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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Novos Rumos para a educação - Parte 2

Outras maneiras de aprender

Definitivamente, apresentam outras maneiras de aprender e de ser. Na Fundação INDI-GO e nos estabelecimentos de educação alternativa que visitamos, temos observado, até agora, que as crianças e jovens da nova geração, em geral:
- Trabalham melhor em pequenos grupos. Se “enjoam” e se sentem agoniados em grupos grandes, tem dificuldades se há muito ruído, comoção, confusão. Parece que são fortemente sensíveis ao meio, especialmente do entorno emocional (agitações, gritos, tom de voz, confusão dos adultos). Sua energia se desestabiliza muito rapidamente, porem podem também reconstituí-la rapidamente (por exemplo, com tão somente sessenta segundo de Reiki).
- Também, às vezes fluem melhor com um tutor individual. Conhecemos pessoalmente a dois irmãos que não puderam nem ler nem escrever em sua escola, apesar desta ser de prestígio. Tiveram que aprender em casa com um tutor individual e exclusivamente mediante jogos, caça-palavras, sopa de letras. Em três semanas, não somente aprenderam a ler e a escrever, como começaram a compor suas primeiras poesias e fábulas. A professora particular, que também era vizinha e muito amiga das crianças, nos explicava: “primeiro tinha que escutar a criança durante meia hora, contando-me tudo que havia descoberto na semana, suas novidades, o últimos animal que havia visto no Discovery Channel, seu último experimento. Em seguida, somente podíamos trabalhar-jogar, e só escolhendo temas que sabia que lhes fascinavam. Porem, pude certificar que estas crianças, apesar de seus supostos fracassos escolares eram brilhantes, velozes e totalmente inteligentes”.
-   Necessitam momentos de completa solidão para “recuperar” sua energia.
-   Alguns são muito rápidos em tudo que fazem (e os adultos pensam que tem déficit de atenção!). Segundo professores, frequentemente, depois de ter dado a seqüência de passos para obter um resultado, algumas crianças chegam ao resultado final saltando-se certos passos ou as vezes todos. Outros usam seus próprios métodos, que não foram explicados em aula, chegando ao resultado correto.
-   Preferem ver “o grandioso”, lhes interessam os problemas do mundo e se preocupam com problemas sociais, políticos, ambientais. Conhecemos várias crianças, entre 6 e 10 anos, que querem criar sua própria Fundação para ajudar as crianças de rua, outros que querem ajudar os idosos, ajudar ao meio ambiente, salvar todos os cachorros vira-lata, salvar as florestas, baleias, golfinhos, mudar a sociedade e a economia, descobrir outra fonte de energia, entre outros temas.
- Desenvolve-se melhor se estão em contato regular com a          natureza, lugares “de poder”, lugares históricos, e com os elementos, especialmente a água (“renovam” suas energias, “despertam-se os códigos e a memória celular” e abrem-se “canais”).
-   A matéria estudada tem que ser de interesse[1] para eles, prática e com um resultado final imediato (como por exemplo, é o método William Kilpatrick[2]), do contrário se irritam totalmente.
-         Caso se trate de um experimento e/ou um jogo, melhor ainda.
Um conselho para os pais: em caso de mudança de escola, buscar a nova com a criança e perguntar-lhe como a “sente”. Isto não significa que é a criança que manda ou que manipula os pais, mas, que ao final, é ele que vai passar toda a sua infância e talvez quase a totalidade de sua juventude neste estabelecimento, então, é melhor que seja de seu agrado... Isto evitará muitos problemas no futuro.

E em casa?

É preciso entender que o exterior nem sempre é fácil para seu filho Índigo, seja com os amigos ou na escola... Por conseguinte, é importante que, pelo menos em casa, seu filho encontre um lugar seguro, cômodo e de paz física, emocional, psíquica e espiritual; onde a criança ou jovem possa contar com amor e apoio incondicionais e tenha um espaço próprio para “recuperar” suas energias, sem interferências, gritos nem reprimendas. Ficará muito agradecido, lhe demonstrará muito afeto e colaborará com você. É primordial entender que, se estão juntos, é para viverem bem primeiramente.
Tanto as crianças pequenas como aos jovens, lhes encanta tudo o que está vinculado com o fogo, a terra, a água, semear, ter mascotes, sentar-se ao redor de uma fogueira, acender velas, possuir cristais e pedras, tomar banho de tina ou de ducha durante horas; que ninguém lhe reprimenda constantemente (quem gosta?) por sua desordem, por não estender sua cama ou por não ter tempo de comer sentado à mesa.
A arte do Feng Shui diz que é necessário o caos para ser criativo... E quão criativos são nossos filhos ( portanto têm uma desordem proporcional a sua criatividade genial)! Também é importante que se lhes dê atenção, lhes deixe contar seus sonhos, visões, impressões, sentimentos. Necessitam ser independentes. Ver a seguir o artigo de Juan Angel Moliterni, “Para que uma criança floresça” (próximo post em breve), onde aborda excelentes pautas de educação-crescimento-desenvolvimento integral em casa.


