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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Meu filho é Índigo


Pais relatam a experiência de conviver com crianças que eles classificam como especiais, ainda que sem comprovação científica. Entenda o que são as crianças índigo
Raquel Paulino , especial para o iG São Paulo | 18/04/2013 13:32:41
Mesmo antes de ter seu primeiro filho – Henrique, hoje com cinco anos – a dona de casa Alessandra, que prefere não revelar seu sobrenome, achava que seria mãe de uma criança mais avançada que as outras. “Eu havia sonhado que duas freiras me entregavam o bebê e diziam que a profecia se concretizava”, revela. Quando o menino começou a falar, mostrou-se diferente. “Ele sempre pediu que eu rezasse, diz que vê uma luz dourada ao meu redor quando faço isso. Aos dois anos, me falou que não conseguia entrar no quarto de brinquedos porque havia um jacaré lá, e eu precisava rezar para o bicho ir embora. Rezei e ele foi acompanhando com os olhos a ‘saída’ do animal”, conta.
À medida que Henrique cresce, outras características especiais se manifestam. “Ele é muito questionador e não se contenta com um ‘não’ como resposta; argumentamos como adultos e ele fica satisfeito. Também é livre, independente, agregador e se preocupa com os outros, coloca as mãozinhas sobre machucados para curá-los. Com pequenos comentários, nos faz refletir sobre nossas atitudes e crescer como seres humanos”, enumera a mãe. E então Alessandra descobriu que seu filho poderia ser classificado como uma criança índigo.
De acordo com a literatura sobre o assunto (alguns dos livros de referência são “Educando Crianças Índigo – Uma Nova Pedagogia para as Crianças da Nova Era!”, de Egidio Vecchio, e “Crianças Índigo – Uma Visão Espiritualista”, de Rosana Beni), as características do garoto são mesmo as de um índigo. O conceito surgiu em 1982, com a publicação de “Entendendo sua Vida Através da Cor”, da norte-americana Nancy Ann Tappe. Nele, a parapsicóloga descreve um novo padrão de comportamento de algumas crianças nascidas a partir dos anos 1970, que vieram ao mundo para provocar uma grande transformação social e que teriam a aura azul – daí o “índigo” do nome.
Mas não é só de paz e espiritualidade que o universo das crianças índigo é composto. Algumas de suas características negativas são a falta de concentração quando a atividade não é de seu interesse, pouco respeito por autoridade e a distração excessiva. A secretária Daniela Santos notou isso em sua filha Júlia, de quatro anos, e preferiu procurar ajuda médica. “Para mim, ela tinha TDAH [transtorno de déficit de atenção com hiperatividade] . Conversei com o pediatra e ele pediu exames, que não indicaram nada neurologicamente errado com ela. Foi então que algumas pessoas da minha família começaram a me falar que achavam que a Júlia era índigo”, afirma.
A ideia foi inicialmente rejeitada por Daniela. “Sou muito católica e achava que isso era coisa de espírita”, justifica-se. Depois de ler sobre crianças índigo e desfazer essa impressão – o espiritismo não é a “religião oficial dos índigos”, apenas aceita melhor a questão –, convenceu-se de que sua menina é uma delas. “Chamou muito minha atenção saber que os índigos amam a natureza e os animais, sofrem por causa de violência contra eles. A Júlia é assim, fica mais à vontade no parque do que em casa e chora se vê um cãozinho ou um gatinho machucado”.
Não há comprovação científica para a teoria das crianças índigo. Sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Pediatria se limita a declarar, por e-mail, que “é um assunto que não elucida nada científico”. Por isso, a psicóloga Fatima Olivares recomenda aos pais que tiverem dúvidas procederem como Daniela. “Muitos ‘sintomas’, como a inquietude e a dificuldade de atenção, são parecidos, e o TDAH precisa ser tratado de forma adequada, pois traz muito sofrimento à criança”, explica.

