importantes acontecimentos, como a morte da amiga que, aliás, só aconteceu após as profecias se cumprirem.

A descrição acima pertence à personagem vivida pela atriz mirim Klara Castanho na novela “Amor, Eterno Amor”, exibida no horário das 18h pela Rede Globo. Clara é uma criança índigo e, apesar de seus dons parecerem irreais aos olhos da maioria do público, desde o final dos anos 1970 já existem pesquisadores, espiritualistas, esotéricos e cientistas que se dedicam a estudá-los. 

Para esses especialistas, Clara representa uma geração de seres índigo, crianças dotadas de características psicológicas, comportamentais e físicas diferenciadas que começaram a nascer em maior número a partir dos anos 1980. Em um mundo cada vez mais globalizado e moderno, talvez não seja difícil encontrar quem já tenha observado comportamentos inusitados em algumas crianças e, até mesmo, se assustado com atitudes tomadas por elas. Frases como “essas crianças de hoje em dia” se tornaram bordões comuns para justificar a “esperteza” desses pequenos.

Como a psicóloga e escritora gaúcha Ingrid Cañete descreve em seu livro, “Crianças Índigo, a Evolução do Ser Humano” (Ed. Novo Século), os índigos são especiais exatamente “porque vêm providos de capacidades físicas, mentais e espirituais que nós, em geral, não possuímos ou não desenvolvemos”. Por isso, essas crianças “vêm com a missão de provocar e de impulsionar mudanças e a revisão de crenças e de valores na humanidade”.

Mas, afinal, que habilidades possui um índigo? Segundo os estudiosos do assunto, para começar, são crianças extremamente sensíveis. Com um grau de criatividade e maturidade acima da média, elas demonstram precocidade em várias fases da vida, além de uma grande facilidade para aprender. Muitas vezes, por apresentarem maneiras mais eficazes de fazer as coisas tanto na escola como em casa, são tidas como desobedientes e revoltadas.

Características

Figuram entre as características principais desses seres (também existem jovens e adultos índigo) a autoestima elevada, a facilidade para expressar suas necessidades, problemas com o autoritarismo e o frequente questionamento do mundo e do que está a sua volta. “Eles são altamente intuitivos, são fraternos e espantam-se porque a maioria das pessoas não é assim. Muitos deles têm a sensação de que nunca viveram na Terra, são extremamente justos e, mesmo quando crianças, exigem respeito. Aprendem rápido e depois se entediam nas aulas. Aceitam ordens só se as consideram razoáveis”, explica em entrevista ao Pampulha a psicóloga Valdeniza Siri, que pesquisa os seres índigo há sete anos.

A primeira pessoa a identificar e a escrever sobre as crianças índigo foi a psicóloga norte-americana Nancy Ann Tappe. No livro “Entendendo Sua Vida Através da Cor” (1980), ela descreveu os humanos com auras de cor azul índigo. Veio daí a denominação adotada em todo o mundo. Foi o trabalho de Nancy, que é professora na Universidade de San Diego, nos EUA, parapsicóloga, teóloga, filósofa e sensitiva, que serviu de base para o livro publicado pelos também norte-americanos Lee Carroll e Jan Tober. Em “A Criança Índigo – O Novo já Chegou” (1999), os escritores abriram espaço para discutir e entender essas crianças de consciência expandida e naturalmente democráticas e solidárias. “A principal missão dos índigos é quebrar barreiras. Elas são chamadas de ‘rompedoras’. São preparadas para suportar todas as resistências e romper outros paradigmas. Tudo que pertence à era antiga, elas vieram questionar”, diz Ingrid Cañete, explicando que a vinda dos índigos a partir dos anos 1980 se justifica pela transição energética vivida pelo planeta nesse período.

Já Valdeniza esclarece que os períodos de maior turbulência serviram de preparação. “Tudo o que a humanidade vivenciou em guerras e transformações tiveram como objetivo tornar a vinda dos índigos mais fácil, pois a humanidade estaria mais sensibilizada para receber e compreender indivíduos que exercitam mais respeito pelo próximo e a justiça”, afirma.

Divididos em quatro tipos (conceitual, humanista, interdimensional e artista), as crianças índigo devem ser identificadas pelas suas características. Para isso, a observação do seu padrão comportamental e o conhecimento sobre o assunto é fundamental. “Existem algumas distorções e equívocos quando se referem a características. Eles têm noção da sua dignidade, da sua ‘realeza’. Eles trazem realmente um saber. Mas muitos os descrevem como teimosos, arrogantes e também são descritos como ambiciosos. Eles até podem se tornar, mas a característica não é arrogância ou teimosia, mas sim uma noção de que o que estão fazendo é correto”, acrescenta Ingrid.





Indigo: Nem Perfeitos, Nem Herois


Ingrid Cañete promove palestras sobre o assunto em todo o país


Crianças devem ser estimuladas e preparadas para que possam desenvolver habilidades 

Johnatan Castro

Em seu consultório em Porto Alegre (RS), a psicóloga Ingrid Cañete recebe pais e crianças índigo em busca de orientação. “Muitos pais procuram o consultório falando que o filho é teimoso. Na verdade, eles trazem um saber muito grande e o que eles não suportam é a energia do controle. E mesmo que eles não digam, se sentem inseguros”, explica a especialista, que se dedica ao assunto há cerca de 12 anos.