Como complementar a educação atual?

Em muito pouco tempo, as escolas dos países chamados terceiro-mundistas terá dificuldades em ter capacidade suficiente para receber cem por cento está onda de nova geração, tanto por escassez de infra-estrutura e pessoal (nas salas de aula das escolas fiscais no Equador se amontoam de 40 a 50 alunos por professor) e a pobreza de seu material didático, como por falta de preparação do corpo docente. Não vão funcionar e de fato, já não funcionam como demonstra o grande numero de mães que pedem auxílio diariamente na Fundação INDI-GO com o mesmo problema: “meu filho já não quer voltar à escola”. Assim como os altos índices estatísticos do país de deserção escolar e repetição[3].
Por tanto, é importante começar a projetar outros rumos, ferramentas, possibilidades para a educação destas crianças segundo os casos, a situação geográfica e/ou econômica dos pais, e mais que tudo, a necessidade de nossos filhos.
Seria o caso de complementar a educação com um sistema de foros auto-convocados de duas formas:
- Foros de crianças – pequenos e grandes juntos- onde possam intercambiar idéias, se apoiarem e se ensinarem mutuamente. Na Fundação INDI-GO organizamos vários foros deste tipo, com resultados realmente espetaculares, similares a reuniões de adultos, onde as crianças juntas tratam de temas espirituais e esotéricos, também como o mais prático e o social.
- Foros com um convidado especial de alto nível, por exemplo, um ancião de muita sabedoria, um Xamã, um “mestre de verdade” (jovem ou não), um monge budista, um narrador de mitos indígenas, um cientista, um mestre em Reiki. Estes encontros são fascinantes. Por exemplo, quando os mais velhos da Amazônia narravam suas histórias a noite, as crianças permaneciam, com seus olhos totalmente abertos, fascinados, escutando-lhe contar, até que lhes vencesse o sono, sobre o espírito da anaconda, da cascara sagrada, do colibri, da águia malvada, das lagoas sagradas, do respeito as selva, da Sinchi Sacha, da vida, da força, dos poderes...
Outra possibilidade é incorporar mecanismos que apóiem o aprendizado prático (tipo método Kilpatrick como mencionamos anteriormente), conhecendo a “vida real” e apoiando ações sociais, ambientais, musicais, plásticas, que por sua vez desenvolve sistematicamente as inteligências múltiplas das crianças.
Outra solução seria programar um sistema de produção áudio-visual, com intercambio com todos os países de mesmo idioma para a difusão de programas didáticos de alta qualidade por meio de:
-         Livros eletrônicos colocados na internet
-         videos
-         TV
-         radio
-         CDs
-         E a Internet.
Um canal próprio de educação televisado e radiofonizado poderia facilitar uma rápida difusão de material adequado e massivo, sem necessidade de um numeroso corpo docente, de infra-estruturas caras e de logística de distribuição sofisticada.
Em todo o caso, não ter dúvidas quanto a perguntar as crianças e não ter conceitos preconcebidos. Caso haja falta de professores preparados (e há) não ter dúvidas em contratar jovens Índigo para ajudar as crianças menores[4].
E finalmente, e sobretudo, é importante confiar no processo e reconhecer que para ajudar a uma criança o adulto tem primeiro que sintonizar-se com sua harmonia interior e irradiar paz.


Marco conceitual da proposta da co-educação[5]

Conclusivamente, podemos ver perfilar-se as seguintes linhas de uma co-educação mais prática e humana que descrevemos brevemente a seguir. Está baseada em três eixos principais.