Em seu consultório, a psicóloga já ouviu relatos de mães que notaram que havia algo diferente em seus filhos, no sentido de serem índigos, desde muito cedo. “São bebês que olham nos olhos demoradamente, respondem mais prontamente a estímulos externos, andam e falam precocemente. Como é um comportamento que envolve intelecto, físico e emoção, os pais notam isso pela convivência com a criança. Não existe algo específico que ‘denuncie’ um índigo”, diz.

Pessoalmente, Fatima não crê que os pais possam achar que um filho seja índigo por pura “corujice”. “Os adultos sabem perfeitamente quem são suas crianças, com seus defeitos e suas qualidades. Sabem de verdade quando o filho é índigo”, afirma. Caso eles estejam convencidos de que esse é realmente o caso, ela considera essencial que o lar seja tranquilo, organizado e equilibrado e que seja escolhida para o pequeno uma escola que tenha acesso mais fácil a expressões artísticas e que responda à sensibilidade dessas crianças. “As escolas com a pedagogia Waldorf são as que mais se encaixam nesse perfil”, orienta.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

MANUAL PARA UM MONÓLOGO AMOROSO / Adriana Canova



Você que chegou até aqui sabe... Você deve intuir que existe "algo a mais..." para ser vivido. Algo que existe "dentro" e que insiste em dizer:
–Ei, há muito mais do que parece...!
Quem é que fala?
Seu interior grita de forma suave e estridente:
–Ei!Acorda!
Ou será...
Ei!Desperta!
O convite feito pelo Manual para um Monólogo Amoroso é um verdadeiro "despertar no diálogo interno" onde Ator e Autor da obra denominada Vida, se descobrem "conversando" na 1ª pessoa do singular - quando se reconhecem "despertos" e Uno - quer no plural, quando dialogam internamente sobre o sono, o sonho, o acordar e o despertar para a Vida. Não se trata de vida em terceira dimensão, mas, sim, da Vida multidimensional.
O ser único e divino é representado pelo Anjo adormecido que somos nós.
O percurso tridimensional é a forma de cada partícula "despertar", ao seu ritmo, para a consciência do seu estado angelical único.
Tal como numa peça teatral, os personagens são todas aquelas pessoas que, de alguma forma, compõem nosso "rio de vida".
O convite está feito, nesta e em todas as dimensões: Agora, é hora de despertar!

Adriana Canova atuou como jornalista e professora universitária. Atualmente, dedica-se aos ensinamentos da Nova Energia.

Nota: Este manual pode ser encontrado no endereço abaixo, gratuitamente.



sábado, 4 de maio de 2013

Como desenvolvemos a autoconsciência





Viver é um dom divino e maravilhoso. Temos experiências que sempre nos permitem crescer e evoluir como seres humanos.

Para que possamos nos desenvolver como seres humanos e, por conseguinte, colaborar na evolução de nossa própria espécie, precisamos, primeiramente, nos desenvolver a nós próprios, como indivíduos.

O nosso desenvolvimento como indivíduos passa pela consciência de quem somos nós, enquanto pessoa, ou seja, desenvolver o
 autoconhecimento. 
Para que eu possa distinguir quem sou eu, preciso me enveredar na trilha do
 questionamento e descobrir porque faço determinadas escolhas.
Quais são minhas necessidades físicas?
 
Do que eu gosto?
 
Gosto mais do doce ou do salgado?
 
Gosto mais do calor ou do frio?
 
Quais são minhas necessidades emocionais?
 
O que é o amor para mim?
 
Como entendo que o que sinto é amor?
 
Como decodifico atitudes do outro que faz com que eu me sinta amado?
Essas são as nossas necessidades básicas enquanto seres humanos. Portanto, este é o primeiro passo para o autoconhecimento como indivíduos.

Precisamos nos colocar numa atitude
 como se fossemos crianças novamente, pois somente a criança pergunta com muita simplicidade os por quês da vida.

Lembra-se quando você era criança e para tudo você perguntava Por quê?, até que algum adulto impaciente respondia Porque sim. ou Porque não, e mandava você parar de perguntar? Aí, você tinha que reprimir sua curiosidade natural de querer saber como que a vida funcionava e porquê funcionava daquela forma que se lhe apresentava. Acho que você nem se lembra mais disso. Já faz tanto tempo!