Assim, todos os especialistas convergem na opinião de que a educação, a preparação e o acompanhamento das crianças índigo são fundamentais para o desenvolvimento desses seres. Mais do que entendê-los, como afirma a psicóloga Valdeniza Siri, é preciso saber que sua identificação perante a sociedade deve ser feita de maneira cuidadosa, sem rotulação ou exposição, respeitando suas qualidades e defeitos. “O índigo tem sido apresentado ao grande público sem alardes e sem misticismo, o que é correto, porque eles estão aqui para provocar mudanças, mas não são perfeitos nem heróis”, diz.

Falta de educação adequada, desequilíbrio familiar e contaminação pelo ambiente social são alguns dos motivos que, segundo os especialistas, além de interromperem a missão, podem trazer graves conse-quências. “O papel dos pais é fundamental na educação e preparação das crianças índigo porque, devido a sua natureza, eles vêm resgatar a responsabilidade da família na educação”, afirma Valdeniza.

Um dos principais equívocos na hora da identificação dos índigos ainda envolve psicólogos e psiquiatras. Em função de seu comportamento “diferenciado”, quando muitas vezes a criança só se interessa por algumas atividades e assuntos específicos, os índigos são diagnosticados como portadores do Transtorno do Déficit de Atenção (TDA) e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

A maior consequência disso é uma grande quantidade de crianças medicadas com metilfenidato, a Ritalina, psicoestimulante tarja preta cujo Brasil é o segundo maior consumidor do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. “Isso ocorre com frequência porque a sociedade tem a tendência a enquadrar tudo o que é novo no modelo que já existe. Os índigos são superativos e, não, hiperativos”, descreve Valdeniza.

Mas é importante lembrar que nem toda criança que apresenta déficit de atenção e hiperatividade é índigo e, da mesma forma, nem todo í ndigo sofre de tais processos. 

Cuidado

Para o terapeuta holístico José Carlos Palermo, as habilidades dos seres índigos carregam uma potencialidade que deve ser tratada com muito cuidado. “Os índigos não têm limites, e isso pode tender tanto para o bem quanto para mal. A melhor maneira de lidar com isso é havendo entendimento. Eles não aceitam voz de comando, mas aceitam negociação. Se, por exemplo, eles estão num lar com pessoas espiritualizadas, que lhes dão o que necessitam, serão mais estáveis”, diz.

Ingrid Cañete relata em seu livro diversos encontros e experiências com os seres índigos e sugere que eles estão em toda parte. Ela conta que essas crianças sofrem quando percebem que o meio em que vive e as pessoas com quem convivem não correspondem a suas expectativas e a sua missão. “Elas acham que os pais não confiam nelas, não as respeitam. E se alguns pais partem para agressão, talvez elas queiram se defender. Eles têm uma reação muito forte, que assusta alguns adultos. Mas porque elas não reconhecem o medo”, explica.

O modelo educacional também surge como entrave para o aprimoramento dos dons índigos. “Muitas delas preferem fazer prova oral, querem maior movimentação na sala de aula e preferem aulas mais dinâmicas e criativas. Quando falamos com professores sobre os índigos, eles conseguem imediatamente identificá-los entre seus alunos”, diz Valdeniza.

Sem dogmas religiosos

Apesar de algumas das habilidades das crianças índigo se apresentarem de forma direta, os pais podem encontrar manifestações bastante subjetivas no comportamento desses seres. Desde a intuição aguçada ao olhar profundo, como descrevem os autores, passando pela consciência de sua missão e a relação com a natureza e os animais, vários são os detalhes que podem intrigar. Para a psicóloga Ingrid Cañete, é nesse momento que a informação torna-se mais necessária.

Dons como os da personagem Clara em “Amor, Eterno Amor” também são amplamente defendidos pelos estudiosos. Esses seres ainda teriam um sistema imunológico fortalecido, com defesas para doenças como câncer. “Essas manifestações são possíveis em qualquer ser humano, porque todos nós temos percepção extra-sensorial, mediunidade. O fato é que essas aptidões naturais ficaram delegadas à religião e por isso são vistas com reservas. Os índigos estão nos mostrando que, quer aceitemos ou não, somos espíritos em evolução. Fazemos parte de uma realidade que vai muito além da realidade física, material”, afirma a psicóloga Valdeniza Siri.
 
Para a presidente da Associação Brasileira de Psicólogos Espiritualistas (Abrape), Ercília Zilli, as crianças índigo não se encaixam em nenhum dogma religioso. “Elas não pertencem necessariamente a uma religião ou raça, mas parecem refletir um estado de consciência importante e são crianças extremamente sensíveis, diferentes, naturalmente bondosas, desde que compreendidas e incentivadas nos seus talentos, que muitas vezes não são valorizados pela nossa sociedade”, conclui.