Maribel Oliveira Barreto
Resumo
O presente artigo tem como
objetivo fomentar uma sinergia nacional acerca do estudo da Consciência, através
da educação formal e se apresenta como um convite à reflexão do educador sobre
o seu papel de auxiliar no processo de despertamento, construção,
desenvolvimento e/ou expansão da Consciência dos educandos, incluindo ações que
favoreçam a integração do seu sentir, pensar e agir.
Palavras-chave:
Consciência, educação.
1 - INTRODUÇÃO
Consciência implica
operação que não deixa resto.
(A Arca, II.13:4821)
A temática proposta no
presente artigo: “Consciência e Educação” retrata, de
certa forma, a consciência
que temos da responsabilidade como dever e da liberdade como direito, bem como
da nossa utilidade individual e social, especialmente, através da educação, e
do fato de buscarmos, no dia-a-dia agir e interagir com base, não só no conhecimento,
mas também no autoconhecimento, em prol da auto-realização.
Apesar dos estudos sobre
Consciência não serem recentes, eles têm sido
aprofundados a partir do
século XX, à luz de reflexões e abordagens teórico-práticas de psicólogos
transpessoais, pedagogos, filósofos, físicos quânticos, neucientistas, sociólogos,
revelando, direta ou indiretamente, a necessidade de fazermos Ciência com
Consciência.
O estudo da Consciência,
por sua vez, nos remete a uma melhor compreensão
da vida, a partir da
concepção do Ser Humano como uma totalidade. Portanto, um Ser que sente, pensa
e age, lembrando que os nossos sentimentos, pensamentos e atos, nada mais são
senão expressões de nossa consciência. Com isso, buscamos ouvir e atender a um
apelo contemporâneo por uma educação integral, transcendendo a visão dual entre
ciência e religião.
Até porque enquanto a
educação estiver sendo dissociada do corpo, da alma e
da totalidade do Ser
Humano significa que as ciências ainda abstêm-se do que indica a noção exata de
Consciência e de Lei Natural, para a evolução abreviada consciente do gênero
humano; e, enquanto assim, os educandos inclinam-se na busca prioritária da segurança,
satisfação e felicidade, sem a razão, o bom senso e a boa intenção; por conseguinte,
sem a sabedoria, a força e a beleza nas ações.
Por isso, não nos cabe
mais, por exemplo, buscar fazer Ciência sem
Consciência, ou mesmo
buscar promover o desenvolvimento profissional, através da educação, sem a
preocupação com o despertamento, desenvolvimento e socialização do potencial
humano como um todo. Afinal, Ciência sem Consciência deforma a alma humana e
fragmenta o corpo físico.
Nesse contexto,
confirmamos a necessidade de uma educação voltada para o
desenvolvimento integral
do Ser Humano, fundamentada no estudo da Consciência, a partir da compreensão
de que todo trabalho pedagógico deve, no mínimo, propor a criação de
oportunidades que possibilitem conduzir o educando ao despertamento, conhecimento,
desenvolvimento e expansão de sua consciência, em função da sua necessidade de
conhecer, autoconhecer e auto-realizar, considerando a Finalidade da Vida e a
Razão de Nossa Existência.
Assim sendo e considerando
que a prática da reflexão propicia o discernimento,
este, a iniciativa, e toda
iniciativa, as realizações, iremos nos dedicar às reflexões sobre educação e o
nosso papel enquanto educadores, com o propósito de realizações ainda maiores.
2 REFLEXÕES
SOBRE A EDUCAÇÃO
Inegáveis e inúmeras são
as demandas no atual sistema de educação, pois
vivemos em tempo de
profundas e significativas transformações, que podem ser
facilmente compreendidas
em função do grau de Consciência dos sujeitos diretamente envolvidos com a
nobre causa de educar, conscientemente, o ser humano.
