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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Visão Cósmica da Educação - Parte Final


Inicialmente, dois pontos nortearão a nossa atenção:

1 – A Técnica da Educação do Futuro.

2 – A Ciência do Antakarana.
Esta se refere ao modo de vencer o vazio que existe na consciência do homem entre o mundo da experiência humana comum, o mundo tridimensional da atividade física-emocional-mental, e os níveis superiores do chamado desenvolvimento espiritual, que é o mundo das idéias, da percepção intuitiva, da visão e compreensão espiritual.

I – A educação, até o presente, tem-se ocupado com a arte de sintetizar a história do passado, com a realização do passado em todos os departamentos do pensamento humano, e no conseguir registrar o conhecimento humano. Lida com aquelas formas de ciência das quais evoluiu o passado. E, primordialmente, uma visão retrospectiva e não uma visão prospectiva. Entretanto há muitas e notáveis exceções em tal atitude.

Divaguei até aqui com o escopo de infundir algumas das ideias básicas que deverão fundamentar as tendências educacionais. Estes pensamentos, reunidos àqueles já dados, constituem uma afirmação dos objetivos ante os educadores do mundo que julgarem merecedores de consideração. Anteriormente sugeri a meta. Agora uno aquela meta às possibilidades, uma vez que me referi aqui ao equipamento (aspectos e atributos) encontrado, em algum estágio do desenvolvimento, em todo ser humano. É com essas características e instintos que os futuros sistemas educacionais precisarão trabalhar. Não deverão trabalhar, como hoje o fazem, com o equipamento do cérebro e com os aspectos inferiores da mente; nem deverão pôr ênfase no esforço para imprimir, naquele cérebro e naquela mente, os assim chamados fatos do processo evolutivo e da investigação do plano físico.

Os comentários acima servirão para mostrar-lhes que o verdadeiro educador deveria estar trabalhando com energias num mundo de energia; que estas energias são magnetizadas e qualificadas por atributos divinos característicos, e que cada ser humano pode, portanto, ser considerado um agregado de energias, dominadas por algum tipo particular de energia que serve para torná-lo distinto entre seus companheiros, e que produz as diferenças entre os seres humanos. Se é verdade que há sete tipos principais de energia qualificando todas as formas, e essas, por sua vez, são subdivididas em quarenta e nove tipos de energia qualificada, a complexidade do problema emerge nitidamente. Se é verdade que todas essas energias distintas agem constantemente sobre a energia-substância (espírito-matéria), produzindo “as miríades de formas que caracterizam a forma de Deus” (Bhagavad Gita, XI), e que cada criança é a representação microcósmica (em algum estágio do desenvolvimento) do Macrocosmo, a magnitude do problema se torna evidente, e a dimensão da exigência do nosso serviço revelará, no mais alto grau, os poderes que qualquer ser humano pode expressar a um dado momento no tempo e no espaço.

Devem ter notado que estas palavras no tempo e no espaço têm aparecido repetidamente nestes ensinamentos. Por que isso? Porque é preciso ser constantemente lembrado que estamos vivendo no mundo da ilusão – uma ilusão temporária e transitória, que desaparecerá algum dia, levando consigo a ilusão da aparência, a ilusão do desenvolvimento evolutivo, a ilusão da separatividade e a ilusão da identidade distintiva – aquela ilusão que nos faz dizer eu sou. O educador do futuro iniciará seu serviço à criança pelo reconhecimento desta efêmera e transitória noção errônea da alma e lidará primordialmente com o aspecto mente, e não tanto com a imposição do conhecimento organizado revelado, relativo à existência fenomenológica, tal como a memória da criança é capaz de aprender. Como lhes poderia ilustrar, de maneira mais simples, esta mudança? Talvez destacando que, enquanto pais e tutores da criança desperdiçam muito tempo respondendo ou evitando indagações propostas pela consciência desperta da criança, tempo virá em que a situação se inverterá. Os pais irão ao encontro das exigências da inteligência incipiente da criança, através da constante indagação à criança: Por quê? Por que você pergunta isso? Por que á assim? – e desse modo sempre jogando sobre a criança a responsabilidade das respostas às perguntas, enquanto ao mesmo tempo, sutilmente, deixem a solução cair na mente da criança.

Este processo começará no quinto ano da vida da criança; a inteligência indagadora (que é a própria criança) será sempre forçada pelo professor à posição de busca interior, não à exigência exterior para uma resposta que pode ser memorizada e que se baseia na autoridade da pessoa mais velha. Se isto ainda lhes parece impossível, lembrem-se de que as crianças que virão, ou tiverem vindo à encarnação, normal e naturalmente responderão a esta evocação do elemento mental.

Uma das principais funções daqueles que treinam as mentes infantis da humanidade será determinar, o mais cedo possível na vida, qual das sete energias determinantes estará controlando em cada caso. A técnica a ser aplicada mais tarde será então construída sobre esta importante decisão inicial – daí, novamente, a crescente responsabilidade do educador. A nota e a qualidade de uma criança serão determinadas precocemente, e todo o seu treinamento planificado se desenvolverá a partir deste reconhecimento básico. Isto não é ainda possível, mas brevemente o será, quando a qualidade e a natureza do corpo etérico de qualquer indivíduo puder ser cientificamente descoberta. Esse desenvolvimento não está tão distante como se poderia supor ou antecipar.

O objetivo agora é lidar com a necessidade mais universal e mais imediata de preencher a lacuna entre os diferentes aspectos do eu inferior, a fim de que uma personalidade integrada emerja; e, então, de preencher a lacuna entre a alma e a tríade espiritual, para que assim possa haver o livre desempenho da consciência e a completa identificação com a Vida Una, levando assim à perda do sentido de separatividade e à fusão da parte no Todo, sem perda de identidade, mas sem reconhecimento de auto-identificação.

Aqui, um ponto interessante deveria ser cuidadosamente observado. Ele guarda a chave do futuro desenvolvimento racial.
Para ele, a ciência da psicologia nos está preparando. Os estudantes deveriam treinar-se para distinguir entre o sutratma e o antakarana, entre o fio da vida e o fio da consciência. Um é a base da imortalidade e o outro é a base da continuidade. Aqui jaz uma excelente distinção para o pesquisador. Um fio (o sutratma) conecta e vivifica todas as formas num todo funcionante e personifica em si mesmo a vontade e o propósito da entidade manifestante, seja ela homem, Deus ou um Cristal. O outro fio (o antakarana) personifica a resposta da consciência, dentro da forma, a uma firme expansão gradativa de contatos no interior do todo envolvente.

O sutratma é a corrente direta de vida, intacta e imutável, que pode ser considerada, simbolicamente, como uma corrente direta de energia vivente fluindo do centro para a periferia, e da origem para a expressão externa ou a aparência fenomênica. É a vida. Gera o processo individual e o desenvolvimento evolutivo de todas as formas. É, portanto, o caminho da vida, que vem da mônada à personalidade, através da alma. Este é o fio da alma e é uno e indivisível. Ele transporta a energia da vida e encontra seu ancoradouro final no centro do coração do homem e em algum ponto focal central em todas as formas da expressão divina. Nada é e nada permanece senão a vida.

O fio da consciência (antakarana) é o resultado da união da vida e da substância ou das energias básicas que constituem a primeira diferenciação em tempo e espaço; isso ocasiona algo diferente, que somente emerge como uma terceira manifestação divina, depois que a união das dualidades básicas tenha tido lugar. É o fio que é tecido como um resultado do aparecimento da vida na forma sobre o plano físico. Falando simbolicamente outra vez, poderia ser dito que o sutratma trabalha de cima para baixo e é a precipitação da vida na manifestação exterior. O antakarana é tecido, evolui e é criado como o resultado desta criação primária e trabalha de baixo para cima, de fora para dentro, do mundo do fenômeno exotérico para o mundo do significado e das realidades subjetivas.

Este Caminho de Retorno, por meio do qual a humanidade se retira da ênfase exterior e começa a reconhecer e registrar aqueles conhecimentos de consciência interior daquilo que não é fenomênico, já atingiu (através do processo evolutivo) um ponto de desenvolvimento no qual alguns seres humanos podem seguir ao longo deste caminho, da consciência física à emocional e da emocional à mental. Essa parte do trabalho já está completada em muitos milhares de casos e o que é aqui requerido é o uso hábil e correto deste poder. Este fio de energia, colorido pela sensível resposta consciente, é mais tarde colorido pela consciência discriminatória da mente, e isso produz aquela integração interior que, finalmente, torna o homem um eficiente ser pensante. A princípio, esse fio é usado meramente para interesses egoístas inferiores; torna-se firmemente mais forte e mais potente à medida que o tempo passa, até que seja um fio definido, claro, resistente, vindo da vida física exterior, de um ponto dentro do cérebro, direto ao mecanismo interior. Este fio, entretanto, não é identificado com o mecanismo, mas com a consciência no homem. Por meio deste fio um homem se torna consciente de sua vida emocional em suas muitas formas (observem esta fraseologia), e através disso ele se torna consciente do mundo do pensamento; aprende a pensar e começa a funcionar conscientemente no plano mental no qual os pensadores da raça – em número firmemente crescente – vivem, se movem e têm o seu ser. Cada vez mais ele aprende a palmilhar este caminho da consciência e, em consequência, cessa sua identificação com a forma exterior animal e aprende a identificar-se com as qualidades e atributos interiores. Ele vive primeiro a vida de sonhos e depois a vida de pensamento. Então, chega o tempo quando este aspecto inferior do antakarana está completo e a primeira grande unidade consciente é consumada. O homem é uma personalidade viva, integrada, consciente. O fio da continuidade entre os três aspectos inferiores do homem é fixado e pode ser usado. Ele se estende, se tal termo pode ser usado (minha intenção é inteiramente pictórica), do centro da cabeça à mente, que é, por seu turno, um centro de energia no mundo do pensamento. Ao mesmo tempo, este antakarana é entretecido com o fio da vida ou o sutratma que emerge do centro do coração. O objetivo da evolução na forma está, agora, relativamente completo.