1.   Principios da co-educação:
- Principio de complementaridade e alternativas práticas: a co-educação está especialmente desenhada para ajudar, de forma prática, aos docentes e pais de família a partir da realidade vivida em suas salas de aula e em casa, e pensada diretamente em função das novas características, necessidades, talentos e diversidade da geração entrante. Deveria contemplar a opção de estudar a semi-distancia se assim o necessitam as famílias, e/ou em pequenos grupos com a ajuda dos pais.
-         Princípio da inclusão e da interculturalidade: a co-educação é para todos, e inclusive a todas as crianças que sejam consideradas incapacitadas, superdotadas, talentosas, lentas, rápidas, e a todos os co-atores da educação e do cotidiano; quer dizer, docentes, irmãos, pais, avós, os meios de comunicação, com os mais altos princípios humanos de tolerância e diálogo.
-         Princípio de desenvolvimento da inteligência versus memorização: a co-educação implica uma série de ferramentas totalmente práticas das quais, a super-aprendizagem. Inteligências múltiplas, etc.
-         Princípio de valores e ética: enfatizam os valores reais do ser humano como a ética, a cooperação e o desenvolvimento espiritual.
-         Princípio da bio-educação: toma conta da parte lúdica das atividades e do prazer que deve produzir o processo de aprender; se ocupa da parte emocional do aluno, seu bio-ritmo e seu desenvolvimento integral, tanto em seu aspecto físico, mental, sócio-cultural, psíquico, emocional e espiritual assim como se toma conta dos métodos ancestrais de educação dos povos indígenas, Yachac Huasi.


2.   A co-educação é uma instrumentalização dos quatro pilares[6].
-         Aprender a conhecer, onde prevalecem as técnicas de desenvolvimento da inteligência e da curiosidade.
-         Aprender a fazer, onde prevalece a “concretização” das múltiplas formas de inteligências e de aprendizagem, a noção de trabalho e “projeto”, a noção de “utilidade” e da aplicabilidade dos conhecimentos, da ética e da estética.
-         Aprender a viver juntos, onde prevalece a cooperação, a noção de serviço, o trabalho em equipe, a co-construção do mundo de amanha, sobre os princípios da paz (ver o exemplo da educação da paz da UNIPAZ, Brasil).
-         Aprender a ser, onde prevalecem as qualidades e o desenvolvimento do ser.

3.   A co-educação e sua “caixa de ferramentas”.
Finalmente, a co-educação provê ao docente e aos pais uma série de ferramentas práticas e sistematizadas, baseada em recursos locais e em sentido comum, onde se estimulará entre outras coisas[7]:
-         As várias ferramentas das inteligências múltiplas
-         A estimulação do hemisfério cerebral direito
-         A otimização dos recursos do meio ambiente
-         Os valores e a ética
-         A arte, como processo e fim
-         A atividade física
-         A investigação própria (ao vivo, internet, etc…)
-         A tradição local, a aprendizagem de outros idiomas, incluindo os idiomas regionais indígenas
-         As explorações de campo, utilizando a infinidade de conhecimentos e recursos – ecológicos, culturais e sociais- que apresenta a biodiversidade e a pluriculturalidade da América Latina em geral.

Fonte: Consciência Índigo: Futuro Presente

Tradução: sandraferris@globo.com



[1] Mamãe, por que na escola não estudamos coisas maravilhosas, coisas interessantes?
-Como o quê, querida?
-Como o Egito, Atlantis, Um, Reiki, a Ilha de Páscoa, as Plêiades, como ajudar as crianças de rua, como produzir energia limpa com água e cristais...
[2] Ver o artigo sobre o tema na revista Amérika Índigo, #1, outubro 2003, pelo Ing. Enrique Hernandez, WWW.indi-go.org

[3] Segundo as estadísticas do Equador, o país tem registrado um alto índice de deserção escolar: 7% para crianças, 28% para adolescentes (SISE,ECV,1999).
[4] Quantas vezes temos visto os irmãos maiores ensinar a seus irmãos menores. São grandes pedagogos como se divertem! O fazem por pura brincadeira.
[5] A co-edu-criação.
[6] Os quatro pilares da educação, descritos no capitulo 4 do livro de Jaques Delors, UNESCO, Paris, Aprender: O Tesouro Interior, constituem a base de todo o informe da Educação da UNESCO, 2002. estes quatro pilares do saber não podem ancorar-se somente numa estapa da vida de uma pessoa, nem em um só lugar. É preciso repensar quando se deve promver a educação na vida das pessoas, e que campos deve cubrir esta educação. Os períodos e campos devem complementar-se e estar interrelacionados de tal maneira que todas as pessoas possam obter o máximo de seu próprio meio educacional específico durante toda sua vida.

