(Inês
Baptista)
(Artigo
publicado no número de Fevereiro da Revista portuguesa "Pais e
Filhos", da autoria da sua diretora, Inês Baptista).
Sensíveis,
intuitivas, criativas, algumas com capacidades paranormais, quase todas resistentes
à imposição de autoridade e capazes de formular as suas próprias teorias acerca
do mundo, as crianças índigo chegam com a missão de transformar a humanidade.
São seres da nova energia, arautos da paz, mensageiras da luz. Estão a nascer
em todas as casas e é importante aprender a reconhecê-las. Há quem lhes chame
«Crianças das Estrelas», «Crianças do Milênio», «Crianças da Luz». Quem
acredite que são «os seres humanos do futuro», quem defenda que chegam a terra
«saturadas de uma vibração anímica» que, até agora, não era comum e quem
garanta que «sabem quem foram e o que vieram fazer nesta vida». Nancy AnnTape,
uma conhecida parapsicóloga americana, foi quem primeiro as designou
como«crianças índigo», depois de ter constatado que era essa a cor da aura que
as envolvia. Uma cor azul-índigo que está conotada com o sexto chakra, também conhecido
como «terceiro olho». Em termos simbólicos, este é o chakra da percepção consciente
da essência, aquele que nos permite ver para além do mundo palpável e nos dota
de faculdades psíquicas para podermos perceber os arquétipos. Não será, assim,
pura coincidência o fato de as crianças índigo serem particularmente sensíveis,
extremamente intuitivas, e que algumas tenham capacidades paranormais. E mesmo
que à primeira vista não seja fácil distingui-las no meio das crianças comuns,
os entendidos garantem que elas são cada vez mais em maior número e que estão
espalhadas por todo o planeta. À luz de uma perspectiva mais esotérica, o grande
dom destas crianças é essencialmente espiritual. Algumas podem até
ser superdotadas em termos cognitivos e/ou de aprendizagens, mas não é
isso o que realmente as diferencia das outras. Para quem acredita na teoria da
reencarnação, as crianças índigo são velhas almas de regresso ao planeta Terra,
cuja missão é transformar profundamente a humanidade e o mundo.
Não se pense,
porém, que o fenômeno índigo se esgota nas explicações esotéricas da Nova Era e
dos seus seguidores. Nelson Lima, neuropsicólogo, diretor do Instituto da Inteligência
e da Academia de Super-dotados, Membro da Academia de Ciências da Califórnia,
Investigador da Bircham University, entre outras coisas, é apenas um dos muitos
cientistas que tenta dotar este fenômeno «de uma teoria credível». Por isso se propõe
«analisar os aspectos culturais e sociais que lhe estão associados
(e,eventualmente, os espirituais e religiosos)». E explica: «Embora não adote a
versão espiritual, não posso, de maneira nenhuma, dizer que não existem
fenômenos espirituais, pois todos sabem que existem. No entanto, vejo as
crianças índigo de outra perspectiva e, para mim, elas são crianças da nova
era, produtos próprios de um novo tempo que criamos, de uma verdadeira
tecnosfera que envolve o planeta.» Habituado a trabalhar com crianças especiais
– no Instituto da Inteligência fazem-se, todos os dias, testes para descobrir
meninos superdotados – Nelson Lima está familiarizado com uma nova geração que
«não tem nada a ver com as crianças de há 30 ou 40 anos.»No entanto, ele
próprio admite que este novo conceito de «índigo» ultrapassa os aspectos da super-dotação.
«A arquitetura cognitiva das crianças de hoje é totalmente diferente, já que
existem muito mais ligações entre os neurônios. Nos índigo, para além desse
aspecto, parece haver uma capacidade inata para entender o mundo e as leis que
o regem. Eles conseguem ter uma visão holística dos problemas, uma inteligência
espiritual fora do comum. Adotando uma linguagem ligada ao espiritualismo, eu
diria que os índigos têm uma alma muito grande. Digo ‘alma’ no sentido em que Jung diria... Alma. »
Seja em que sentido for, parece haver certo consenso entre a perspectiva
esotérica e a perspectiva científica. É a alma das crianças índigo que as torna
especiais, mesmo que essa alma seja, como defende Nelson Lima, «uma criação da
mente».