Quando este objetivo tenha sido alcançado, a sondagem sensitiva do universo ambiental prossegue ainda. O homem tece um fio que é como o fio que a aranha tece tão admiravelmente. Ele alcança mais longe ainda no seu possível ambiente e, então, descobre um aspecto de si mesmo do qual pouco havia sonhado nos estágios anteriores de seu desenvolvimento. Ele descobre a alma e então atravessa a ilusão da dualidade. Este é um estágio necessário, mas, não permanente.Caracteriza o aspirante deste ciclo mundial. Ele procura unir-se à alma, identificar a si mesmo, a personalidade consciente, com aquela sobrepujante alma. É neste ponto, tecnicamente falando, que a verdadeira construção do antakarana deve começar. É a ponte entre a personalidade e a alma.

O reconhecimento disto constitui o problema com que o moderno educador é levado a se deparar. É um problema que sempre existiu, mas que disse respeito ao indivíduo mais do que ao grupo. Agora concerne ao grupo, pois tantos dos filhos dos homens estão prontos para esta construção. Através das idades os indivíduos têm construído suas pontes individuais entre o superior e o inferior, mas tão vitorioso tem sido o processo evolutivo que hoje chegou a ocasião para uma compreensão grupal desta técnica emergente, para uma ponte grupal, levando a uma consequente revelação grupal. Isto proporciona a moderna oportunidade no campo da educação. Indica a responsabilidade do educador e destaca a necessidade de uma nova revelação nos métodos educacionais. O aspirante grupal precisa ser encontrado e o antakarana grupal deve ser construído. Isto, entretanto, quando corretamente compreendido, não negará o esforço individual. Este, sempre deve ser encontrado; mas a compreensão grupal ajudará o indivíduo cada vez mais.

Coordenação e Integração


Até aqui nos ocupamos com generalizações relativas a como o processo educacional seria aplicado mais tarde; com o mecanismo mental que fica sob treinamento definido e planejado; e que é subjetiva e superconscientemente influenciado durante o processo. Presumo que já perceberam a necessidade da construção do antakarana e deste trabalho de construção da ponte. É também sábio aceitar o fato de que estamos na posição de começar o processo definido de construir o elo, ou ponte, entre os vários aspectos da natureza do homem, a fim de que, em lugar de diferenciação haja unidade, e em lugar de uma atenção fluída, instável, dirigida aqui e ali para o campo da matéria vivente e das relações emocionais, aprendamos a controlar a mente e a diminuir as divisões, e assim possamos dirigir, à vontade, a atenção inferior em qualquer forma desejada. Dessa maneira todos os aspectos do homem, espirituais e naturais, poderão ser focalizados quando necessários.

Este trabalho já está parcialmente feito. A humanidade, como um todo, já preencheu a lacuna entre a natureza astral, emocional, e o homem físico.

Deve ser observado aqui que a ponte precisa ser feita no aspecto consciência e diz respeito à continuidade da percepção da vida pelo homem, em todos os vários aspectos dele. A energia usada ao conectar, na consciência, o homem físico e o corpo astral, está focalizada no plexo solar. Falando em termos simbólicos, muitos hoje estão levando avante essa ponte e unindo a mente com os dois aspectos já ligados. Esse fio de energia, ou emana da, ou é ancorado na cabeça. Uns poucos estão unindo firmemente a alma e a mente que, por sua vez, está unida a outros dois aspectos. A energia da alma, quando unida com os outros fios, tem sua âncora no coração. Muitos poucos (os iniciados do mundo), tendo efetuado todas as sínteses inferiores, estão agora ocupados em produzir uma união ainda mais alta com aquela tríplice Realidade que usa a alma como um meio de expressão, da mesma forma que a alma, por sua vez, está se esforçando para usar sua sombra, o tríplice homem inferior.

Estas distinções e unificações são questões de forma, símbolos na linguagem falada, e são usadas para expressar eventos e acontecimentos no mundo das energias e forças em conexão com as quais o homem está definitivamente envolvido. É a essas unificações que nos referimos quando o assunto da iniciação é considerado.

O fio da vida, o cordão de prata ou sutratma, é, na medida em que se refere ao homem, de natureza dual. O fio da vida, propriamente, que é um dos dois fios que constituem o antakarana, é ancorado no coração, enquanto que o outro fio, que personifica o princípio da consciência, é ancorado na cabeça. No trabalho do ciclo evolutivo, entretanto, o homem tem de repetir o que Deus já fez. Ele mesmo deve criar em ambos os mundos, o da consciência e o da vida. Como uma aranha, o homem tece fios de conexão e assim estabelece a ponte e faz contato com seu ambiente, daí ganhando experiência e sustentação. O símbolo da aranha é, frequentemente, usado nos antigos livros de ocultismo e nas escrituras da Índia em relação a essa atividade do ser humano. Os fios que o homem cria são tríplices e com os dois fios básicos que foram criados pela alma, constituem os cinco tipos de energia que fazem do homem um ser humano consciente. Os fios tríplices criados pelo homem são ancorados no plexo solar, na cabeça e no coração. Quando o corpo astral e a natureza da mente começam a funcionar como uma unidade e a alma também se conjuga conscientemente (não esqueçam que ela é sempre inconscientemente ligada), uma extensão deste fio quíntuplo – os dois básicos e os três humanos – é levado ao centro da garganta; quando isso ocorre, o homem pode se tornar um criador consciente no plano físico. Destas linhas maiores de energia, linhas menores podem irradiar à vontade. É sobre este conhecimento que todo o futuro desenvolvimento psíquico inteligente deve ser baseado.

No parágrafo acima em suas implicações vocês têm uma breve e inadequada afirmação relativa à Ciência do Antakarana. Tentei expressá-la em termos simbólicos, que transmitirão às suas mentes, alguma idéia geral do processo. Podemos aprender muito através do uso da imaginação pictória e visual. Muitos aspirantes já estabeleceram os seguintes liames ao construir o antakarana:

1 – Do físico ao corpo vital ou etérico. Esse é na realidade uma extensão do fio da vida entre o coração e o baço.

2 – Do físico e do vital, considerando-os como uma unidade, ao veículo astral ou emocional. Este fio emana do plexo solar ou nele é ancorado, e é levado para cima por meio da aspiração, até ele próprio ancorar-se nas pétalas do amor do lótus egoico.

3 – Dos veículos físico e astral ao corpo mental. Um terminal é ancorado na cabeça e o outro nas pétalas do conhecimento do lótus egoico, sendo levado avante por um ato da vontade.

É necessário, portanto, que compreendamos o fato de que:

1 – A nova educação estará primordialmente relacionada com o estabelecimento científico e consciente da ponte entre os vários aspectos do ser humano, produzindo assim a coordenação e a síntese e uma intensificada expressão da consciência por meio do estabelecimento das corretas linhas de energia.

2 – A tarefa da nova educação é, por conseguinte, a coordenação da personalidade, trazendo-a, finalmente, á união com a alma.

3 – A nova educação lidará com as leis do pensamento e as analisará e interpretará, porque a mente será considerada como o elo entre a alma e o cérebro. Essas leis são os meios pelos quais:

a) Idéias são intuídas.
b) Ideais são promulgados.
c) Os conceitos mentais ou pensamentos-forma são construídos e, no devido tempo, farão telepaticamente seu impacto sobre as mentes dos homens.

4 – A nova educação organizará e desenvolverá a mente concreta inferior.

5 – Ela ensinará o ser humano a pensar a partir dos universais para os particulares, bem como a empreender a análise dos particulares. Haverá, consequentemente, nas escolas futuras, menor ênfase no treinamento da memória. O interesse ajudará grandemente o desejo de relembrar.

6 – A nova educação fará de um homem um bom cidadão, desenvolvendo os aspectos racionais de sua consciência e de sua vida, ensinando-o a usar seu equipamento herdado, adquirido e enriquecido para a demonstração da consciência e atitudes sociais.

7 – Acima de tudo o mais, os educadores da nova era esforçar-se-ão para ensinar ao homem a ciência da unificação dos três aspectos de si mesmo que são cobertos pelo título geral de aspectos mentais:

a) A mente concreta inferior
b) O Filho da Mente, A Alma ou Ego
c) A mente superior, abstrata ou intuitiva

Ou

a) A mente receptiva ou o senso comum
b) A mente individualizada
c) A mente Iluminadora

8 – Os educadores na nova era lidarão com os processos ou métodos a serem empregados no preenchimento das lacunas de consciência entre os diferentes aspectos. Dessa maneira a Ciência do Antakarana será definitivamente trazida à atenção do público.