Tendo em vista essas
mudanças aceleradas da civilização humana, urge o
momento de agir
conscientemente em relação ao nosso sistema educacional. Estudos voltados para
a prática de uma educação com Consciência envolvem uma efetiva e peculiar
revolução/transformação do modo dualístico de conceber a realidade humana que incorpora,
pensamento e sentimento, objetividade e subjetividade, individualidade e
sociedade, convertendo, dialeticamente, as dualidades em totalidades, a partir
de um referencial integral da existência humana.
Sob esta ótica, a educação
deve contribuir para o desenvolvimento pessoal,
profissional e espiritual
dos educandos, incluindo as dimensões da intelectualidade, da objetividade, bem
como adentrando nos meandros da subjetividade, de forma que favoreça o
desenvolvimento integral do Ser Humano nos seus aspectos: físico, intelectual,
emocional e, sobretudo, espiritual.
Há os que consideram que
apenas instruindo o ser humano, fazendo-o coligir e
correlacionar fatos e
técnicas, estão educando-o. É um ledo engano essa idéia de que as informações,
instruções, testes e diplomas devam ser os nossos critérios de educação.
A educação tem como fim
integrar o Ser Humano, torná-lo sensível para
enfrentar os desafios da
vida e seus complexos ditames. Torná-lo inteligente não em um nível
circunscrito, mas, sim, em todos os níveis e viver em todos os níveis
conscientemente.
Nota-se, hoje, que tem
sido dado mais valor aos sistemas técnicos educacionais
do que propriamente ao Ser
Humano. Esqueceu-se que tão somente ensinar uma
técnica ao Ser Humano é a
maneira, senão a mais tola, a menos inteligente e
consciente de se educar.
Isto gera novos desafios
para o ensino, uma vez que não basta ensinar o que é
conhecido; é também
necessário capacitar o educando para questionar, refletir,
transformar e criar,
através de um método educativo que prime pelo ensino que facilita a
aprendizagem, bem como toda aprendizagem que desperta o sentimento,
favorecendo novas
criações.
Nesse contexto, o
conhecimento das teorias sobre a prática educativa, os melhores métodos para a
aprendizagem e o sentimento de responsabilidade para com o processo de educar
subjetividades são fundamentais para todo educador,
comprometido com a
educação.
Assim, no amanhecer deste
novo milênio, é constatável que já passamos por
diversas experiências
individuais e sociais, já abraçamos diversas teorias e o problema da integração
do Ser Humano ainda perdura, nos instigando a questionar as abordagens
educacionais que se dedicam, prioritariamente, à dimensão exterior do Ser Humano,
ou mesmo ao desenvolvimento das dimensões do agir e do pensar, em detrimento da
dimensão do sentir.
Isto não quer dizer que
devemos abandonar a ciência e a tecnologia, mas sim
buscar integrá-las com o
respaldo de princípios éticos, morais e estéticos elevados.
Afinal, é o despertamento,
conhecimento, desenvolvimento e expansão da Consciência que implica progresso e
não o avanço tecnológico.
Não podemos ser ingênuos
em acreditar que uma transformação desta natureza
se originará de elites
dominantes ou será proveniente de instâncias superiores
figuradas como ordem
divina, numa dimensão de fora para dentro, ou da sociedade para o indivíduo,
mas, ocorrerá sim, através de uma transformação que parta de dentro de cada Ser
Humano.
O projeto educativo é,
então, integrar e não afastar o Ser Humano de si mesmo,
o que implica ter presente
seus valores subjetivos, além dos objetivos, proporcionando aos educandos
condições de uma formação adequada, de tal maneira que possam descobrir, por si
só, suas tendências e valores próprios, bem como sua finalidade de existir,
seus deveres naturais para com a vida, incluindo valores que envolvam as pessoas,
de um modo geral, e o equilíbrio dinâmico nas relações cotidianas.