[7] A “caixa” da Fundação INDI-GO até o momento tem 250 ferramentas práticas (2003) que desejamos publicar no proximo livro da Coleção KAYA.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Novos Rumos para a educação - Parte 1


Noemi Paymal

Ela lhe ofereceu um caderno azul, com folhas em branco.
Escreve: um guerreiro da Luz presta atenção aos olhos de uma criança.
Porque elas sabem ver o mundo sem amargura.
Paulo Coelho

O Doutor Roberto Crema, Vice Reitor da Universidade Holística Internacional da Fundação Cidade da Paz, conhecida como UNIPAZ, Brasil, observa em seu livro Da Especialização a Vocação: a Educação do Século XXI, que a palavra Educação vem do latim educare e significa “trazer para fora a sabedoria inerente ao indivíduo, atualizar seu potencial vocacional”.
Portanto devemos urgentemente projetar um sistema educativo que possa:
- “Trazer de dentro para fora”, em vez de “trazer de fora para dentro” o conhecimento. De fato, uma série de dados e informações trazida de fora, freqüentemente, pode ser obsoleta, irritante, incompleta e inclusive “contaminante”, tanto mental como espiritualmente, por não deixar espaço para a própria reflexão.
- Contemplar “a sabedoria” como parte a part entière do processo educativo, partindo da premissa que o conhecimento sem a sabedoria é inútil, e inclusive perigoso.
- Reconhecer que a sabedoria é inerente a cada ser e que o indivíduo tem tudo dentro de si.
Por isso é importante observar as fortificações dos estudantes, confiar neles e afiançar seu potencial vocacional.
Não é de se estranhar então que uma das primeiras tarefas das crianças Índigo – seja tácita ou explicitamente - é a transformação do sistema educativo, porque é a primeira matriz a que se confrontam como crianças. Por suas características, a medida que crescem, elas, como novos lideres inatos, irão denunciando e mudando os demais sistemas: sociais, ambientais, econômicos, de saúde, tecnológicos, novas fontes de energia, etc... Inclusive, muito frequentemente, este seja um tema comum e recorrente de suas conversações e jogos.
Jeane Westin (mencionada por Armstrong, 2001:73) escreveu um livro The Coming Parent Revolution, A Iminente Revolução dos Pais, sobre os supostos problemas dos incapacitados de aprendizagem (DA). Penso que, como os pais tardaram em fazer sua revolução, as mesmas crianças não tiveram outra saída que fazer a sua. Os Índigos já começaram o que sustento poderíamos chamar “The too Real Presente Child Revolution”, a atual e por demais real Revolução das Crianças.
Existe um grupo de crianças totalmente incapazes de continuar a pantomima
Thomas Armstrong (2001:7) comenta: “Existe um grupo de crianças totalmente incapazes de continuar a pantomima, mas que nada porque seu modo original de aprender choca fortemente contra a maneira estreita como as escolas enfocam a aprendizagem. Nos últimos anos, estas crianças têm ganhado um par de qualificações injustas: dizem que tem ‘dificuldade de aprendizagem’, ‘déficit de atenção’ e ‘hiperatividade’.” Aqui poderíamos incluir mais outra etiqueta: Índigo!
Em seu livro Inteligências Múltiplas. Como descobrir e estimulá-las em seus filhos, admiravelmente bem documentado e de atualidade, Armstrong demonstra a todos os pais e docentes preocupados, que em geral, seus filhos e alunos não somente são totalmente “normais” dentro de novos parâmetros educativos estudados a fundo pelo autor durante a última década, como também que, inclusive, pode ser que sejam excepcionais.
Comenta Armstrong (2001:12-13): “Em minhas próprias classes para os ‘incapacitados de aprendizagem’, tive um surpreendente grupo que contavam com: um menino que ostentava o recorde nacional de natação [...]; uma menina que era modelo de uma cadeia de armazéns a nível nacional; sobressalentes artistas e escritores; um menino com percepções extra-sensórias; experts contadores de contos; destacados estudantes de matemáticas, e muitos outros seres humanos de grande talento. Espero, que quando estas crianças ingressem no colégio, os professores e os pais possam fazer ênfases em sua ‘incapacidade’”.