9 – A extensão deste conceito do estabelecimento da ponte será desenvolvido para incluir não apenas a história interior do homem, mas também para ligá-lo aos seus semelhantes em todos os níveis.

10 – Incluirá também o treinamento do mecanismo humano para responder aos impactos da vida e à alma. Esta alma é essencialmente inteligência, vitalmente usada em cada plano. Age como a mente discriminadora no plano mental, como consciência sensível no plano emocional, e como o participador ativo na vida física. Essa atividade inteligente é sempre usada do ângulo da sabedoria.

11 – A nova educação levará em consideração:

a) A mente e sua relação com o corpo de energia, o corpo etérico, que suporta o sistema nervoso e que galvaniza o corpo físico à atividade.

b) A mente e sua relação com o cérebro.

c) A mente e sua relação com os sete centros de força no corpo etérico e sua exteriorização e utilização por meio dos principais plexos nervosos a serem encontrados no corpo humano; e sua relação (que se tornará crescentemente óbvia) com as glândulas endócrinas.

d) O cérebro como um fator coordenador no corpo denso, e sua capacidade para dirigir as atividades do homem através do sistema nervoso.

A educação está começando a dar alguma atenção à natureza da mente e às leis do pensamento. Com relação a isso, muito devemos à psicologia e à filosofia. Há também um crescente interesse na Ciência da Endocrinologia como um meio material de produzir mudanças, geralmente em crianças deficientes ou imbecis. Entretanto, até que os modernos educadores comecem a admitir a possibilidade de que existam unidades centrais no homem que jazem sob o mecanismo tangível, e admitam, também, a possibilidade de uma casa de força central de energia por trás da mente, o progresso na educação estará relativamente estacionário; a criança não receberá o treinamento inicial, nem as idéias fundamentais que a capacitarão a ser um ser humano inteligente, autodirigido. A psicologia, com sua ênfase nos três aspectos do homem – pensamento, sensação emocional e o organismo físico – já deu uma contribuição vital e está fazendo muito para efetuar mudanças radicais em nossos sistemas educacionais. Muito resta a ser feito. A interpretação dos homens em termos de energia e a absorção dos sete tipos de energia que determinam um homem e suas atividades produzirão mudanças imediatas.

Todo trabalho feito agora é, definitivamente, trabalho de transição e, portanto, bastante difícil. Indica um processo de ligação entre o velho e o novo e apresentaria dificuldades quase insuperáveis, não fosse o fato de as duas gerações vindouras produzirem os tipos de egos competentes para lidar com o problema. Um processo de equilíbrio está em formação neste período intermediário, e a isso o educador moderno deveria prestar a devida atenção.

Posso, talvez, indicar a natureza deste processo. Afirmei que a alma se ancora no corpo em dois pontos:

1 – Há um fio de energia, que chamamos aspecto vida, ou espírito, ancorado no coração. Ele usa a corrente sanguínea, como é bem conhecido, como seu agente distribuidor e, através do sangue, a energia da vida leva poder regenerador e energia coordenadora para todo o organismo físico e mantém o corpo como um todo.

2 – Há um fio de energia, que chamamos aspecto consciência ou faculdade de conhecimento da alma, ancorado no centro da cabeça. Ele controla o mecanismo de resposta que chamamos cérebro e, por meio dele, dirige a atividade e induz a percepção por todo o corpo, por meio do sistema nervoso.


Estes dois fatores energéticos, que são reconhecidos pelo ser humano como vida e conhecimento, ou como energia vivificante e inteligência, são dois pólos da existência de uma criança. A tarefa à sua frente é desenvolver, conscientemente, o meio ou o aspecto equilibrador, que é amor ou relacionamento grupal, para que o conhecimento seja subordinado à necessidade e aos interesses do grupo, e que a energia vivificante possa tornar-se consciente e intencionalmente do todo grupal. Ao fazer isso, um equilíbrio verdadeiro será alcançado e realizado pelo reconhecimento de que o Caminho do Serviço é uma técnica científica para alcançar-se equilíbrio. Os educadores devem, portanto, manter em mente três coisas neste atual período de transição:

1 – Reorientar o conhecimento, o aspecto consciência ou o senso de percepção na criança, de maneira que ela compreenda que tudo que lhe tenha sido, ou esteja sendo, ensinado, desde a infância, visa ao bem dos outros, mais do que ao seu próprio. Será treinada, por isso, a definitivamente olhar à frente. O conhecimento do passado histórico da raça ser-lhe-á dado do ângulo do crescimento racial em consciência, e não tanto do ângulo dos fatos de alcance material ou agressivo, como é agora o caso. Uma vez que o passado, na mente infantil, é correlacionado com o presente, sua capacidade para relacionar, unificar e ligar, nos diferentes aspectos de sua vida e nos vários planos, será desenvolvida.

2 – Ensinar-lhe que a vida, que ela sente pulsando em suas veias, é apenas parte da vida total, pulsando em todas as formas, em todos os reinos da natureza, em todos os planetas e no sistema solar. Aprenderá que compartilha com tudo o que existe e, por isso, uma verdadeira Fraternidade de sangue pode ser encontrada em toda parte. Consequentemente, desde bem cedo em sua vida poderá ser-lhe ensinado o relacionamento, e isto a criancinha será capaz de reconhecer mais rapidamente do que o adulto comum, treinado nas maneiras e atitudes dos velhos tempos. Quando estas duas realidades – responsabilidade e parentesco – forem inculcadas na criança desde a infância, então o terceiro objetivo da nova educação surgirá com maior facilidade.

3 – A unificação do impulso da vida e da ânsia pelo conhecimento, na consciência, levará finalmente, a uma atividade planejada. Esta atividade planejada constituir-se-á em serviço, e por sua vez, fará três coisas pela criança que for ensinada a praticá-la:

a) Servirá como um fator direcional dos primeiros anos indicando, finalmente, vocação e ocupação, auxiliando, assim, na escolha de uma carreira.

b) Induzirá ao que houver de melhor na criança e fará dela um centro magnético radiante, onde estiver. Torná-la-á capaz de atrair aos que possam ajudá-la, ou serem ajudados por ela, àqueles que poderão servi-la ou a quem poderá servir melhor.

c) Torná-la-á, por isso, decididamente criativa e assim capacitá-la-á para tecer aquele fio de energia que, quando reunido ao fio da vida e ao da consciência, unirá cabeça, coração e garganta em um só meio unificado e funcionante.

O atendimento aos três requisitos mencionados será o primeiro passo (feito em escala racial) para a construção do antakarana ou ponte entre:

1 – Os vários aspectos da natureza forma.

2 – A personalidade e a alma.

3 – O homem e os outros seres humanos.

4 – O homem como um membro da família humana e seu mundo circundante.


Percebemos, assim, que essa educação deverá dizer respeito basicamente às relações e inter-relações, à ligação com o estabelecimento da ponte ou cura das rupturas e, assim, à restauração da unidade, ou síntese. O estabelecimento da Ciência das Corretas Relações é o próximo passo imediato no desabrochar mental da raça. É a principal atividade da nova educação.

Fritjof Capra diz em “Teia da Vida” que “...na verdade, somos um só... Reconectar-se com a teia da vida significa construir, nutrir e educar comunidades sustentáveis, nas quais podemos satisfazer nossas aspirações e nossas necessidades sem diminuir as chances das gerações futuras”.

AÇÃO NO PRESENTE


“A busca de novos caminhos é o problema mais imperativo. Devido às condições extraordinárias do futuro, será impossível prosseguir pelos velhos caminhos. Todos os novos devem ter isto presente. É terrível quando as pessoas não sabem sair do caminho velho. E o mais terrível é quando as pessoas se aproximam de novas condições com seus velhos hábitos. Da mesma maneira como é impossível abrir uma fechadura moderna com uma chave medieval, também é impossível aos homens com velhos hábitos, abrir a porta para o futuro.” ( Agni Ioga, Infinito)

“Entre os assuntos escolares, que sejam ensinados os fundamentos da astronomia, mas que ela seja apresentada como o limiar dos mundos distantes. Assim, as escolas semearão os primeiros pensamentos sobre a vida nos mundos distantes. O espaço se tornará vivo, a astro química e os raios completarão a noção da magnitude do Universo. Os corações jovens se sentirão não como formigas sobre a crosta terrestre, mas como portadores do espírito responsável pelo planeta.” (Idem, Comunidade)

A “Declaração de Chicago sobre a Educação”, de 1991, assinada por oitenta educadores do mundo inteiro, entre eles os representantes dos métodos Montessori e Waldorf, declara que:

“Ao aproximarmos do Século XXI, muitas de nossas instituições e profissões estão entrando num período de profundas mudanças. Nós, os educadores, estamos começando a reconhecer que a estrutura, propósito e métodos de nossa profissão foram desenhadas para um período histórico que agora se aproxima do seu fim. Chegou o momento de transformar a educação para tratar os desafios humanos e do meio ambiente aos quais nos defrontamos.