Uma prática educativa, a
partir de uma visão integral, emerge como um antídoto,
entre outros, para a nossa
sociedade, que está alicerçada, até prova em contrário, no descuido com a
formação integral do Ser Humano, demonstrado nas ações cotidianas, fazendo com
que, do ponto de vista pessoal, tornemo-nos descuidados conosco mesmos e com os
outros e, do ponto de vista da educação, formemos, na maioria das vezes,
profissionais e técnicos, mas não seres humanos. Com isso, denunciamos não só
esquecer, mas inobservar que muito antes de sermos profissionais somos seres humanos.
Cabe ressalvar que estes
profissionais podem até ser competentes em suas
ações específicas, mas, a
maioria não se sente capaz de compreender a realidade e agir em função do todo,
o que pode garantir uma ação eficiente, porém, nem sempre adequada do ponto de
vista humano, seja ele individual ou coletivo, gerando, por conseguinte, ações
que acabam fomentando o caos social, até porque um Ser Humano fragmentado, só
pode oferecer, à sociedade, fragmentação.
Nessa perspectiva, algo
nos chama atenção. Em 1999, a Unesco elaborou um
relatório sobre educação,
intitulado: “Educação - um tesouro a descobrir” no qual o
organizador desse
relatório reuniu educadores do mundo inteiro que chegaram a uma síntese que foi
divulgada através dos 4 pilares da educação para o século XXI, a saber: aprender
a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.
O aprender a ser,
inclusive, foi compreendido como o aprendizado basilar. Ou
seja, se a pessoa não aprende
a ser as outras aprendizagens ficam comprometidas.
Porém, precisamos parar
para refletir que desde o ano de sua publicação (1999) até os dias atuais
(2006) - sete anos se passaram - e continuamos convivendo com problemas
individuais e sociais incalculáveis, em detrimento do equilíbrio dinâmico nas relações
cotidianas. Os índices de corrupção, violência e volúpia se estendem, quando deveriam
estar diminuindo. Estaria faltando alguma coisa? Qual seria a origem dos referidos
problemas?
A nossa proposição,
portanto, é incluir a Consciência como a base que sustenta
os quatro pilares da
educação, sob pena de estarmos, ainda, expandindo conflitos. Até porque
Consciência significa sem conflito e nos favorece distinguir o melhor caminho que
devemos seguir, em prol do equilíbrio dinâmico do Universo, através das Leis Naturais
que o rege.
3 CONCEPÇÕES
DE CONSCIÊNCIA
Assumimos, portanto, a
necessidade da consciência ser a base de sustentação
dos quatro pilares da
educação para o século XXI, afinal, ela é a melhor maneira de conhecermos a nós
mesmos, nos conduzindo da fragmentação à Totalidade, a partir da ampliação da
nossa percepção acerca da realidade, como um todo.
Assim sendo, faremos um breve
percurso pelas diferentes, porém
complementares concepções
acerca da Consciência, segundo alguns representantes da psicologia
transpessoal, da educação, da filosofia, da sociologia, da medicina, da física,
com o objetivo principal de fazer da diversidade a unidade, nos capacitando e possibilitando
ver melhor a realidade.
A etimologia da palavra, a
partir das línguas saxônicas, como o inglês, permite
diferenciar dois tipos de
Consciência: conscience, que é a Consciência em seu sentido moral e consciousness,
traduzindo seu sentido psiconeural. O idioma português dispõe de apenas uma
palavra para atender aos dois significados, indicando a consciência como
sinônimo de "Conhecimento, noção do que se passa em nós [...] Percepção mais
ou menos clara dos fenômenos que nos informam a respeito da nossa própria existência
[...]" (Houaiss, 1980, p.219).
Numa dimensão de análise
filosófica, Lalande (1999, p. 195) define a
Consciência como a “intuição
(mais ou menos completa, mais ou menos clara) que o espírito tem dos seus
estados e atos”. Ela se apresenta como um elemento
fundamental do pensamento
anterior à distinção entre o conhecedor e o conhecido, “é o dado primeiro que a
reflexão analisa em sujeito e objeto” (Id. Ibid.).