Entende porque devemos resgatar nossa criança interior?
 
Devemos nos voltar para nós mesmos, desreprimir nossa criança interior. Dar vazão à nossa curiosidade natural. Não ter vergonha de dizer não sei, pois afinal, não nascemos sabendo mesmo!

Como seres humanos estamos em constante aprendizado, somo eternos aprendizes –
 a começar por nós mesmos. Precisamos aprender quem somos e como funcionamos, bem como a vida, a sociedade, as pessoas à nossa volta... tudo!
E, conforme vamos passando pelo que chamamos de processo de auto conhecimento, vamos montando como que um quebra-cabeça ou uma colcha de retalhos, um 'path work', que somos nós mesmos.

O mais surpreendente deste processo é que não temos um projeto – a não ser ser nós mesmos! – para saber como este Eu será construído. Não temos a figura de modelo para saber como ficará depois de pronta, apesar de tentar usar algumas pessoas que entendemos como autoridades para seguir com modelo – como o pai, a mãe, o irmão ou irmã mais velha – mas nem sempre funciona.
Neste processo vamos nos construindo... encaixa aqui... encaixa ali uma peça...
 
Eis a grande aventura deste processo: Todas as peças estão dentro da gente, mas não estão na composição e conformação que nossa consciência imagina. Por isso sempre ficamos surpresos – agradavelmente ou não – com o que vamos descobrindo de nós mesmos.

Jung nos diz que trazemos tudo dentro de nós. Toda a história da humanidade está armazenada no nosso inconsciente. Toda a nossa história de vida está lá registrada, como um grande computador. Basta disposição e interesse em acessar tais dados.

Para Jung a história da humanidade estaria arquivada no Inconsciente Coletivo. Uma parte de difícil acesso consciente, pois se localiza na parte mais profunda do nosso inconsciente.
Já nosso Inconsciente Pessoal, onde estão contidos todos os fatos vividos por nós, já é um pouco mais fácil acessá-lo, mas também precisa de interesse e dedicação porque lá, no nosso inconsciente, os dados não ficam arquivados dentro de uma ordem lógica e cronológica que conhecemos.

No nosso consciente tudo tem começo, meio e fim. Precisamos que seja assim para que possamos nos entender, não só conosco mesmo como também com os outros. Assim simplifica a vida de todo mundo, pois todos sabem, por exemplo, que Janeiro é depois do Natal e que vem antes de Fevereiro, e que neste último mês, normalmente, acontece o Carnaval aqui no Brasil. Então, quando eu falo que viajei em Janeiro, para alguém já está subentendido que este fato que estou relatando foi depois do Natal e antes do Carnaval. Viu como simplificamos a comunicação com o outro?!

No nosso inconsciente, a lógica é outra e exige outro tipo de raciocínio. E isso normalmente dá trabalho. O exemplo que dou: quando nos dispomos a aprender inglês, ou qualquer outra língua estrangeira, no começo costumamos ter certa dificuldade em aprender a língua, mas quando pegamos o raciocínio da língua começamos a entender e aí podemos aprendê-la. É quase mágico!
Já experimentou esta magia?
O segredo é parar de querer entender a lógica da língua estrangeira pela lógica da nossa língua portuguesa.
O mesmo acontece quando vamos nos relacionar com o nosso inconsciente. Não dá para querer entender sua lógica através da lógica da consciência. Da mesma forma que a consciência tem seus códigos para promover um senso de coerência na vida das pessoas, o inconsciente também tem seus próprios códigos. Quando nos despimos dos nossos pré-conceitos racionais – ditados pela consciência – para querer entender tais códigos, estabelecemos uma relação muito harmoniosa com ele.

Para Jung, o inconsciente sempre procura comunicar-se com nossa consciência seja através de sonhos ou de fantasias. O que precisamos é aprender a decodificá-los.
Num relaxamento, na meditação, na auto-observação ou na psicoterapia conseguimos estabelecer contato com nosso inconsciente.