Cremos que a educação para esta nova era será e deverá ser holística. A perspectiva holística é o reconhecimento de que toda a vida sobre este planeta se encontra interconectada de inumeráveis formas profundas e sutis. A visão da Terra solta na solidão do vazio negro do espaço realça a importância de uma perspectiva global para nos ocuparmos das realidades sociais e educativas. A educação deve alimentar o respeito para com a comunidade global da humanidade.

O holismo acentua o desafio de criar uma sociedade sustentável, justa e pacífica em harmonia com a terra e sua vida. Implica uma sensibilidade ecológica, um profundo respeito pelas culturas tanto indígenas como modernas, assim como pela diversidade de formas de vida no planeta. O holismo busca expandir a forma que temos de olhar nós mesmos e nossa relação com o mundo, celebrando nossos potenciais humanos inatos – o intuitivo, emocional, físico, imaginativo e criativo, assim como o racional, o lógico e o verbal.

A educação holística reconhece que o ser humano busca significado, não somente dados ou conhecimentos, como um aspecto intrínseco de seu pleno e são desenvolvimento. Cremos que somente os seres humanos sãos e plenos podem criar uma sociedade sã. A educação holística nutre as aspirações mais elevadas do espírito humano.

A educação holística não consiste num programa e metodologia específicos; é um conjunto de hipóteses de trabalho que inclui o seguinte:

1. A educação é uma relação humana dinâmica e aberta.

2. A educação cultiva uma consciência crítica dos numerosos contextos das vidas dos alunos – morais, culturais, ecológicos, econômicos, tecnológicos, políticos.

3. Todas as pessoas têm um enorme potencial multifacetado que somente estamos começando a compreender. A inteligência humana se expressa através de diversos estilos e capacidades, os quais são necessários respeitar.

4. O pensamento holístico implica formas de conhecimentos contextuais, intuitivas, criativas e físicas.

5. O aprendizado é um processo que dura a vida toda. Todas as situações vitais podem facilitar este aprendizado.

6. O aprendizado é por sua vez um processo de autodescobrimento e uma atividade cooperativa.

7. O aprendizado é ativo, automotivado, sustentador e alentador para o espírito humano.

8. Um programa holístico é interdisciplinar, integrando por sua vez perspectivas comunitárias e globais. (Global Alliance for Transforming Education)

Dos métodos educacionais mundialmente utilizados, o Montessori, o Waldorf e o Robert Muller são os que mais se aproximam do nosso escopo. Com base neles, daremos os primeiros passos para o estabelecimento da Visão Cósmica da Educação – A Educação na Nova Era, um conjunto de ferramentas aptas a permitir que o estudante abra o portal de acesso ao reino subjetivo da vida e entre nele, tornando-se um cidadão consciente deste reino, podendo viver e trabalhar nele com total desenvoltura, ancorando firmemente no seu meio ambiente novas e corretas relações humanas.

Docemente, a Dra. Maria Montessori observa na sua “Carta aos Governos”:

“Minha vida foi dedicada à busca da verdade. Através do estudo das crianças escrutei a natureza humana na sua origem, tanto no Oriente como no Ocidente, e embora já se passaram quarenta anos desde que comecei meu trabalho, a infância continua me parecendo uma fonte inesgotável de revelações e, permitam-me dizer, de esperança.

A infância mostrou-me que toda a humanidade é uma. Todas as crianças falam mais ou menos na mesma idade, sem contar sua raça, ou suas circunstâncias, ou sua família; caminham, trocam os dentes, etc, em certos períodos fixos de suas vidas. Também noutros aspectos, especialmente no campo físico, são semelhantes e susceptíveis.

As crianças são os construtores de homens, e os constroem tomando a linguagem, a religião, os costumes e peculiaridades de seu ambiente, não somente da raça, não somente da nação, mas também do distrito específico no qual se desenvolveram.

A infância constrói com aquilo que encontra. Se o material é pobre, a construção também é pobre. No que concerne à civilização, a criança está no nível dos que recolhem alimento.

Para construir-se a si mesma tem de colher, ao acaso, qualquer coisa que encontre no seu ambiente.

A criança é o cidadão esquecido e, entretanto, se os homens de Estado e os educadores chegassem a compreender a terrível força que reside na infância, para o bem ou para o mal, creio que dariam a ela prioridade acima de qualquer coisa.

Todos os problemas da humanidade dependem do próprio homem; se o homem não é considerado na sua construção, na sua formação, os problemas nunca serão resolvidos.

Nenhuma criança é um “bolchevique” ou um fascista ou um democrata; todas se convertem no que as circunstâncias ou o entorno as transformam.

Nos nossos dias quando, apesar das terríveis lições de duas guerras mundiais, os tempos futuros se avizinham tão obscuros como sempre, tenho a firme crença de que deve ser explorado outro campo, além dos da economia e da ideologia. Trata-se do estudo do homem – não de um homem adulto sobre o qual qualquer chamamento esteja desaproveitado. Este, economicamente inseguro, mantém-se confuso na voragem de idéias conflitantes e se lança agora de um lado a outro. O homem deve ser cultivado desde o começo da vida, quando os grandes poderes da natureza estão ativos. É então, quando alguém pode ter esperança de planejar para um melhor entendimento internacional” (Hollistic Education Review, Vol. 4)

AÇÃO NO FUTURO


A Ação no Futuro emerge da Ação no Presente. É tão somente a formação do educador, do professor, do executor que vai emergindo da estrutura de ensino dentre os estudantes. São os grupos-semente que darão forma e qualidade atual no tempo futuro à ação da Visão Cósmica da Educação, A Educação na Nova Era.

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Bibliografia:

Alice A. Bailey, Problemas da Humanidade
Idem, Um Tratado Sobre Magia Branca
Idem, Educação na Nova Era
Idem, Um Tratado Sobre o Fogo Cósmico
Idem, Discipulado na Nova Era, Vol. I e II
Idem, Os Raios e as Iniciações
Escola Arcana, Luz no Caminho, 1
HP Blavatsky, A Doutrina Secreta, Vol. III
Fulcanelli, As Mansões Filosofais
Boa Vontade Mundial, As Corretas Relações Humanas, Vol. III
Agni Ioga, Comunidade
Idem, Infinito
Fritjof Capra, A Teia da Vida
Maria Montessori, “The Absorbent Mind”
Rabindranath Tagore, “Fireflies”
“Holistic Education Review”
“Global Alliance for Transforming Education”
Bhagavad Gita
UNESCO
UNICEF




segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Visão Cósmica da Educação - Parte 4


II – A educação deteve-se principalmente na organização da mente inferior e a capacidade de uma criança tem sido grandemente avaliada por sua reação à informação acumulada (no que concerne à educação) e aos dados confrontados e coletados, entregues em sequência, dirigidos e organizados para equipar a criança para competir com a informação que outros possuem.

III – A educação tem sido, até agora, grandemente um treino de memória, apesar de estar atualmente surgindo o reconhecimento de que tal atitude precisa acabar. A criança deve assimilar os fatos que a humanidade acredita serem verdadeiros, tenha experimentado no passado, e achado adequados. Mas cada era tem um critério diferente de adequação. A Era de Peixes lidou com o detalhe do esforço para alcançar um ideal. Daí termos uma história que cobre o método pelo qual as tribos adquiriram “status” nacional através da agressão, da guerra e da conquista. Isso foi indicativo da realização racial.

A geografia baseou-se numa reação semelhante à ideia de expansão e, através dela, a criança aprendeu como os homens, levados por necessidades econômicas e outras necessidades, conquistaram territórios e absorveram terras. Também isto, e acertadamente, tem sido considerado como uma realização racional. Os vários ramos da ciência também têm sido considerados como constituindo a conquista de áreas territoriais e, uma vez mais, isto tem sido aplaudido como realização racial. As conquistas da ciência, as conquistas das nações e as conquistas de territórios são todas indicativas do método de Peixes, com seu idealismo, sua combatividade e sua separatividade em todos os campos – religioso, político e econômico. Mas a era da síntese, da inclusividade e do conhecimento está sobre nós, e a nova educação da Era de Aquário precisa começar muito suavemente e penetrar na aura humana.

IV – A educação é mais do que treinamento de memória e mais do que informar uma criança ou um estudante sobre o passado e suas façanhas. Esses fatores têm seu valor e o passado deve ser compreendido e estudado, pois dele deve crescer o que é novo, sua floração e seus frutos. A educação envolve mais do que a investigação de um assunto e a formação de conclusões subsequentes, levando a hipóteses que, por sua vez, levam a ainda mais investigação e conclusões. A educação é mais do que um esforço sincero para preparar uma criança ou um adulto para ser um bom cidadão, um pai inteligente e não constituir qualquer encargo ao Estado. Tem uma aplicação mais ampla do que produzir um ser humano que venha a ser um proprietário comercial e não uma responsabilidade comercial. A educação tem outros objetivos além de tornar a vida agradável e assim capacitar homens e mulheres a adquirir uma cultura que lhes permitirá participar com interesse de tudo que transpira nos três mundos das questões humanas. É tudo isso, mas deveria ser muito mais.

V – A educação tem três objetivos principais, do ponto de vista do desenvolvimento humano:

Primeiro, como foi entendido por muitos, deve fazer de um homem um cidadão inteligente, um pai sábio e uma personalidade controlada; deve adequá-lo para desempenhar seu papel no trabalho do mundo e capacitá-lo para viver de modo pacífico e útil, em harmonia com seus vizinhos.