O físico e teórico de
sistemas, Capra (1999), afirma que a Consciência é uma
propriedade da mente
caracterizada pela percepção e cognição de si própria. Para ele, a percepção e
a cognição de si mesmo só se manifestam no ser humano, através da Consciência,
isto é, da autoconsciência. Fala ainda de Consciência como percepção do que
acontece à nossa volta.
Damásio (2000),
neurologista de formação, entende que, hoje, o último limite a
ser transposto pelas
ciências da vida é desvendar a mente, destacando a Consciência como o mistério
supremo a ser esclarecido.
De acordo com os estudos
de Morin (2000), um dos principais pensadores sobre
complexidade, que vê o
mundo como um todo indissociável, afirma que:
[...] As ciências humanas
não têm consciência dos caracteres físicos e
biológicos dos fenômenos
humanos. As ciências naturais não têm consciência
de sua inscrição numa
cultura, numa sociedade, numa história. As ciências não
tem consciência do seu
papel na sociedade. As ciências não têm consciência
dos princípios ocultos que
comandam as suas elucidações. As ciências não
têm consciência de que lhes
falta uma consciência [...]
Morin (Id., p. 10-11) nos
apresenta a consciência em dois sentidos: moral e
intelectual. No sentido
moral, corrobora com o pensamento de Rabelais que diz:
“Ciência sem consciência é
apenas ruína da alma”. E no sentido intelectual, relaciona com a aptidão
auto-reflexiva, considerada como qualidade-chave da consciência. Em 1982, Morin
já afirmava que “[...] consciência sem ciência e ciência sem consciência são
radicalmente mutiladas e mutilantes [...]”.
Nesse sentido, a educação
assume um papel essencial na condução de
princípios conscientes
para a formação integral dos educandos, até porque quando a educação nos conduz
a falsos princípios podemos antecipar que a ciência é pervertida para servir a
objetivos dúbios e destrutivos; bem como a cultura, ao invés de ampliar, estreita
as nossas perspectivas, tempo em que fomenta a corrupção, violência e volúpia,
e com isso demonstramos os efeitos de fazer ciência sem Consciência. Daí, todos
nós corremos riscos e perigos inevitáveis, e de prejuízos quase que
irreparáveis.
Para Grof (2000),
psiquiatra e estudioso da psicologia transpessoal, a
Consciência é algo que
simplesmente existe e que, em última instância, é a única
realidade; algo que é
manifesto em cada ser humano e em tudo a nossa volta. Por
esse motivo, é
imprescindível que a Consciência seja desenvolvida em todo o seu
potencial, explorada,
expandida, aprofundada no contato consigo, com o que está à volta e com o
universo como um todo. Essa é a condição para alcançar a plenitude do potencial
humano.
Acrescenta afirmando ser a
consciência uma “espécie de fenômeno primário da
existência [...] algo que
surge da complexidade do sistema nervoso e está lá para nós, para refletir a
existência objetiva” (Id., 2004, p.273).
O neurocientista Karl
Pribram (2004, p.271) afirma que a Consciência vem de
´conscire`: fazer
ciência em conjunto; adquirir conhecimento em conjunto.
De acordo com Sheldrake
(2004, p. 272), biólogo e parapsicólogo: “Consciência
é conhecer com [...] Está
relacionada com a esfera de possibilidades estruturada por campos [...] escolha
entre ações possíveis [...]”.
Goswami (2004, p.274),
físico quântico que tem buscado correlacionar ciência e
espiritualidade, expressa
que nos anos recentes, a física está se aproximando,
rapidamente, do ponto em
que terá de lidar, de modo explícito, com a Consciência.
Para ele, Consciência é a
base de todo ser.