Esta é a grande viagem (entrar contato com o inconsciente), que nos proporciona o autoconhecimento! E, para o desenvolvimento da autoconsciência são necessárias no mínimo três qualidades: o interesse, a vontade e a disciplina.
Estabelecer contato com nosso inconsciente é, então, uma grande aventura. A aventura de conhecer, em nós, qualidades escondidas de nós mesmos, podendo, assim, nos transformar em pessoas mais plenas de recursos aplicáveis em nossa vida, tornando-nos mais satisfeitos conosco mesmos e mais felizes com a nossa própria vida.

Que tal nos aventurar nessa viagem fascinante?




terça-feira, 23 de abril de 2013

Paralisia do Sono



Algumas pessoas relatam que, às vezes, sofrem uma paralisia corporal ao se deitarem para dormir. Afirmam que, deitadas, perdem os movimentos e a capacidade de falar, ficando com o corpo pesado e “duro”, preso à cama. Então, dizem, ouvem vozes, escutam passos, vêem estranhas cenas ou pessoas e de desesperam.
Como nossa cultura não é, infelizmente, amadurecida no campo onírico e nem tampouco para o contato com o mundo do inconsciente, não somos preparados para experiências desta natureza. Como resultado, não sabemos o que fazer quando caímos na paralisia do sono, sendo tomados pelo medo.
Alguns experimentam intenso terror, supondo que estão enlouquecendo ou prestes a morrer. Outros, supersticiosos, crêem que o “diabo” os persegue e até que os sufoca.
O medo se deve ao desconhecimento. Na verdade, a paralisia do sono corresponde a um estado não usual de consciência no qual atingimos lucidamente o limiar entre a vigília e o sonho. Em outras palavras: nossa consciência se encontra em um ponto limítrofe entre o mundo vígil e o mundo onírico.
Obviamente, não estou me referindo à narcolepsia ou a estados patológicos similares, nos quais a pessoa desfalece mantendo a consciência em situações arriscadas como durante o trabalho ou no trânsito. Refiro-me apenas à paralisia que algumas vezes enfrentamos durante estados de relaxamento profundo, logo após nos deitarmos ou acordarmos pela manhã.
Não devemos confundir a paralisia do sono, que é inofensiva, com narcolepsia, que é um distúrbio.
É importante diferenciar o patológico do inócuo. A inofensiva paralisia analisada aqui surge quando nos acomodamos para relaxar, dormir ou “tirar um cochilo”. Ocorre em situações facilitadoras do sono, podendo aparecer na fase inicial ou final deste. Não se impõe contra a nossa vontade em situações inadequadas ou de risco, como durante o ato de dirigir ou trabalhar.
Esse estado limítrofe nos oferece a oportunidade de experimentar um tipo especial d sonho: o sonho lúcido. Se, ao invés de nos deixarmos tomar pelo medo, soubermos aproveitar a situação de imobilidade para trabalhar com a imaginação, adentraremos conscientemente ao nosso mundo dos sonhos.
Durante a paralisia do sono, estamos às portas do nosso universo onírico. Em tal fase, podemos reverter o processo letárgico ou dar-lhe continuidade.Se nos aterrorizarmos ante a impossibilidade de movimento e as percepções alteradas, o reverteremos. Se nos mantivermos tranqüilos e permitirmos que o processo natural do sono tenha continuidade, teremos a experiência fantástica do sonho lúcido. É uma experiência cobiçada por muitos.
Nos sonhos normais, nunca percebemos que estamos sonhando. Sempre acreditamos estar acordados: fugimos dos perigos, nos preocupamos em resolver os problemas com os quais nos deparamos, tememos as reações das pessoas e animais com os quais estamos sonhando, etc.
No sonho lúcido, esta falta de discernimento não existe. O sonhador compreende que está sonhando e age de acordo com esta compreensão.
Durante a fase intermediária entre o sono e a vigília, começamos a ter percepções alteradas, os primeiros contatos imediatos com o mundo fantástico. Os nossos pensamentos adquirem alto grau de nitidez e podem ser vistos e ouvidos como se pertencessem ao mundo exterior. As vozes, sons, imagens e toques que percebemos são imaginais, isto é, são formas mentais. Não obstante, seu impacto realístico e nitidez (numinosidade) são intensos e espantam as pessoas que ainda não estão familiarizadas com isso. Nossos medos, desejos, anelos, frustrações, etc, se corporificam em imagens mentais cujas formas apresentam afinidade com o teor dos sentimentos que as geraram.
Aqueles que almejam a experiência do sonho lúcido procuram induzir a paralisia do sono por meio do relaxamento consciente. Ao atingi-la, saltam para o outro lado de suas existências.
Caso tenhamos interesse em aproveitar a paralisia corporal para obtermos uma experiência onírica consciente, podemos nos valer de um procedimento muito simples: uma vez atingida a imobilidade, projetamos uma imagem mental qualquer que nos agrade procurando vivenciá-la lucidamente, ou seja, nos empenhamos em interagir com a mesma sem perder a recordação de que é mental e onírica. Então, logo nos vemos dentro de um sonho lúcido.
