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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Visão Cósmica da Educação - Parte 2


O ignorante e o sábio se encontram num terreno comum, como sempre acontece com os extremos. Entre ambos se encontram aqueles que não são, nem totalmente ignorantes, nem intuitivamente sábios, são a massa das pessoas educadas que têm conhecimento, mas, não entendimento e que ainda estão por aprender a diferença entre aquilo que pode ser captado pela mente racional, aquilo que pode ser visto pelo olho da mente e aquilo que somente a mente superior ou abstrata pode formular e conhecer. Isto finalmente se funde com a intuição, que é a “faculdade do conhecimento” do místico prático e inteligente que – relegando a natureza emocional e sentimental para o seu lugar próprio – usa a mente como um ponto focal e olha através daquela lente para o mundo da alma.

Um dos principais meios pelos quais o homem chega a uma compreensão daquela grande totalidade à qual chamamos de Macrocosmo – Deus, funcionando através de um sistema solar – é pela compreensão de si próprio, e a injunção délfica “Homem, conhece-te a ti mesmo” foi uma proclamação inspirada, destinada a dar ao homem a pista para o mistério da divindade. Através da Lei da Analogia, ou das correspondências, os processos cósmicos e a natureza dos princípios cósmicos são indicados nas funções, estrutura e características de um ser humano. São indicadas, mas, não explicadas ou elaboradas. Servem simplesmente como sinais na estrada, dirigindo o homem pelo caminho onde posteriores marcos podem ser encontrados e indicações mais definidas anotadas.

A compreensão da triplicidade do espírito, alma e corpo permanece, todavia, além do alcance do homem, mas uma idéia quanto às suas relações e sua função geral coordenadas pode ser indicada por uma apreciação do homem a partir do seu aspecto físico e seu funcionamento objetivo.

Há três aspectos do organismo humano que são símbolos, e somente símbolos, dos três aspectos do ser.

1 – A energia, ou princípio ativador, que se retira misteriosamente na morte, retira-se parcialmente nas horas de sono ou da inconsciência, e que parece usar o cérebro como sua sede principal de atividade e daí dirigir o funcionamento do organismo. Esta energia tem uma relação direta primária com as três partes do organismo a que chamamos cérebro, coração e aparelho respiratório. Este é o símbolo microcosmo do espírito.

2 – O sistema nervoso, com sua complexidade de nervos, centros nervosos e aquela multiplicidade de partes sensíveis e inter-relacionadas que servem para coordenar o organismo, produzir a resposta sensitiva que existe entre os muitos órgãos e partes que formam o organismo como um todo, e que servem também para o tornar consciente do, e sensível, ao meio que o cerca. Esta aparelhagem sensorial inteira é a que produz a conscientização organizada e a sensibilidade coordenada do ser humano inteiro, primeiro dentro dele mesmo como uma unidade e, secundariamente, sua capacidade de resposta e estrutura nervosa, coordenando, correlacionando e produzindo uma atividade grupal externa e interna, demonstra-se primariamente através das três partes do sistema nervoso:

A) Sistema cérebro-espinhal.
B) Sistema de nervos sensitivos.
C) Sistema periférico de nervos.

Ele está inteiramente associado com o aspecto energia, sendo o instrumento utilizado por aquela energia para vitalizar o corpo, para produzir sua atividade e funcionamento coordenados e para conseguir um relacionamento inteligente com o mundo no qual tem de participar. Ele se coloca por trás da massa de carne e ossos e músculos. Por sua vez, é motivado e controlado por dois fatores:

A – A totalidade da energia que é a quota individual da energia vital.

B – A energia do meio ambiente na qual o indivíduo se encontra e na qual ele tem de atuar e desempenhar seu papel.

Este sistema nervoso coordenador, esta rede de nervos inter-relacionados e sensitivos é o símbolo, no homem, da alma, e uma forma visível e exterior de uma realidade espiritual interior.

3 – Há, finalmente, o que poderia ser descrito como o corpo, a totalidade de carne, de músculos e de ossos que o homem vai carregando, correlacionados pelo sistema nervoso e tonificados pelo que vagamente chamamos “vida”.