Por fim, gostaríamos de
destacar a concepção de Wilber sobre Consciência. Ele
é bioquímico de formação,
porém dedicado à pesquisa da consciência, a partir dos
fundamentos da psicologia
e filosofia, tanto Ocidental quanto Oriental, desde os
primórdios da sua vida
acadêmica.
Wilber é o autor acadêmico
mais traduzido dos EUA. Para Wilber (1997, 1998,
2000, 2001), o Ser Humano
integra, em si, “todos os níveis, todos os quadrantes”, que envolvem os
aspectos intencionais, comportamentais, culturais e sociais. Esses quadrantes
também dizem respeito às esferas culturais de valores: arte, moral e ciência; o
Belo, o Bom e a Verdade; estética, ética e verdade; o EU, o NÓS e o ELE.
A expressão “todos os
quadrantes”, por sua vez, conduz a reconhecer que em
cada um dos “níveis” de
Consciência (sensório, mente, espírito), há um interior
individual e coletivo,
assim como um exterior individual e coletivo, o que possibilita, em cada nível
de ser e de conhecer, uma experiência estética (EU), uma experiência ética (NÓS),
uma “ciência” sobre cada fenômeno individual, bem como uma “ciência” sobre os
sistemas de fenômenos coletivos (ELE). Daí a compreensão de que uma abordagem
integral do Ser Humano deve levar em conta todos os níveis da Grande Cadeia do
Ser, bem como todas as suas dimensões.
De acordo com Wilber
(2001), o caminho da preservação da vida,é sobretudo
uma questão de consciência
e afirma que uma verdadeira “visão integral [...] deveria incluir a matéria, o
corpo, a mente, a alma e o espírito tal como se apresentam em seu desdobramento
através do eu, a cultura e a natureza. [...] uma visão que abraçasse a ciência,
a arte e a moral” (Id., p. 11).
Outra perspectiva de
análise da Consciência é encontrada em Triviños,
sociólogo, (1995, p. 57),
que a conceitua como
“[...] um tipo de reflexo,
a propriedade mais evoluída de reflexo, peculiar só à
matéria altamente
organizada. Desta maneira, a consciência não é matéria
como pensavam os
materialistas vulgares. A consciência é uma propriedade da
matéria, a mais altamente
organizada que existe na natureza, a do cérebro
humano. Essa peculiaridade
surgiu como resultado de um longo processo de
mudança da matéria”.
O estudo da Consciência,
portanto, nos dá a chave para abrirmos o tesouro do
entendimento sobre nós
mesmos. Hoje, se sabe que a Consciência está relacionada de tal modo com o
cérebro, e, por conseqüência, com a inteligência, que seria difícil as dissociarmos.
O que é importante ressaltar é que a Consciência precisa ser analisada sob
diferentes óticas, da neurobiologia à espiritualidade, de forma integrada.
Segundo nos confirma Campos (1997, p. 2),
A consciência é fruto da
evolução do sistema nervoso. Portanto, percepções,
individualidade, linguagem,
idéias, significado, cultura, escolha (ou livre
arbítrio), moral e ética,
todos existem em decorrência do funcionamento
cerebral. Há, por vezes,
receio de que a investigação científica possa levar a
uma
"desmistificação" da consciência humana. De fato, são inúmeras, e não
triviais, as consequências
da conceituação da consciência como fenômeno
natural. Uma delas, talvez
a mais importante, refere-se à percepção que o ser
humano tem de si próprio e
de seus semelhantes: teme-se que a concepção da
consciência como resultado
de um processo biológico corresponda a uma
“profanação do espírito
humano”, com conseqüente abandono do
comportamento moral e
ético.
Nessa perspectiva, o
processo de despertamento, construção, desenvolvimento
e expansão da Consciência
ocorre ao longo de milhões e milhões de anos até os dias atuais.