Poderíamos dizer, em outros termos, que colaboramos conscientemente com o processo natural do sono-sonho ao invés de detê-lo pelo medo. Após o estado de paralisia corporal vem o estado de sonho propriamente dito. Se vivenciarmos lucidamente as imagens mentais que se formam nesta fase inicial do sonho, logo as mesmas se apresentam ante a nossa consciência como se fossem tridimensionais.
Fui procurado certa vez por um rapaz que era freqüentemente jogado na imobilidade contra a sua vontade. Havia apelado para médios, sacerdotes e orações para resolver o “problema”. Não obteve sucesso algum. A paralisia persistia contra todos os seus esforços e os de sua mãe em suprimi-la.
O jovem estava muito preocupado. Havia sido educado na religião cristã e acreditava que as trevas fossem povoadas por entidades infernais. Temia o ataque de algum demônio na escuridão da noite. Sua mãe estava, na época, tentando contatar um exorcista.
Imaginemos por um instante seu desespero: paralisado na cama, no escuro, ouvindo vozes estranhas com intenso impacto realístico e, ainda por cima, sentido-se prestes a ser atacado por um demônio sem poder mover-se ou fugir.
Instruí o rapaz a respeito da paralisia e indiquei-lhe alguns textos para leitura. Fizemos juntos uma análise de suas crenças religiosas, do teor das percepções alteradas que experimentava, da natureza dos sonhos, do mundo inconsciente e do que a paralisia significava em outras culturas diferentes daquela em que ele vivia. Ele logo ficou tranqüilizado e feliz. Começou a aproveitar a situação de imobilidade para ter sonhos lúcidos e, hoje, chega a se lamentar quando não a atinge. O “problema” se transformou em algo desejável ao encontrar seu sentido e seu curso.
A paralisia do sono perde seu caráter terrificante quando permitimos que cumpra sua função propiciadora de experiências transcendentes.
Muitas vezes, a paralisia do sono é denominada “pesadelo”, o que nem sempre é correto. Um pesadelo é um sonho terrível, com monstros, assassinatos, torturas, sangue, cadáveres, etc. A paralisia é a imobilidade do corpo, a incapacidade de mover-se e de se levantar. É acompanhada por alucinações e, às vezes, pro uma pseudo-asfixia.
A pessoa corretamente instruída a respeito das etapas de instalação dos estados oníricos pode reagir com naturalidade ante a imobilidade corporal, sem desespero. Foi esse o caso de um afeiçoado aos sonhos lúcidos que estudou comigo.
O rapaz estava deitado e profundamente relaxado. De repente, sentiu que não podia se mover ou falar:
“Eu tentava falar, mas a voz não saía. Tentava levantar, mas não conseguia. Eu vi que já estava começando a dormir”.
Havia atingido paralisia e algumas percepções alteradas o assaltaram:
“Ouvi o som de passos de alguém subindo pela escada. A pessoa chegou e abriu a porta sem virar a chave. Pensei: Eu tranquei a porta. Como a pessoa conseguiu abrir?”
“Depois eu ouvi, na sala, o som de um riacho, de água… Riacho dentro da minha sala? Que absurdo! Já são as cenas do sonho”…
Em seguida, voluntária e conscientemente, o estudante se imagina em pé, diante da porta. A imagem onírica da porta e de sua pessoa em pé se concretizam ante sua consciência. Ele está lá, frente à porta, vivenciando a cena com o mesmo impacto realístico que teria se pertencesse ao mundo vígil. Não obstante, sabia que seu corpo dormia e que experimentava um estado de realidade incomum:
“Como sabia que estava dormindo concluí que só podia estar dentro de um sonho e resolvi aproveitar para brincar”.
“Abri a porta e saí. Ao invés de descer a escada e ir para a rua, para fora, eu fui para o quintal. No quintal, sabendo que estava em um sonho tentei flutuar. Não consegui”.
“Tentei mais uma vez, não consegui de novo. Eu estava eufórico pela sensação de poder voar então resolvi me acalmar”.
Tentei, com toda a calma e lentidão, flutuar levemente e bem baixo. Consegui! Flutuei até a laje da minha casa. Olhei ao redor. Tudo estava igual. Olhei o céu: tinha nuvens e, mesmo assim, era um sonho! Eu sabia que estava dormindo”.
“Então, agora confiante, corri e dei um grande salto do alto da laje, sem medo. Comecei a subir com uma velocidade enorme! Um vento bem real começou a soprar contra o meu rosto, que nem quando a gente anda de carro rápido e põe a cara prá fora”.
“O vento começou a ficar cada vez mais forte e eu me assustei. Então acordei”.
Neste caso, a paralisia possuía um significado especial para o sonhador, que a via como um indicador de que o estado onírico se aproximava. Era o sinal de que iniciaria uma viagem através da noite, de que a hora de passear pelo mundo interior havia chegado.
Além do mundo usual da vigília há um outro mundo: o dos sonhos.É um mundo que pertence à dimensão do inconsciente, sendo constituído por imaginações espontâneas, anelos, desejos, recordações, traumas… Na fase da paralisia, estamos às portas desse estado de realidade incomum. As culturas antigas, primitivas e orientais desenvolveram, ao longo da história, métodos para colocar a consciência em contato direto e seguro com esse mundo misteriosos.
O mundo dos sonhos é real à sua própria maneira, infelizmente, nós, ocidentais modernos, somos ainda muito atrasados nesse campo. Preferimos evitar a espinhosa questão relacionada com a concretude da psique a encarar a crua realidade do mundo onírico.