Geração
de emergência
Independentemente
da fé que se professa ou da ciência que se pratica, não é difícil perceber que
o mundo atravessa momentos de mudança. A Era de Aquário não é apenas uma
expressão que está na moda, mas uma indicação precisa de que estamos a passar
para um novo ciclo. Deixamos a Era de Peixes, marcada pela violência, pelo
materialismo, pela obscuridade, e dirigimo-nos para a Luz. Como escreveu Nelson
Lima, num texto sobre o fenômeno índigo (e reparem que são de um cientista, e
não de um astrólogo, as palavras que se seguem): «As três grandes características
do signo do Aquário – o Ar, o Masculino e Urano – permitem, de acordo com os
seus adeptos, esperar um período de paz e harmonia universal, uma aberturada
inteligência humana ao belo, ao amor e à fraternidade e uma expansão da consciência
que nos permitirá melhor compreender as grandes leis que regem a Vida e o
Universo do qual fazemos parte integrante. Será então um período marcado pela mudança
de paradigmas, aceleradas e fantásticas transformações políticas e
sociais,avanços tecnológicos de impacto profundo nas nossas vidas (e nos nossos
cérebros)e uma maior consciência dos graves e preocupantes problemas que
enfermam a humanidade e o planeta Terra.» É precisamente para nos ajudar a
tomar consciência destes «graves e preocupantes problemas» que os índigos estão
a chegar. Eles são, no fundo, os operadores da mudança, aqueles que vêm romper
com os velhos sistemas e as velhas estruturas para recuperar e curar o planeta.Numa
conferência proferida em Novembro de 2002 sobre estas crianças (disponível para
download na internet em http://www.velatropa.com),
André Louro de Almeida afirma: «O contexto dos índigo é o planeta em que nós
estamos – um planeta que não está bem. E, não só não está bem, como não tem
tempo. E, quando não há tempo, o Logos (a forma ordenadora por detrás da
evolução da Terra) faz emergir uma geração que não lida com a idéia de ‘para
amanhã’, que não dissocia. E, se não dissocia, as coisas estão para acontecer
AGORA. Os índigos trazem como impulso atuar JÁ.
Eles são a geração de emergência.»
Características
dos Índigos
Atuar
JÁ. E, no entanto, para que possam atuar JÁ, os índigos precisam
ser reconhecidos. Pelos pais, pelos educadores, pelos professores, pela
sociedade em geral. Não,
não são pequenos extraterrestres azul-índigo que devemos procurar. Para quem é
capaz de ver auras, bastará um olhar de fora. Todos os outros, no entanto,terão
de olhá-los por dentro. Isabel Leal, terapeuta de Reiki e com um livro sobre
estes meninos na forja, alerta: «Eles estão a nascer em todas as casas e vão
provocar uma inversão total de valores. Só entendem a linguagem do amor, não se
deixam enganar nem se desviam do seu caminho.Resistem aos padrões de
educação tradicional e dão nas vistas pelo seu comportamento.»
Mas
qual é, afinal, o comportamento de uma criança índigo? Lee Carroll e Jan
Tobber, autores de um livro que já vendeu milhares de exemplares em todo o
mundo apresentaram, nesse mesmo livro, as dez características mais comuns da
Criança Índigo. São elas:
1.
Vêm ao mundo com um sentimento de realeza (e, freqüentemente, comportam-se como tal);
2.
Têm a sensação de que merecem estar aqui e surpreendem-se quando os outros não
sentem o mesmo;
3. A auto-estima não é alvo
de grandes preocupações e, muitas vezes, estas crianças sabem dizer exatamente
quem são;
4.
Têm grandes dificuldades em aceitar a autoridade absoluta, sobretudo aquela que
não dá explicações nem alternativas;
5.
Há coisas que elas, pura e simplesmente, não são capazes de fazer, como
esperar quietas numa fila;
6.
Sentem-se frustradas com sistemas repetitivos, que não requerem criatividade;
7.
Têm, muitas vezes, melhores formas de fazer as coisas, tanto em casa como na escola,
o que as torna rebeldes e desintegradas, aos olhos dos outros;
8.
Se não houver outros com o mesmo nível de consciência, podem sentir que não há ninguém
que os entenda e tornar-se anti-sociais;
9.
Não respondem à disciplina da culpa (‘Espera que o teu pai chegue a casa para
ver o que fizeste’ é uma fórmula ineficaz);
10.
São, por vezes, tímidos a expressar aquilo de que necessitam. Embora Lee
Carroll e Jan Tober sejam uma referência incontornável quando se fala de crianças
índigo (há ainda poucos livros publicados sobre este tema), é importante não ser
redutor na análise das características que ambos apontam. Ou seja, há seguramente
alguma verdade nestas suas afirmações, mas a nossa procura – enquanto pais,
professores, educadores – não deverá resumir-se a marcar cruzinhas na lista
acima descrita. Os meninos índigo entendem, essencialmente, a linguagem do amor.
E é com o coração que os devemos procurar.
A
importância dos pais e dos professores
Se
procurá-los com o coração é o primeiro passo, muitos outros se têm de dar a seguir.