Um futuro a toda velocidade
Marshall McLuhan comentava (em David V. Tansley, 1977:173): “Hoje em dia, ninguém pode ocupar uma posição fixa ou encontrar uma meta fixa e irremovível [...] Um jovem doutor será tão obsoleto no dia em que se gradue como o será qualquer engenheiro. Ambos haverão passado anos adquirindo grandes pacotes de dados informativos, enquanto vive em um mundo real no qual existe um mosaico de informação movendo-se a toda velocidade” esta citação foi escrita antes de 1977, e é ainda hoje mais verdadeira que nunca, no início do terceiro milênio.
Tudo indica que a informação e os dados são temporais, limitados e de pouco interesse, mais ainda assim não estão contemplados em rápida dinâmica evolutiva e inseridos em contextos macro. Portanto, cabe interrogar-se se o conhecimento repartido e os temas estudados são interessantes e úteis para o estudante; dá-lhes prazer? Emociona-lhes? Podem aplicá-los em algo, no presente e no futuro? Precisam realmente aprofundá-los, ou é suficiente que saiba onde conseguir dita informação? Fazem-lhes crescer como pessoas?
Assim que, hoje em dia, mais importante que a informação per si, são:
- as faculdades e destrezas em conhecimentos de processos e métodos para buscar a informação e extraí-la corretamente;
- Discernir e comprovar se a informação é útil ou não, verdadeira ou não;
- processar e organizar a informação em um resultado final, quer dizer, desenvolver a facilidade de concretizar, “precipitar” algo abstrato para algo concreto e útil.


Aprendizagem integral

Também, a aprendizagem intelectual é válida única e somente se vai acompanhada por qualidades humanas de desenvolvimento pessoal integral; quer dizer, físico, emocional, mental, social e espiritual. Para que ser um gênio, se não pode ser primeiro um ser humano saudável, cheio de sabedoria e bondade?
Zachary Lansdsdowne (1993:50 e 52), desenvolvendo as “formulas” de Alice A. Bailey, disse a respeito: “A educação efetiva deve incluir duas classes de esforços. O primeiro é compartilhar conhecimentos com os estudantes em forma de dados e informação. O segundo é incentivar-lhes a utilizar seus conhecimentos acumulados de tal maneira que tenham uma experiência prática e cresçam em entendimento”. E logo enfatiza a importância de que os estudantes vejam a verdade por si mesmo, posto que “através deste processo, obterão por sua vez conhecimento de primeira mão e sabedoria. O conhecimento de segunda mão é teórico e baseado na confiança e na inteligência de outros, mas o conhecimento de primeira mão é comprovado e baseado em fatos. A sabedoria é uma extensão do conhecimento de primeira mão. É o poder de entender o significado que reside por trás dos fatos observados mais o poder de aplicar estes fatos de maneira prática”.
Finalmente Lansdsdowne (idem:54) adverte que, pelo contrário, uma educação teórica, baseada só em ler e escutar instruções, “é uma maneira de escapar da realidade [...], é ter a ilusão de progresso sem pensar na conclusão”, e que a verdadeira educação é a “que provoca mudanças na vida do estudante”.
O grande líder arhuaco Adalberto Villafañe, assassinado em 1996 em Sierra Nevada, Colômbia, fundador da Organização Gonawindua com Ramon Gil, dizia: “É importante sonhar... mas é mais importante trabalhar para que esses sonhos se tornem realidade”. Por isso se tem dito deste líder tão carismático: “Almas como a de Adalberto Villafañe, ainda fazem parte deste mundo. Místico por raça e lutador circunstancial, acumulou tanto afeto como admiração e respeito por parte de quem o conheceu”. (Extratos da revista Zhigoneshi, abril 1996, nº 4, Santa Marta, Colômbia)

São estes os novos paradigmas?

A resposta é não. São, pelo contrário, muito antigo, muito próximo dos ensinamentos dos sábios indígenas, muito próximo do ensinavam Platão e Sócrates, muito próximo das grandes escolas filosóficas e religiosas do passado, onde o estudante aprendia primeiro a ser.
Num futuro próximo, os trabalhos e as características laborais vão mudar dramaticamente. Os trabalhos do futuro estarão baseados nestes três princípios básicos:
- a noção de serviço
- a noção de cooperação
- o trabalho em equipe.
Onde se trabalhará para o mundo e não como indivíduo para si mesmo.
Para isto será requerido um pessoal que possua qualidades pessoais e integridade muito grande (morais, humanitárias, espirituais). Com os esquemas que se vislumbram, nossos filhos, os da nova geração, não somente não terão escassez de trabalho, como também formarão as “novas elites” ou talvez em palavras mais apropriadas, digamos que constituirão os novos pensadores-executivos-atores de amanha.