sábado, 9 de março de 2013

Escola britânica incentiva jovens a se descobrirem






O dia começa diferente na Brockwood Park School, escola internacional localizada na pacata Hampshire, a 100 quilômetros ao sudoeste de Londres, na Inglaterra. Os estudantes, cerca de 70 jovens com idades entre 14 e 19 anos, fazem 10 minutos de silêncio para refletir sobre suas vidas e o aprendizado. Em seguida, tomam café da manhã e partem para as tarefas diárias de manutenção ­– cuidam da cozinha, limpeza da casa e da horta de alimentos orgânicos (a alimentação é totalmente vegetariana). Antes de começar as aulas, alunos, professores e funcionários realizam uma Assembleia para debater os problemas da escola.


Refletir é uma das principais atividades em Brockwood, que se propõe a ser um espaço para os alunos se autoexplorarem e descobrirem suas paixões. Para ajudá-los nessa busca, o currículo é montado com base em conversas com os estudantes que visam revelar as necessidades particulares de cada um e discutir o que eles desejam fazer de suas vidas.

No primeiro ano, quando os estudantes têm entre 14 e 15 anos, um programa de estudos amplo e flexível é montado junto com os tutores para que o estudante tenha contato com diversas áreas. Nesta etapa, eles não são avaliados. A partir dos 16 anos, os estudantes têm liberdade para escolher seu programa individual de estudos. Novas disciplinas e cursos podem ser criados de acordo com as necessidades específicas dos alunos. Eles podem ser avaliados de forma convencional ou criar e desenvolver seus próprios projetos com o auxílio de um tutor.