Segundo, deve capacitá-lo para preencher a lacuna entre os vários aspectos de sua própria natureza mental, e nisto jaz a maior ênfase das instruções que me proponho a dar.

Na filosofia esotérica somos ensinados, como bem sabem, que no plano mental há três aspectos da mente, ou daquela criatura mental que denominamos um homem. Esses três aspectos constituem a parte mais importante de sua natureza:

1 – Sua mente concreta inferior, o princípio do raciocínio. É a este aspecto do homem que nossos processos educacionais se dedicam.

2 – O Filho da Mente a que chamamos Ego ou Alma. Este é o princípio da inteligência e é denominado por muitos nomes na literatura esotérica, tais como o Anjo Solar, os Agnishvattas, o princípio Crístico, etc. Com este, a religião no passado afirmou ocupar-se.

3 – A mente abstrata superior, o guardião das ideias, mensageiro da iluminação para a mente inferior, desde que essa mente inferior esteja em comunicação com a alma. Deste mundo das ideias a filosofia tem declarado ocupar-se.

Poderíamos denominar estes três aspectos:

A mente receptiva, a mente com a qual lidam os psicólogos.
A mente individualizada, o Filho da Mente.
A mente iluminada, a mente superior.


Terceiro, a lacuna entre a mente inferior e a alma tem de ser preenchida e, por estranho que pareça, a humanidade sempre o percebeu e daí ter, consequentemente, falado em termos de alcançar a unidade, ou fazer a unificação, ou efetuar o alinhamento. São tentativas para expressar esta verdade percebida intuitivamente.

VI – A educação também deveria se preocupar, durante a nova era, com o preenchimento dessa lacuna entre os três aspectos da natureza da mente: entre a alma e a mente inferior, disso resultando a unificação entre a alma e a personalidade; entre a mente inferior, a alma e a mente superior. Para isso a humanidade está agora pronta e, pela primeira vez na carreira da humanidade, o trabalho da construção da ponte pode prosseguir numa escala relativamente ampla.

VII – A educação é, por isso, a Ciência do Antakarana. Esta ciência e este termo são a maneira esotérica de expressar a verdade sobre a necessidade desta construção da ponte. O antakarana é a ponte que o homem constrói – através da meditação, da compreensão e do mágico trabalho criativo da alma – entre os três aspectos da natureza de sua mente. Por essa razão, os objetivos primordiais da educação vindoura serão:

1 – Produzir o alinhamento entre mente e cérebro através da correta compreensão da constituição interna do homem, particularmente do corpo etérico e dos centros de força.

2 – Edificar, ou construir, uma ponte entre cérebro-mente-alma, produzindo assim uma personalidade integrada, que seja uma firme expressão do desenvolvimento da alma, moradora interna.

3 – Construir a ponte entre a mente inferior, a alma, a mente superior, para que a iluminação da personalidade se torne possível.

VIII – A verdadeira educação é, consequentemente, a ciência de unir as partes integrais do homem, e também de ligá-los, por sua vez, com seu ambiente imediato, e daí com o todo maior no qual terá de desempenhar seu papel. Cada aspecto, visto como um aspecto inferior, pode sempre ser simplesmente a expressão do superior seguinte. Nesta frase está uma verdade fundamental que engloba não somente o objetivo, mas mostra também o problema ante todos os interessados na educação. Este problema é avaliar com precisão o centro, ou foco, da atenção de um homem e indicar onde a consciência está centrada primordialmente. Ele deve, então, ser treinado de tal maneira que uma mudança daquele foco para um veículo superior seja possível. Podemos também expressar esta ideia de uma maneira igualmente verdadeira dizendo que o veículo que parece de suprema importância pode tornar-se, e deveria tornar-se, de importância secundária à medida que se transforma, simplesmente, no instrumento daquilo que é superior a si mesmo. Se o corpo astral (emocional) é o centro da vida da personalidade, então o objetivo do processo educacional imposto à matéria será fazer da natureza mental o fator dominante, e o corpo astral, por isso, torna-se aquele que é impressionado pelas condições ambientais e é sensível às mesmas, mas sob o controle da mente. Se a mente é o centro da atenção da personalidade, então a atividade da alma precisa ser trazida à expressão mais completa; e o trabalho assim prossegue, continuamente, o progresso se processando passo a passo até que o topo da escada seja alcançado.

Deveria ser notado aqui que esta exegese inteira da mente e da necessária construção da ponte, não passa da demonstração prática da verdade do aforismo ocultista de que “antes que um homem possa palmilhar o Caminho, precisa tornar-se o próprio Caminho”. O antakarana é, simbolicamente, o Caminho. Este é um dos paradoxos da ciência esotérica. Passo a passo, de estágio a estágio, construímos esse Caminho, do mesmo modo que a aranha tece seu fio. É aquele caminho de volta que desenvolvemos de dentro de nós mesmos; é aquele Caminho que também encontramos e trilhamos.

Algumas Perguntas Respondidas.

Em resposta à primeira indagação, a função principal de todos os educadores é dupla:

1 – Treinar o cérebro para responder inteligentemente às impressões chegadas a ele pela via do aparelho sensório, trazendo assim a informação sobre o mundo exterior tangível.

2 – Treinar a mente de maneira a poder cumprir três deveres:


a) Lidar inteligentemente com a informação transmitida a ela pelo cérebro.

b) Criar formas-pensamento em resposta aos impulsos emanando do plano físico; às reações emocionais postas em ação pela natureza da sensação-desejo; ao mundo do pensamento, no qual o meio ambiente do homem é encontrado.

c) Orientar a si mesmo para o ser espiritual subjetivo, de modo a que, de uma condição de potencialidade, possa o ser emergir a um domínio ativo.

Nesta formulação da função do instrumental com o qual todos os educadores têm que lidar (a mente e o cérebro), mostrei a resposta à Segunda pergunta feita, que foi:

“Haverá tipos definidos de atividades, mudando com o correr dos anos e baseados nas fases do processo de crescimento do indivíduo, que contribuam para seu desenvolvimento total?”

Divirjo algo no que diz respeito aos períodos indicados por instrutores ocultistas, como Steiner, pois apesar dos ciclos de sete anos terem seu lugar, a divisão é passível de ser usada em excesso. Sugeriria também os ciclos de desenvolvimento de dez anos, divididos em duas partes: sete de aprendizado e três de aplicação.

Nos dez primeiros anos da vida de uma criança é-lhe ensinado como lidar inteligentemente com a informação que lhe chega ao cérebro através dos cinco sentidos. Observação, resposta rápida e coordenação física como o resultado da intenção, devem ser enfatizados. A criança precisa ser ensinada a ouvir e a ver, a fazer contatos e usar discernimento; e seus dedos devem responder a impulsos criativos para fazer e reproduzir o que ela vê e ouve. Assim são dispostos os elementos das artes e do artesanato, do desenho e da música.

Nos dez anos seguintes a mente estará definitivamente treinada para se tornar dominante. A criança é ensinada a racionalizar suas emoções e seus impulsos de desejo, e a discriminar o certo do errado, o desejável do indesejável, e o essencial do não essencial. Isso lhe pode ser ensinado através da história e do treinamento intelectual, que o ciclo de sua vida torna compulsório sob as leis do país no qual viva. Um senso de valores e de padrões de direito é assim estabelecido. Ela aprende a distinguir entre o treinamento da memória e do pensamento; entre conjuntos e fatos, averiguados por pensadores e tabulados nos livros, e sua aplicação aos conhecimentos da existência objetiva, além de (e aqui jaz um pensamento de real importância) sua causa subjetiva e a relação deles com o mundo da realidade, do qual o mundo fenomênico não é senão um símbolo.

À idade de dezessete anos o estudo de psicologia será acrescentado ao resto do currículo e a natureza da alma e sua relação com a Alma do Mundo será investigada. A meditação, seguindo linhas adequadas, será parte do currículo. Deverá ser observado aqui, entretanto, que as implicações religiosas da meditação são desnecessárias. A meditação é o processo pelo qual as tendências objetivas e os impulsos vindos da mente são frustrados e ela começa a ser subjetiva, a focalizar e a intuir. Isto pode ser ensinado por meio de um pensamento profundo sobre qualquer assunto – matemática, biologia, e assim por diante.

A tendência da nova educação deverá se tornar o sujeito do experimento educacional, possuidor consciente de seu equipamento; deverá pô-lo com visão clara perante a vida, com portas franqueadas ao mundo dos fenômenos objetivos e das correlações; deverá trazê-lo ao conhecimento de uma porta que conduz ao mundo da Realidade e através da qual ele poderá passar à vontade e ali assumir e elaborar sua relação com outras almas.

Esta Segunda questão – relacionada com o tipo de experiência que ajudaria a criança a completar seu desenvolvimento e suplementaria o currículo legal compulsório – é quase impossível de responder, devido às grandes diferenças entre os seres humanos e à impossibilidade prática de encontrar aqueles professores que trabalham com as almas tanto quanto com as mentes.