Os três aspectos da divindade, a energia central, ou espírito; a força coordenadora, ou alma, e aquela que estas duas usam e unificam são, na realidade, um princípio vital se manifestando na diversidade. Estes são os Três em Um, o Um em Três, Deus na natureza e a própria natureza em Deus.

Estes três aspectos são vistos no homem, a unidade divina de vida. Primeiro ele os reconhece em si mesmo; depois ele os vê em cada forma em torno de si e finalmente ele aprende a relacionar estes aspectos de si mesmo com os similares aspectos em outras formas de manifestação divina. A correta relação entre as formas resultará na harmonização e no correto ajustamento do plano físico da vida.

A correta resposta ao particular meio ambiente resultará na correta relação com o aspecto alma, oculto em toda forma, e produzirá corretas relações entre as várias partes da estrutura nervosa interna a ser encontrada em todo reino da natureza, subumano e super-humano. Isto é, entretanto, praticamente desconhecido mas está sendo rapidamente reconhecido e quando for provado e compreendido será descoberto que naquele interior está a base da fraternidade e da unidade. Como o fígado, o coração, os pulmões, o estômago e outros órgãos no corpo são relacionados por intermédio do sistema nervoso pelo corpo todo, assim também descobrir-se-á que, no mundo, organismos tais como os reinos da natureza têm sua vida e funções separadas e no entanto estão correlacionados e coordenados por um vasto intrincado sistema sensorial que às vezes é chamado a alma de todas as coisas, a “anima mundi”, a consciência subjacente.

Lidando com as triplicidades tão frequentemente usadas quando se fala da divindade, tais como espírito, alma e corpo – vida, consciência e forma – é oportuno recordar que elas se referem a diferenciações da vida una, e que quanto mais se pode familiarizar com estas triplicidades, tanto mais será possível estar em relação com um círculo mais largo de homens. Mas quando se lida com as coisas ocultas e subjetivas e quando o assunto sobre o qual se escreve lida com o indefinível, então surgem dificuldades. Não é coisa difícil descrever a aparência pessoal de um homem, suas vestes, sua forma, e as coisas que o cercam. A linguagem satisfaz suficientemente quando se trata do concreto e do mundo da forma. Mas quando se tenta transmitir uma ideia de sua qualidade, caráter e natureza, imediatamente se depara com o problema do desconhecido, com aquela parte indefinível não vista que nós sentimos, mas que permanece em grande parte não revelada e não compreendida mesmo pelo próprio homem. Como então iremos descrevê-lo por intermédio da linguagem?

Se assim é do homem, quanto maior é a dificuldade quando procuramos através de palavras expressar aquela inexprimível totalidade da qual os termos espírito, alma e corpo são considerados como as principais diferenciações? Como iremos definir aquela vida indefinível que os homens têm (numa tentativa de compreender) limitada e separada numa trindade de aspectos ou pessoas, chamando o conjunto pelo nome de Deus?

Entretanto, onde esta diferenciação de Deus numa trindade é universal e é há muito tempo usada, onde todos os povos – antigos e modernos – empregam a mesma triplicidade de ideação para exprimir uma compreensão intuitiva, há segurança para o uso. Que algum dia nós poderemos pensar e expressar a verdade diferentemente pode de fato ocorrer, mas para o pensador comum de hoje os termos espírito, alma e corpo representam o agregado da manifestação divina, tanto na deidade do universo como naquela divindade menor, o próprio homem.

São sobejamente conhecidos os tabus, a tenacidade dos preconceitos, os interesses e miragens que conspurcam a realidade e a impedem de se manifestar e ser conhecida na sua inteireza. Por isso, algumas palavras e expressões precisam ter o seu significado tão perfeitamente delineado quanto possível, a fim de serem entendidas na sua real significação, para maior clareza destas ideias:

Shamballa. Há uma Hierarquia espiritual planetária que “dirige” os destinos do nosso planeta. A sede da cúpula desta Hierarquia é Shamballa, um vasto ponto focal de energias aprovisionadas e reunidas pelo Logos Planetário, com o fim de criar uma manifestação adequada de Sua intenção no desenvolvimento e no serviço planetário. É denominada “o centro onde a vontade de Deus é conhecida”.