A partir dessa análise,
torna-se possível refletirmos sobre nossas perspectivas e
estratégias para
transformar a realidade, pois ao longo da história, estamos expandindo a
Consciência, através da interação com grupos, pessoas e movimentos. Afinal, o
Ser Humano não é só produto do seu sentir, pensar e agir, mas também, do meio
no qual se insere.
Verificamos ao longo da
história que os mais bem adaptados em todos os
contextos, tendem a melhor
sobreviver. Fazendo uma analogia com o presente,
continua sendo necessário
desenvolvermos a capacidade de lidar com as intempéries do dia-a-dia do viver,
adaptando-nos ao ambiente no qual estamos inseridos. Fica evidenciado, porém,
que apesar de todo avanço biológico, social, cultural, desde a existência da
espécie “australopitecus” até a espécie “homo sapiens sapiens”, demonstramos,
ainda, carência de discernimento, nas ações do cotidiano.
Nessa dimensão de análise
podemos inferir que a educação tem um papel
primordial. Nesse sentido,
gostaríamos de anunciar que enquanto educadoras,
aprendemos e sentimos que
a Consciência é uma das faculdades inatas, capitais do ser humano, que o
favorece discernir o melhor caminho que deve seguir, conforme o que estabelecem
as Leis Naturais que regem o universo.
De acordo com Barreto (2005,
p. 49):
[...] não é
demais concebermos a Consciência como uma das propriedades
mais significativas da
matéria em hominização. Ela é uma das mais importantes
faculdades inatas capitais
do Ser Humano que lhe possibilita, além de saber e
sentir, suficientemente,
acerca da realidade, segundo, não só conhece, mas
também se aproxima daquilo
que estabelece aquela moralidade universal que
conduta dos corpos celestes,
denuncia.
Afirma ainda que devemos
buscar saber cada vez mais o que é ter Consciência
clara, pois é com ela que
o Ser Humano se eleva na senda da Iluminação, da bemaventurança e/ou algo que
equivalha.
Dessa forma, precisamos
auxiliar, através da educação, no processo de
despertar, construir,
desenvolver e expandir a Consciência dos educandos,
considerando que nela
repousam as Leis Naturais que regem o Universo. Assim sendo, Consciência e Leis
não têm diferença nem distância.
4 LEI DE CONSCIÊNCIA
Tratando da Consciência
com uma Lei Natural, vale contextualizar, brevemente,
a relação existente entre
o ser humano e a própria Lei.
Dejours (1999, p.74)
afirma que “quando dizemos que o homem pertence ao
mundo da natureza,
indicamos que o funcionamento e, em parte, o comportamento
humano são submetidos a
leis. Leis imutáveis, estáveis, universais, que decorrem, em última instância,
das leis da matéria”.
Nessa perspectiva de
análise, precisamos esclarecer que se faz necessário
sistematizar a compreensão
da Consciência como uma Lei Natural. Afinal, uma Lei
Natural é muito mais do
que um símbolo metafísico; ela é uma noção subjetiva, pois reside no
espírito do gênero humano, é abstrata, pois também resulta da síntese de
um considerável número de fatores gerais, e é positiva, pois sua
realidade é inegável, inevitável e auto-sustentável como a dos fatos de que
provém e/ou produz. Enfim, a Lei é o fato tão observável quanto verificável em
todos os seres e/ou a que todos os seres estão sujeitos.
O estudo da Lei, por sua
vez, nos favorece exercitar o saber pensar a ponto de
conseguirmos ser capazes
de sentir, pensar e agir de maneira que os nossos
sentimentos, pensamentos e
atos podem ser, expressar e/ou se converter em Lei
Universal. Ou seja,
saber pensar favorece-nos experimentar, de forma, direta, correta e completa,
a real beleza, riqueza e significação da vida.