Toda criança deveria ser estudada em três direções. Primeiro, para averiguar a tendência natural de seus impulsos: serão eles tendentes à expressão física, ao labor manual, no qual se deveria incluir uma larga margem de oportunidades, tais como as de um operário mecânico de fábrica e a habilidade treinada de um eletricista? Haverá uma capacidade latente para uma ou outra arte, uma reação à cor e à forma, ou uma resposta à música e ao ritmo? Será a capacidade intelectual o que justificaria seguramente um treinamento mental em análise, dedução, matemática ou lógica? Então, talvez, conforme a vida prossiga, nossos jovens sejam classificados em dois grupos: o místico, sob cujo título poder-se-iam agrupar aqueles com tendências religiosas, artísticas e não práticas; e o ocultista, que incluiria os tipos intelectuais, científicos e mentais. Ao chegar aos dezessete anos, o treinamento dado deverá ter capacitado o adolescente para vibrar claramente sua nota, e deverá ter mostrado o curso que os impulsos de sua vida mais provavelmente tomarão. Nos primeiros quatorze anos, dever-se-ia dar-lhe oportunidade para experimentar em muitos campos de oportunidade. O treinamento puramente vocacional não deveria ser enfatizado até os anos ulteriores do processo educacional.

Aproxima-se o tempo em que todas as crianças serão estudadas nos seguintes aspectos:

1 – Astrologicamente, para determinar as tendências da vida e o problema peculiar da alma.

2 – Psicologicamente, suplementando o melhor da psicologia moderna com um conhecimento dos tipos dos Sete Raios, que colorem a psicologia oriental.

3 – Clinicamente, com atenção especial para o sistema endócrino. Além dos métodos modernos usuais em relação aos olhos, dentes e outros defeitos fisiológicos. A natureza do mecanismo de resposta será cuidadosamente estudada e desenvolvida.

4 – Vocacionalmente, para situá-las, mais tarde, na vida onde seus dons e capacidades possam encontrar a mais completa expressão e assim as habilite a preencher suas obrigações grupais.

5 – Espiritualmente. Com isso quero dizer que a idade aparente da alma em consideração será estudada e o lugar na escada da evolução será percebido aproximadamente: tendências místicas e introspectivas serão consideradas e sua falta aparente será registrada. A coordenação entre o cérebro e:

a) o instrumento de resposta no mundo exterior dos fenômenos;
b) os impulsos de desejo, mais as reações emocionais;
c) a mente e o mundo do pensamento;
d) a mente e a alma,

será cuidadosamente investigada para trazer o equipamento da criança, latente ou desenvolvido, à atividade, e para unificá-lo como um todo.

A terceira pergunta indaga:

“Qual é o processo do desenvolvimento do intelecto no homem?” “Como se manifesta a mente superior, se o faz, nos anos do crescimento?”

Não é possível, no curto tempo que dispomos, tratar aqui da história do progresso do desenvolvimento mental. Um estudo de seu crescimento racial revelará muito, pois cada criança é um epítome do todo. Um estudo, por exemplo, do crescimento da ideia-Deus na consciência humana daria um esclarecimento proveitoso dos fenômenos do desenvolvimento do pensamento. Uma sequência do crescimento poderia, bem inadequada e brevemente, ser tabulada como segue, baseada no processo de desenvolvimento de um ser humano:

1 – Resposta ao impacto, os sentidos do infante despertos. Ele começa a ouvir e a ver.

2 – Resposta à posse e à aquisição. A criança começa a apropriar-se, tornar-se autoconsciente e apossa-se do seu eu pessoal.

3 – Resposta ao instinto que governa a natureza animal e do desejo, e às tendências humanas.

4 – Resposta ao grupo. A criança torna-se consciente do seu ambiente e de que é parte integrante de um todo.

5 – Resposta ao conhecimento. Isso começa com a revelação de fatos informativos e, portanto, do registro, através da memória, desses fatos; assim são desenvolvidos o interesse, a correlação, a síntese e a dedicação às exigências da vida.

6 – Resposta à necessidade inata de procura. Isto leva à experiência no plano físico, à introspecção no plano emocional e ao estudo intelectivo e ao amor à leitura ou ao ouvir, trazendo a mente, dessa maneira, a alguma condição de atividade.

7 – Resposta à pressão econômica e do sexo, ou à lei da sobrevivência. Isto força-o a usar seu equipamento e conhecimento e assim assumir seu lugar como gente na vida grupal e promover o bem-estar grupal através de algum aspecto de trabalho ativo e pela perpetuação da espécie.

8 – Resposta ao conhecimento puramente intelectual. Isto leva ao livre uso consciente da mente, ao pensamento individual, à criação dos pensamentos-forma e, finalmente, à orientação firme da mente para um campo de realização e conscientização cada vez mais amplo. Essas expansões de consciência trazem, por fim, um novo fator ao campo da experiência.

9 – Resposta ao Pensador ou à alma. Com o registro desta resposta, o homem entra em seu reino. O que se encontra acima e o que se encontra abaixo se tornam um. Os mundos objetivos e subjetivos são unificados. A alma e seu mecanismo funcionam como uma unidade.

Toda educação deveria tender a essa realização. Em geral, exceto em algumas raras e altamente evoluídas almas, a mente superior não se manifesta nas crianças, não mais do que o fez na humanidade nascente. Sua presença só se pode verdadeiramente fazer sentida quando a alma, a mente e o cérebro estejam alinhados e coordenados. Lampejos de percepção e visão quando vistos nos jovens são, frequentemente, a reação de seu muito sensível mecanismo de resposta a ideias grupais e aos pensamentos dominantes de seu tempo e idade, ou alguém de seu ambiente.

Tratarei, agora, resumidamente, dos pontos levantados concernentes à atitude do professor, particularmente em relação aos aspirantes adultos.

O verdadeiro instrutor precisa tratar todos os buscadores com sinceridade e verdade. Seu tempo (tanto quanto é retido pela equação tempo no plano físico) é valioso demais para ser desperdiçado com gentilezas sociais ou abster-se de fazer comentários onde críticas serviriam a um bom propósito. Ele terá que se apoiar inteiramente na sinceridade daqueles a quem orienta. Entretanto, nem sempre a crítica e o apontar enganos e erros se mostram úteis; poderá apenas aumentar a responsabilidade, despertar antagonismos ou descrédito, ou levar à depressão – três dos mais indesejáveis resultados do uso da capacidade de crítica.

Estimulando seu interesse, conseguindo uma síntese subjetiva no grupo que está instruindo e avivando a flama de sua aspiração espiritual, o grupo poderá chegar à discriminação correta quanto à sua qualidade e necessidades comuns e assim tornará desnecessária a atitude usual do instrutor em apontar erros.

Os que estão no raio da instrução aprenderão a ensinar, ensinando. Não há método mais certo, desde que acompanhado por um profundo amor, pessoal mas ao mesmo tempo impessoal, aos que serão ensinados. Acima de tudo, prescrever-lhes-ia o inculcar do espírito grupal, pois essa é a primeira expressão do verdadeiro amor. Destaco apenas dois pontos:

Em primeiro lugar, ao ensinar crianças até os quatorze anos é necessário ter em mente que elas estão focalizadas nas emoções. Elas precisam sentir, e sentir com exatidão, a beleza, a força e a sabedoria. Não se deve exigir que racionalizem antes disso, mesmo que mostrem evidência em poder fazê-lo. Depois dos quatorze anos, e durante a adolescência, sua resposta mental à verdade deverá ser persuadida e estimulada, para tratarem dos problemas que se apresentem. Mesmo que não esteja presente, um esforço deveria ser feito para despertá-la.

Em segundo lugar, uma tentativa deve ser feita para avaliar-se o lugar da criança na escada da evolução através de um estudo dos seus antecedentes, de seu equipamento físico, da natureza de seu mecanismo de resposta com suas variadas reações, e seus principais interesses. Essa averiguação estabelece uma conexão subjetiva com a criança, muito mais potente no seu resultado do que conseguiriam meses de palavras exaustivamente utilizadas no esforço de se transmitir uma ideia.

Teorias, Métodos e Metas


É essencial que ao começarmos nosso trabalho, esteja ele baseado no que há hoje em existência. A natureza trabalha sem vazios e assim é, mesmo quando (do ponto de vista da ciência acadêmica) haja um hiato aparente entre os fatos e as espécies conhecidas. Em períodos transitórios algumas das formas intermediárias desapareceram e o espaço vazio parece estar ali. Mas, na verdade, não é assim. Não descobrimos ainda tudo o que há a ser encontrado no mundo da aparência fenomênica. Estamos atravessando nesta época um dos grandes períodos naturais de transição. Estamos estabelecendo o alicerce para o aparecimento de uma nova espécie de ser humano – uma unidade mais altamente evoluída dentro da família humana – daí muitos dos nossos problemas e muito do fracasso atual em satisfazer as exigências da raça e avaliar a carência humana pelo desenvolvimento.

Temos, no mundo, uma teoria geral quanto à educação, e certos métodos básicos são universalmente empregados. Os países variam grandemente na aplicação de métodos, e os sistemas diferem consideravelmente. Todos, entretanto, ensinam estas mesmas coisas fundamentais: ensinam os jovens do país a ler e a escrever e a obter uma medida razoável de habilidade para calcular através da aritmética elementar. Estes três são curiosamente simbólicos do completo desenvolvimento evolutivo da humanidade.