Espiritual. A palavra “espiritual” não se refere ao assim chamado assunto religioso. Todas as atividades que impelem o ser humano em direção a alguma forma de desenvolvimento – físico, emocional, mental, intuicional, social – se for para o progresso de seu estado atual, será essencialmente de natureza espiritual e será indicativo da existência da entidade divina interna. O espírito do homem é imortal; persiste para sempre, progredindo de um ponto a outro e de estágio a estágio no Caminho da Evolução, desabrochando firmemente e em sequência os atributos e aspectos divinos.

Educação. Educação é o treinamento, dado inteligentemente, que permitirá à juventude contatar seu ambiente com inteligência e critério e se adaptar às condições existentes.

É um processo pelo qual a criança é equipada com a informação que a capacitará a agir como bom cidadão e a desempenhar as funções de um pai sábio, levando em consideração suas tendências inatas, seus atributos raciais e nacionais e, então, esforçar-se para acrescentar a estes, aquele conhecimento que a levará a trabalhar construtivamente no cenário do seu mundo e demonstrar ser um cidadão útil.

É um processo de adquirir a sabedoria como uma decorrência do conhecimento e da percepção consciente do significado que jaz além da exterioridade dos fatos revelados. É o poder de aplicar o conhecimento de tal maneira que um viver sadio, um ponto de vista compreensivo e uma técnica inteligente de conduta sejam os resultados normais.

É um processo pelo qual a unidade, ou um sentido de síntese, é cultivada, no qual os jovens são ensinados a pensar de si mesmos em relação ao grupo, à unidade familiar e à nação na qual o destino os colocou e a pensar em termos de relacionamento mundial e da sua nação em relação a outras nações. Isso cobre a preparação para a cidadania, a paternidade e a compreensão do mundo; é basicamente psicológico e deverá levar a uma compreensão da humanidade.

A educação é o processo através do qual a juventude aprende a raciocinar desde a causa até o efeito, a conhecer a razão por que certas ações estão inevitavelmente destinadas a produzir certos resultados e por que as tendências definidas da vida podem ser determinadas e certas profissões e carreiras provêm o cenário correto para o desenvolvimento e um campo de experiência útil e vantajoso.

Espírito, Vida, Energia. A palavra espírito se aplica àquele impulso indefinível, fugaz, essencial, ou Vida que é a causa de toda manifestação. É o sopro de Vida e é aquele rítmico influxo de energia vital que se manifesta por sua vez como a força atrativa, como a consciência, ou alma, e é a totalidade da substância atômica. É a correspondência na grande Existência ou Macrocosmo, daquilo que na pequena existência, ou microcosmo, é o fator vital de inspiração ao qual nós chamamos a vida do homem; isto é indicado pela respiração no seu corpo, a qual é abstraída ou retirada quando se esgota o curso da vida.

Dá-se ênfase ao fato de que espírito e energia são termos sinônimos e intercambiáveis, e somente na compreensão disto nós podemos chegar a uma verdadeira compreensão do mundo dos fenômenos ativos pelos quais nós estamos cercados e nos quais movemos.

Deve-se notar que somente se um homem compreender a si mesmo poderá ele chegar a uma compreensão daquela totalidade a que chamamos Deus.
Isto é um truísmo, mas quando trabalhado leva à revelação que torna o presente “Deus Desconhecido” uma realidade conhecida. Como? O homem se conhece como um ser vivo e chama de morte ao misterioso processo no qual alguma coisa, a que comumente designa como o sopro da vida, é retirado. Por esta retirada, a forma se desintegra. A força vitalizadora de coesão se foi e isto produz uma volta aos seus elementos essenciais, daquilo que até então tinha sido considerado como o corpo. Este princípio vital, esta essência básica do Ser, e este misterioso fator fugaz são a correspondência, no homem, daquilo a que nós chamamos espírito, ou vida, no macrocosmo. Assim como a vida no homem mantém unida, anima, vitaliza e põe em atividade a forma e assim faz dele um ser vivo, também a vida de Deus desempenha o mesmo fim no universo e produz aquele conjunto interligado, vivo, vital, ao qual chamamos de sistema solar. Este princípio vital no homem se manifesta de uma forma tríplice:


Continua no próximo post


Fonte: http://portaldosanjos.ning.com/group/mestredjwalkul/forum/topics/visao-cosmica-da-educacao-2




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