Por outro lado, quando o
Ser Humano não é iniciado na senda do saber pensar
por si mesmo, ele tende a
não ser favorecido pelo que indica a noção exata de
Consciência e de Lei
Natural, para a sua evolução voluntária; e, com isso, enfraquece o seu senso de
decência, elegância e decorosidade; inclina-se a desprezar o valor do zelo,
principalmente para com o que é frágil; bem como impede o seu impulso de ousar,
paciente, persistente e inteligentemente, na busca do que é considerado como difícil,
improvável ou impossível.
Por isso, um dos maiores
desafios do Ser Humano é saber pensar integrando,
em si mesmo, o seu sentir,
pensar e agir numa só ação, sob pena de viver
desintegrado e, cada vez
mais, desintegrando-se. Nesse contexto, a razão indica que o saber que mais
importa, além do autoconhecimento, é o conhecimento da Lei. Até porque, a
Consciência é a Lei.
E, para pesquisarmos e
analisarmos até compreendermos, bem como
praticarmos até sentirmos,
significativamente, uma Lei Natural, é imprescindível que sejam observadas e
verificadas, a partir do fenômeno considerado como relativo à mesma, as
evidências das três características fundamentais que demonstram o todo da sua
manifestação: o centro de onde partem todas as ações, o agir e o objeto que reflete
as ações.
Essas características são
desdobradas, fundamentando-se nos itens da
metodologia científica: 1)
objeto (o que é), 2) finalidade (para que existe),
3) justificativa (porque
existe), 4) fundamentação teórica, 5) método (como, quando, quanto),
6) recursos (com quem e com o que), e 7) fonte (origem).
Veja o quadro a seguir:
Figura 1 – Quadro
aprofundamento do pensamento quanto ao desvendamento de valores da Lei
de Consciência
A partir da leitura do
quadro, podemos analisar a Consciência com base nas
suas características,
segundo aquilo que indica a nossa experiência, senão vejamos:
1. Objeto
– O que é Consciência?
Nossa experiência indica e
a razão não se recusa a aceitar que a Consciência
pode ser definida como uma
das faculdades mais significativas, inatas e capitais do Ser Humano, uma vez
que nela repousam as Leis Divinas, as Leis Universais, as Leis Naturais que
regem o Universo. Logo, Consciência é uma potencialidade. Nascemos com essa
força. Temos a força da inteligência, da imaginação, da ciência e da Consciência.
2.
Finalidade - Para que existe a Consciência?
Facultar ao Ser Humano
conhecer, aproximar e identificar sua natureza interna
com a externa. Portanto,
saber discernir entre o que é legal e o que não é; entre o
correto e o incorreto, bem
e mal, entre o que é bom e ruim e entre o real e o ilusório, segundo o
equilíbrio dinâmico da moralidade que a conduta dos corpos celestes denuncia.
3. Justificativa-
Por que existe a Consciência?
A Consciência existe
porque é essencialmente necessário e racionalmente
justificável que o Ser
Humano conheça, aproxime e identifique a sua natureza interna com a externa; o
seu universo orgânico individual com o universo orgânico total e, portanto, com
Deus, com a vida das Leis Universais, que é infinito na duração e na extensão,
porém finito na distância.
4.
Fundamentos (dentre muitos)
Matéria é energia
condensada. Einstein comprovou isso. Quanto mais
sutilizarmos a nossa
matéria, maior energia. A física quântica comprovou que tudo
quanto existe na natureza
é energia condensada. Portanto, em tudo há vida porque em tudo há movimento, em
tudo existem átomos na sua multiplicidade de formas. Mas, a vida não é só
materialidade. As coisas materiais se demonstram como energia na sua forma de
condensação. Então, precisamos assumir o compromisso moral conosco próprios e
descondensar, ao máximo, essa energia. Afinal, quanto mais Consciência, menos
densidade, menos condensação, menos materialização.
Outro fundamento que
justifica a existência da Consciência é lembrarmos que
tudo se transforma,
aprimora e evolui. Então, temos que evoluir a ponto de querermos investigar a
nossa vontade própria, ter razão, Consciência, até chegar à onisciência do Princípio
Criador.