Experiência da Fundação INDI-GO, Equador

Em nosso trabalho na Fundação INDI-GO, observamos que surgem novas “classes” de crianças, ampliando a classificação que temos até agora de Lee Carrol e Jan Tober, de Índigos humanitários, conceituais, artísticos e inter-dimensionais.
As crianças e jovens em geral lhes desgostam estas classificações e suas limitações e inclusive ser negam a ser etiquetados de “Índigo”, o qual se choca com sua visão  de “um todo” e com seus princípios de humildade. Por outro lado, as crianças acumulam em diferentes proporções todas estas características, como também as de psíquicos, curadores e outras ainda não documentadas. Existem tantas variações como indivíduos.
Finalmente observamos na Fundação a chegada de crianças diferentes, a quem nós chamamos crianças “entre Índigo e Cristal” e que apresentam outras características, diferentes das do Índigo “clássico”. Não são “transmutadores” de sistemas ou “promotores” de mudanças como os Índigos, são mais reservados, mas sumamente profundos. Sentimos que estamos em frente a mudanças muito rápidas, amplas e complexas, mais até do que pensávamos. Portanto, acreditamos que é mais prudente e honesto reconhecer estas variáveis e dita aceleração. Inclusive vários investigadores agora alem da geração Índigo e Cristal, falam da terceira, quarta geração, e até da quinta geração (2003)
A cada semana chega outra criança e/ou acontecimento que enriquece nossa investigação. É importante reunir esforços, compartilhar estudos e dados, investigar de maneira interdisciplinar (por exemplo, faltam muitos dados a nível médico, genético, psicológico, estatístico, entre outros) para poder “pensar-entender-visualizar” melhor o rumo que está tomando a nova geração ajudando assim corretamente.

Uma mudança radical na educação atual

Com os paradigmas “redescobertos” e as novas metas que emergem, podemos perceber facilmente a necessidade de uma mudança radical e urgente na educação atual, com pena de desaparecer como tal, com a finalidade de prover ferramentas sui generis, a medida da tarefa que espera estes jovens. As observações a seguir foram tomadas de informações compartilhada na web, de comentários de mais de 1.500 famílias em 2002-2003 que se aproximaram da Fundação INDI-GO, Equador, seja pessoalmente, por telefone ou por e-mail, de entrevistas com professores e diretores de turmas escolares, dos trabalhos de equipe técnico da Fundação INDI-GO para elaborar projetos de educação alternativa e nossa própria convivência com as crianças.
As crianças e jovens Índigo ou da nova geração (como o mencionamos anteriormente, se aborrecem ao serem catalogadas) são muito claras em suas ações e comportamentos, em suas palavras, seus pensamentos. De fato, se aceitamos ver e escutar-lhes, são congruentes, transparentes, de “leitura” sem ambigüidade[1], o que pode facilitar enormemente o trabalho do educador, tanto pais como professor, que queiram colaborar de verdade.
Em geral a criança da nova geração não pode conformar-se com a educação atual, repudiando-a em seu conjunto como um sistema caduco, com pouco interesse. Conhecemos pessoalmente duas crianças, uma de 6 anos e a outra de 8 anos, que foram diretamente ao Diretor de suas respectivas escolas para expressar sua desaprovação do sistema educativo, questionando o currículo, os métodos de avaliação e os métodos pedagógicos. No entanto admoestaram com um sorriso ao diretor: “Mas, você não perca a professora, ela também precisa aprender”.

Do ponto de vista das inteligências múltiplas (ver mais adiante neste livro) é impossível que uma criança de inteligência altamente intrapessoal (alem de utilizar quase todas as outras inteligências, em vários graus) possa desenvolver-se harmônica e felizmente num lugar altamente interpessoal, onde é valorizada quase exclusivamente a inteligência lingüística e a lógica-matemática, causando um profundo desequilíbrio na aprendizagem de milhares de crianças que tem na realidade um enorme e genial potencial.
Porem, esta criança é tão brilhante e criativa que está disposta a buscar e aplicar soluções próprias se tem confiança e se sente apoiado. Sabe o que necessita e o que não necessita. Por outro lado, um jovem Índigo a quem ninguém escuta ou faz caso, poderá optar por expulsar-se do colégio, mudar de turma e, de ser necessário, por ser totalmente autodidata[2].

Extraído do Livro Crianças Índigo: Futuro Presente

Traduzido por: sandraferris@globo.com




[1] Quando uma criança ou jovem lhe diz “não” é “não”, e não vai fazer, seja o que for a coisa que tentava que fizesse.
[2] Também eventualmente escolhe trabalhar; as vezes pode ser que comece a consumir drogas, sobretudo se está acostumado a tomar Ritalina ou outros fármacos “receitados”.