A leitura tem a ver com o revestir ideias com a forma e está relacionada ao primeiro passo no processo criativo, no qual a Deidade governada ou impelida por uma ideia (corporificando o propósito ou plano de Deus), converteu aquela ideia em substância desejada e revestiu-a com a necessária aparência externa. A escrita simboliza o método através do qual o processo é levado avante, mas, claro, é muito mais pessoal nas suas implicações. A leitura está essencialmente relacionada à percepção de alguma espécie de ideia revestida, enquanto que a escrita, por estranho que pareça, está ligada à própria relação consciente de um indivíduo às ideias, e o uso que faz das palavras, ao escrever, será a medida da compreensão que ele possa ter dessas ideias universais. A aritmética (e o poder de somar, subtrair e multiplicar) está também relacionada com o processo criativo e diz respeito à elaboração dessas formas no plano físico – que produzirão a ideia adequada e trá-la-ão à manifestação.

A visão deve ser considerada como relacionada aos níveis superiores no plano mental, onde a ideia pode ser sentida e vista. Escrever tem uma relação mais definida com os níveis concretos do plano mental e com a capacidade do homem em trazer à luz e expressar essas ideias visualizadas em sua forma particular. A aritmética tem determinada relação com os aspectos subsequentes do processo e com o aparecimento da ideia em alguma forma correlata no plano físico. A visualização do pensamento-forma é um processo que deve ser obtido através da apropriação de tanta energia pela ideia quanto necessário para torná-la efetiva ou “aparente” (falando esotericamente). Disto o simbolismo da aritmética é a expressão.

De outro ângulo, o homem lê o seu destino nos céus e o escreve em sua vida na terra; ele reduz, consciente ou inconscientemente, a ideia de sua alma à forma devida e apropriada, de modo a que cada vida some, subtraia e multiplique, até que a soma de cada experiência da alma esteja completa. Assim, simbolicamente, as três ideias básicas são mantidas na educação elementar, apesar de seu verdadeiro significado estar divorciado da realidade e a real significação estar inteiramente perdida. Tudo o que, todavia, temos emergindo, vagarosa e precisamente, por intermédio da educação mundial, é construído sobre este despercebido sustentáculo. A necessidade fundamental com que hoje se defronta o mundo educacional é a de se relacionar o processo de desenvolvimento da mentalidade humana até o mundo do significado e não ao mundo do fenômeno objetivo. Até que o alvo da educação seja orientar um homem para o seu mundo interior de realidades, teremos a mal colocada ênfase do tempo presente. Até que possamos chegar, em nossos objetivos educacionais, ao preenchimento da lacuna entre os três aspectos inferiores do homem e a alma (uma ponte que deve ter lugar nos níveis mentais de consciência), não faremos senão pouco progresso na direção certa, e todas as atividades do ínterim serão inadequadas à necessidade moderna. Até que a mente superior seja reconhecida e o lugar que a mente concreta inferior deve preencher como servidora da superior seja igualmente reconhecido, teremos o superdesenvolvimento da faculdade materializante concreta – com sua aptidão para memorizar, correlacionar fatos e produzir aquilo que irá de encontro ao desejo inferior do homem – mas ainda não teremos uma humanidade, capaz de pensar verdadeiramente. Por enquanto, a mente reflete a natureza inferior do desejo e não se esforça para perceber o superior.

Quando o método correto de treinamento for estabelecido, a mente se desenvolverá num refletor ou agente da alma e, tão sensibilizada ao mundo dos valores verdadeiros que a natureza inferior – emocional, mental e física ou vital – tornar-se-á simplesmente o servidor automático da alma. A alma, então, funcionará na terra por intermédio da mente, controlando dessa maneira seu instrumento, a mente inferior. Ao mesmo tempo, a mente permanecerá o registrador e o refletor de toda informação vinda do mundo dos sentidos, do corpo emocional, e registrará, também, os pensamentos e as ideias correntes em seu ambiente. No presente, infeliz verdade, a mente treinada é considerada como a expressão mais alta da qual a humanidade é capaz; é vista inteiramente como uma personalidade, e a possibilidade de haver algo que possa usar a mente do mesmo modo que esta, por sua vez, usa o cérebro físico, é desdenhada.

Uma das coisas que procuraremos fazer será o aprender a relação do mundo do significado com o mundo da expressão; estudar a técnica pela qual este mundo da qualidade (que se expressa através do mundo do significado) pode ser penetrado e compreendido pela consciência integrada do ser humano inteligente.

Poderá ser útil aqui esclarecer o uso, que faço, das palavras eu superior. Como sabem, a alma é um aspecto da energia divina no tempo e no espaço. É-nos dito que o Logos Solar circunscreveu para Seu uso e em cumprimento ao Seu desejo, uma certa medida da substância do espaço e deu-lhe forma com Sua vida e consciência. Ele o fez para Seus bons propósitos e em conformidade com Seu plano e intento autopercebidos. Assim, Ele se limitou. A mônada humana seguiu o mesmo processo e – em tempo e espaço – limitou-se de maneira semelhante. No plano físico e no corpo físico, esta entidade fenomênica e transitória controla seu aparecimento fenomênico através dos dois aspectos da vida e da consciência. O princípio vida – o fluxo da energia divina através de todas as formas – é centrado temporariamente no coração, enquanto o princípio consciente, a alma de todas as coisas, está localizado (temporariamente, enquanto diga respeito à natureza forma de uma unidade particular humana) no cérebro. Uma vez mais, como sabem, o princípio vida controla o mecanismo por meio da corrente sanguínea, pois o sangue é vida, e usa o coração como seu órgão central; enquanto o princípio consciência usa o sistema nervoso como seu instrumento, com as intrincadas extensões do órgão da sensibilidade, a medula.

O objetivo da educação deveria ser, pois, o treinamento do mecanismo de resposta à vida da alma. O Eu superior, ou Alma, é a soma total da consciência da Mônada, novamente no tempo e espaço. O eu inferior ou alma é, para nossos fins, o tanto daquela soma total que qualquer pessoa, em qualquer vida, possa usar e expressar. Essa atividade está sujeita ao tipo e qualidade da natureza do corpo, ao mecanismo produzido pela atividade da alma em outras vidas, e ao efeito da reação às condições do ambiente. O aumento do despertar da consciência, o aprofundamento do fluxo da consciência, e o desenvolvimento de uma continuidade interior da consciência, além da evocação dos atributos e aspectos da alma no plano físico por meio de seu tríplice mecanismo, constituem o objetivo de toda educação. Esses aspectos são, como bem sabem:

1 – Vontade ou propósito. Isso, através da educação, deveria ser desenvolvido ao ponto de a vida manifestada ser governada pelo propósito consciente espiritual, e a tendência da vida ser corretamente orientada na direção da realidade.

A direção certa da vontade deveria ser uma das maiores preocupações de todos os verdadeiros educadores. A vontade para o bem, a vontade para a beleza e a vontade para servir deveriam ser cultivadas.

2 – Amor-sabedoria. Este é essencialmente o desabrochar da consciência do todo. Chamamo-la consciência grupal. Seu primeiro desenvolvimento é a autoconscientização, que é a percepção, pela alma, de que (nos três mundos da evolução humana) o homem é Três em Um e Um em Três. Ele pode, então, reagir aos grupos associados de vidas que constituem sua própria pequena aparência fenomênica; a autoconscientização é, portanto, um estágio em direção à consciência grupal e é a consciência do Imediato.

Por meio da educação esta autoconscientização deve ser desenvolvida até que o homem reconheça que sua consciência é parte integrante de um todo maior. Ele, então, se mescla com os interesses, as atividades e os objetivos grupais. Tornam-se finalmente seus e ele se torna consciente do grupo. Isto é amor. Leva à sabedoria, que é amor em atividade manifestada. O interesse pessoal torna-se interesse grupal. Tal deveria ser o principal objetivo de todo verdadeiro esforço educacional. O amor ao ego (autoconsciência), o amor aos que estão à nossa volta (consciência grupal), torna-se, finalmente, amor ao todo (consciência de Deus). Tais são os passos.

3 – Inteligência Ativa. Isto diz respeito ao desenvolvimento da natureza criativa do homem consciente, espiritual. Ela ocorre pelo correto uso da mente, com seu poder para intuir ideias, para responder a impactos, para interpretar, analisar e construir formas para revelação. Assim a alma do homem cria. Este processo criativo pode ser descrito, no que concerne a seus passos, como segue:

a) A alma cria seu corpo físico, sua aparência fenomênica, sua forma exterior.

b) A alma cria, no tempo e no espaço, de acordo com seus desejos. Dessa maneira, o segundo mundo de coisas fenomênicas vem à existência e nossa moderna civilização é o resultado desta atividade criativa da natureza desejo da alma, limitada pela forma. Ponderem sobre isso.

c) A alma cria pela ação direta da mente inferior, daí o aparecimento do mundo de símbolos que preenchem nossas vidas unidas com interesses, conceitos, ideias e beleza, pela palavra escrita, pela palavra falada e as artes criativas. Estes são os produtos do pensamento dos pensadores da raça.