Dentro de casa e na escola, os dois universos de referência nos primeiros anos de
vida, pais e professores precisam perceber que os velhos modelos não servem para
estes meninos. «Os pais têm de tomar consciência que há conhecimentos novos que
não são do seu tempo», alerta Nelson Lima.
«Numa
sociedade em que a competitividade, o sucesso e a fama já não são apenas
aspirações, mas valores, os pais querem a todo o custo que os filhos se tornem
acadêmicos, técnicos, cientistas... Isto é, pessoas evoluídas culturalmente.
Pouco lhes importa a filosofia ou a espiritualidade. E acabam por ser
castradores.Porque canalizam os filhos no sentido de cumprirem o que eles não
foram capazes.»
Daí
ser tão importante, na opinião deste neuro-psicólogo, «dar a palavra às
crianças.» E acrescenta: «Saibamos nós, adultos, não reduzir tudo isto a nada,
fazendo com que os nossos filhos recuem e dando assim continuidade aos nossos
disparates.»Quanto à escola, Nelson Lima é radical: «É urgente destruir a
escola atual e edificar uma nova.» Porquê? “Porque, tal como existe, a
escola é um entrave à evolução destas crianças. Costumo dizer aos professores,
a quem dou formação, que temos uma escola neurótica, uma escola
obsessivo-compulsiva. Neurótica, porque anda à deriva, sem rumo. E,
obsessivo-compulsiva porque tem como objetivo ensinar, no mais curto espaço de
tempo, saberes que são considerados essenciais, mas que servem para muito pouco.”
Não há dúvida, são precisos novos caminhos.André Louro de Almeida deixa uma
dica: «Quem é que chegou à escola e teve um educador que olhou para ele e
disse: ‘Olha um dom! Vamos abrir a prenda e descobrir qual é.’ Quem
encontrou uma postura toda receptiva, que constrói uma atmosfera de segurança e
autoconfiança na qual o dom possa começar a vir de cima? (...) “Temos de ter a
inteligência emocional de acolher um ser destes [índigo] como um dom que
chegou.”
Principezinhos
no meio do deserto
O
dom, o dom de ser índigo, embora só agora comece a «dar nas vistas», existiu
desde sempre nos seres humanos. São muitos os exemplos ao longo dos séculos, apesar
de muito espaçados, era um aqui, outro ali, não se tratava ainda de uma geração
inteira. Peguemos num que se manteve eternamente criança. Ao criar o
Principezinho, Saint-Exupéry presenteou-nos, de certa forma, com a essência dos
índigos. É de meninos com essas características que devemos ir à procura.
Meninos sensíveis, intuitivos, um pouco solitários, por vezes, sobretudo quando
não encontram eco nos outros. Meninos que resistem aos velhos padrões de
energia e não respondem nem se enquadram em estruturas rígidas ou
pré-estabelecidas. Que são incapazes de dissociar, isto é, que não conseguem,
ao invés de tantos adultos, pensar e/ou sentir uma coisa e depois fazer
outra, totalmente diferente. Que não pactuam com a mentira. Que não têm medo.
Que não aceitam argumentos vazios de significado - «porque sim», «porque não» -
nem explicações prepotentes - «porque eu estou a mandar» - nem padrões de
resposta instituídos - «porque foi sempre assim». Meninos diferentes que serão
cada vez mais, pois os Principezinhos de hoje já não vagueiam (apenas) por
desertos longínquos à espera que um aviador lhes desenhe uma ovelha. «Grandes
homens têm defendido uma nova humanidade», diz Nelson Lima. “E os índigos
trazem, de fato, o germe dessa nova humanidade. Não podemos correr o risco de
deixar de aproveitar esta fase extraordinária da nossa história humana para
darmos o grande salto em
frente. Estamos de tal forma prisioneiros de sistemas que nós
próprios criamos que, se não formos capazes de sair dessas jaulas, o fenômeno
índigo será um fenômeno meramente passageiro.” Ainda que o risco (teoricamente)
possa existir, há uma evidência que já ninguém pode negar. Como diz Isabel Leal
«eles estão a nascer em todas as casas». Existem, de carne e osso, em muitas
famílias. Existem e vão pedir-lhe desenhos de ovelhas (não, não é um elefante
dentro de uma jibóia que eles querem!), vão contar-lhe as conversas que têm com
os anjos, vão questionar tudo o que não faz sentido, vão descobrir quando lhes
estiver a mentir, vão exigir a mudança, vão alterar profundamente os
padrões de comportamento da sociedade em que vivem. Por favor, dê-lhes ouvidos.
Fonte:http://www.terapiaquantica.com.br/TQ2004/Artigos%20Criancas%20Indigo.htm
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