“Tentamos criar um ambiente livre de medo, que opera no máximo possível sem punição e premiação, e que não institucionaliza a competição. Os jovens são encorajados a cooperar. Em uma atmosfera como esta, você desperta o melhor em todos”, diz Bill Taylor, co-diretor da Brockwood, no vídeo “A Unique Education” (Uma educação única), produzido em 2012, por um ex-professor da instituição.


Fundada pelo educador e filósofo indiano J. Krishnamurti, em 1969, Brockwood oferece uma educação holística baseada nos preceitos: excelência acadêmica, autocompreensão, criatividade e integridade em um ambiente seguro e não-competitivo. As salas de aula recebem no máximo oito alunos, para que o professor-tutor possa dar atenção personalizada para cada um deles.


Gopal Krishnamurthy, um dos responsáveis pelo currículo da escola, afirma em uma palestra sobre a metodologia de ensino que classes pequenas são fundamentais para o professor se relacionar com um por um de seus alunos, entender o raciocínio deles e para que os estudantes possam aprender um com os outros. “Em geral, acredita-se que a aprendizagem é um caminho linear, que vai do ponto A ao B. Mas a aprendizagem não tem um caminho, ela pode envolver ir para frente, para trás, dar voltas, parar, observar. O professor precisa entender em que ponto o aluno está deste percurso”, afirma em um vídeo no canal da escola no YouTube.


O currículo é divido em cinco áreas principais: habilidades e interesses (culinária, dança, teatro, cinema, fitness, música, astronomia, horticultura, fotografia, piano, violino, cerâmica, canto, composição de letras de música, engenharia musical), crescimento pessoal e contato com a natureza (cuidado com a terra, desenvolvimento humano, yoga), Núcleo da abordagem Brockwood (o despertar da inteligência, encontrar o que você ama fazer, relacionamentos, a importância da natureza e do silêncio), serviço comunitário/pensando no próximo (limpeza, manutenção e planejamento de atividades na escola) e exames acadêmicos, que contempla grande parte das disciplinas tradicionais do currículo (artes, biologia, business, química, criminologia, drama, economia, geografia, estatística, comunicação gráfica, história, matemática e mecânica, teoria musical, filosofia, psicologia, estudos de religiões, inglês, francês, alemão, espanhol).


A escola prepara e inclusive aplica testes para os exames tradicionais das universidades britânicas, como o IELTS (International English Language Testing System). A instituição acredita que sua abordagem educacional ajuda a minimizar a ansiedade e o medo que a pressão do exame desperta.


O corpo docente tem uma bagagem acadêmica bastante variada e a maioria dos professores tem mestrado ou especialização em diferentes áreas – religião, gestão Ambiental, direito, criminologia, engenharia, artes, design, educação, filosofia, entre outras.


Com estudantes de cerca de 25 países diferentes, a escola inicia desde cedo a internacionalização de seus alunos “Devido a Brockwood ter me colocado junto com pessoas de todo o mundo, eu aprendi a ser curiosa sobre o planeta onde vivo e as pessoas que eu encontro”, relata Maryam, francesa e ex-aluna no site da escola.



Fonte:http://porvir.org/porfazer/escola-britanica-incentiva-jovens-se-descobrirem/20130226

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Crianças Cristal


Cristal é o nome dado às almas avançadas que vêm para a encarnação a fim de transmutar a feiura em beleza. Elas reconhecem sua própria divindade e demonstram as qualidades de um novo ser. O termo “novo ser” indica que existe uma diferença, ou seja, há uma mudança de um estado competitivo para um estado de cooperação. Essas almas avançadas escolheram vir em missão voluntária para aquelas áreas em que há confusão e separação no intuito de trazer de volta qualidades que foram perdidas; tal missão pode causar experiências extremas para elas, tudo para ajudar a integrar o material e o espiritual em um estilo de vida perfeito.