A correta direção desta tendência já desenvolvida é a meta de toda educação verdadeira. A natureza das ideias, a maneira de as intuir, e as leis que deveriam governar todo trabalho criativo são seu intento e objetivos. Assim chegamos ao mundo dos atributos que suplementam a atividade dos três aspectos, do mesmo modo que os três raios maiores são realçados pelo trabalho dos quatro raios menores. Esses quatro desenvolvimentos atributivos no homem, por meio da atividade da alma em manifestação, são:

4 – O atributo da harmonia, produzida através do conflito. Isto conduz à libertação e ao poder final de criar. Este é um dos atributos com os quais a educação deveria lidar do ângulo da intuição e que deveria sustentar ante seus expoentes, como objetivo tanto da personalidade quanto do grupo. É o atributo latente em todas as formas e é aquela solicitação inata ou descontentamento que leva o homem a lutar, a progredir e evoluir, a fim de, finalmente, estabelecer sintonia e união com sua alma. É o aspecto mais inferior daquela tríade superior espiritual e monádica, que se reflete na alma. É a consciência da harmonia e a beleza que impulsiona a unidade humana ao longo do caminho da evolução, até o consequente retorno à sua Fonte emanante.

A educação deveria trabalhar, portanto, com essa insatisfação e interpretá-la para os que são ensinados, para que se possam entender uns aos outros e trabalhar inteligentemente.

5 – O atributo do conhecimento concreto, pelo qual o homem é capaz de concretizar seus conceitos e assim construir pensamentos-forma por onde materializar suas visões e seus sonhos e trazer suas ideias à existência. Isso ele faz através da atividade da mente concreta inferior.

O verdadeiro trabalho da educação é treinar o homem inferior na discriminação correta e na verdadeira sensibilidade para a visão, de maneira que ele possa construir fielmente segundo o propósito de sua alma e produzir na terra o que será sua contribuição para o todo. É precisamente aqui que o trabalho da educação moderna deve começar. O homem ainda não pode trabalhar com inteligência no mundo das ideias e dos modelos; ele ainda não é sensível aos verdadeiros valores espirituais. Essa é a meta do discípulo, mesmo que as massas não possam, todavia, funcionar nesses níveis. A primeira coisa que precisa ser feita é treinar a criança no uso correto da faculdade discriminatória e no poder da escolha e do objetivo dirigido. Ela deve ser levada a uma compreensão mais exata do propósito fundamental da existência e conduzida ao trabalho com sabedoria no campo da atividade criativa, o que significa, em última análise, no adequado uso da substância mental (a chitta de Patânjali). Assim, e somente assim, pode ser libertada do controle de sua natureza inferior.

6 – O atributo da devoção é o seguinte a ser considerado. A devoção cresce a partir (e é o fruto) da insatisfação, mais o uso da faculdade de escolha. De acordo com a profundeza do descontentamento de um homem e do seu poder de ver claramente, ele passa de um ponto de satisfação temporária a outro, demonstrando cada vez sua devoção a um desejo, a uma personalidade, a um ideal e a uma visão, até que, finalmente, ele se unifique com o ideal que representa a mais alta possibilidade para o homem. Este é, primeiramente, a alma; e depois a Superalma ou Deus.

Os educadores se deparam, pois, com a oportunidade de lidar, inteligentemente, com o idealismo inato, a ser encontrado em qualquer criança, e com a interessante tarefa de guiar o jovem do mundo a prosseguir de uma meta realizada à outra. Mas isto deverão eles fazer no futuro, do ângulo do objetivo final da alma e não, como no passado, do ângulo de um critério particular da educação nacional. Esse é um ponto importante, pois marcará a mudança da atenção do não essencial para o essencial.

7 – Finalmente, o atributo da ordem e a imposição de um ritmo estabelecidos através do desenvolvimento da faculdade inata de funcionamento sob objetivos e rituais dirigidos. Este particular atributo de divindade está agora superiormente desenvolvido em um aspecto, de maneira que temos hoje muita padronização da humanidade e a imposição autocrática de um ritmo ritualístico sobre a vida pública num grande número de países. Pode ser visto à perfeição na vida de nossas escolas públicas – mas é uma perfeição indesejável. Isso se deve, em parte, ao reconhecimento de que a unidade, ou o indivíduo, é apenas uma parte de um todo maior (reconhecimento muito necessário) e uma parte do desenvolvimento evolutivo da raça. Devido, entretanto, à nossa aplicação defeituosa de qualquer verdade nova, significa por enquanto a imersão daquela unidade no grupo, deixando-lhe pouca oportunidade para o livre desempenho da vontade, da inteligência, do propósito e da técnica da alma individual. Os educadores terão que trabalhar com este princípio do atributo inato e este instinto para o ritmo ordenado, tornando-o mais criativamente construtivo, assim provendo, por seu intermédio, um campo para o desenvolvimento dos poderes da mente.

Fonte: http://portaldosanjos.ning.com/group/mestredjwalkul/forum/topics/visao-cosmica-da-educacao-4

domingo, 12 de setembro de 2010

Semeadores de Inocência




Inocência, centelha de vida, Cristal transparente que observa a essência
 Água que corre ativando e contendo
Permitindo chegar mais além dos limites mentais
Cada instante é presente eterno, mágico momento
É nele que tudo acontece e vives intensamente
Não há juízo nem preconceito, aceitação profunda
Da consciência desperta... Oceano imenso
Navegando na certeza da vida
Fresco clamor, anunciando na luz dourada
O novo amanhecer da era que marca
A trilha percorrida da consciência florescida
Meninos e meninas… brincando e aprendendo…
O novo tempo batendo… sinos soando…


O que se pode falar dos seres inocentes?...

Seres navegantes de universos soberanos, na essência da realização permanente da consciência na experiência...
Seres amados, companheiros cedidos, entusiasmados com o servir ao propósito convocados.
Muitos já encarnados, outros, a caminho… Outros de forma energética, mas todos ajudando… Sustentando a limpeza profunda do mental coletivo, carregado e densificado da humanidade adormecida… humanidade como família que começa a bocejar, a sair da sonolência e pondo-se a funcionar.
Assumir a unidade que com o planeta se gera, é parte do caminhar quando se toma consciência... O que é tomar consciência senão outra coisa que dar-se conta?... Dar-se conta do sonho ansiado e sonho inquieto... Do despertar e o acionar...
Enquanto isso, a inocência se derrama como balsamo… encarnada em personagens que nos olham a face… com seus olhos somente te vê, sem julgar nem dizer nada... Porem é tão transparente a mirada que os véus e ilusões se desnudam...
A verdade se faz presente e sorrindo se abraça, o clamor da fraternidade é uma canção já conhecida... Em muitas mentes ressoando, a inocência vai calando... Iluminando o caminho percorrido destacando com entusiasmo a aprendizagem realizada.
Inocência em meninos e meninas… como poder cuidar-te e sustentar-te?
Simples… somente olhando seus olhos e observando mais alem da aparência, deixa que chegue a essência, em ti também habita a inocência.
Quando sentes que podes ver-te, então poderás ver aos demais, conectar coração a coração e fazer grandes pontes de amor. No reconhecimento de quem somos e na interconexão, não é necessário dizer mais... Somente fluir bastará!...
Ir ao mundo do menino, da menina… conectar com sua percepção, muitas vezes distinta e pintada de cores, que às vezes pensa que nem existem... Deixar-te levar e permitir-lhes aflorar. As cores te ajudarão a decorar a realidade... Ou talvez vê-la de verdade?
Antes de exigir atenção e cuidados, precisas SENTIR o mundo de quem está a teu lado... Sabes que em cada ser humano há um universo armado?... Quanta magia em potencia se conectarmos bem os laços... E nos damos conta que estamos todos no mesmo campo.
Tomar consciência do impacto de tuas palavras, o impacto da desarmonia e desalento. Tudo se transmite quando queres comunicar, é preciso permitir o sincero sentir, ainda que não esteja de acordo com teu protocolo de acionar o mental, se é sincero o sentir, com amor conseguirás expressar... Desta forma tuas palavras poderão ir mais alem e navegar dentro do menino ou da menina que pretendes educar.
Sai de ti e de tua necessidade… respira e sente a imensidão do mundo desse menino ou menina com quem estás não importando quantos estejam juntos ao mesmo tempo, tu podes conectar-se com cada um profundamente e em alerta estarás... Assim a turma se acelera, pois pões somente a verdade e o conhecimento ingressa contido em sinceridade.
Todos nós estamos crescendo e descobrindo quem somos na realidade, pois finalmente, nos daremos conta que juntos construímos esta grande oportunidade de permitir experimentar o gosto de realizar, a consciência disposta a partir de toda a humanidade, com a assistência do planeta e o sistema solar, a galáxia se regozija ante tão bela variedade.
Infância que vai crescendo, com mais maturidade… que maior presente para brindar que permitir-lhes manifestar o ciclo evolutivo em que se encontram?...
Reconhecer a inocência em seu sutil e profundo atuar, nos permitirá juntos abrir este grande portal!!!!!
Documento pertencente à Rede de Educação Evolutiva. Autoriza-se a reprodução, respeitando a fonte original:Irdinave, Educación Evolutiva.http://www.educacionevolutiva.org/

Tradução: sandraferris@globo.com