5. Método
- Como despertar, construir e/ou desenvolver a Consciência ?
Para despertar a
Consciência existe um trabalho teórico e um trabalho prático.
Dentre vários estudos já
realizados, o trabalho teórico da Consciência envolve estudos e
desvendamentos de valores insofismáveis, caracterizados por códigos perenes e imutáveis
das Leis Divinas, das Leis Universais e das Leis Naturais que regem o Universo.
No trabalho prático, temos o desenvolvimento da qualidade de raciocinar,
através da força em domínio da contemplação.
6.
Recursos - Como quem, quanto, com o que despertar, construir e/ou
expandir
a Consciência?
Os recursos humanos somos
nós, Seres Humanos. O financeiro é o todo
conhecido, possível e
disponível, considerando o todo das realizações. Os técnicos sãosaber viver,
pensar, raciocinar, contemplar, as Leis Divinas, usar as Leis etc. Os recursos
materiais são as energias pensantes, as energias inteligentes e a mente.
7. Fonte –
Qual a origem da Consciência ?
O centro de onde parte a
Consciência é a imutabilidade, ou seja, a moralidade
do Universo que a conduta
dos corpos celestes denuncia. Essa é a melhor bibliografia, a melhor referência
para o despertar da Consciência.
A partir do estudo e
desvendamento da Lei de Consciência, aprendemos que
quando decidimos estudar e
desvendar uma Lei, é porque já sentimos a falta de algo indispensável; e quando
conseguimos realizar isso em grau significativo, então percebemos que faltava
algo indispensável para o nosso viver. Enfim, estudar e desvendar a Lei é
resgatar o esforço coletivo de interpretar o Universo e a existência humana,
porquanto quem exercita desvendar a Lei, termina por exercitar desvendar a si
mesmo, em busca da Consciência que está por vir.
5 PROPOSIÇÃO
FINAL: ESTUDO DA CONSCIÊNCIA NO SISTEMA FORMAL DE
ENSINO
A partir do exposto,
sustentamos que nosso caminho natural é o despertamento,
construção,
desenvolvimento e expansão da nossa Consciência como tarefa
emergencial, inclusive e
principalmente, através da Educação, ainda que tenhamos limites e/ou obstáculos
para tal. Entendemos, pois, a necessidade de nos relacionarmos, através da
educação, não só com o mundo objetivo e empírico do conhecimento moderno, mas
também com o mundo subjetivo e espiritual da sabedoria.
Afinal, a Educação tem por
finalidade auxiliar os educandos no processo de
desenvolvimento dos
estados de Consciência, assim como das suas relações com a realidade e com os
valores existenciais. Ela deve ajudar no direcionamento da autointegração do
gênero humano, possibilitando-lhe conceber da vida, a sua real beleza, a sua
real riqueza, bem como a sua real significação.
Precisamos, por
conseguinte, de uma pedagogia que esteja de acordo com as
pesquisas contemporâneas
acerca da Consciência como um todo, pois qualquer coisa ao contrário, só
aumentamos o caos no qual vivemos.
A educação, portanto,
através da ciência, não pode nem deve ensinar ao
educando somente a medir,
calcular e dominar, pois assim, não só dificulta, mas
também o impede de
alcançar o que indica a noção exata de Consciência e de Lei
Natural, para a sua
evolução abreviada consciente; e, com isso, amplia os seus medos, culpas e
apegos, por conseguinte, o inclina a implantar, manter ou ampliar a corrupção, a
violência e a volúpia na sociedade.
Nesse contexto,
vislumbramos a possibilidade de uma educação verdadeira, que
contemple a integração das
dimensões do Ser Humano como um todo, assim como de seus níveis de conhecer,
fazer, viver juntos e ser, ou seja, a unidade do conhecimento, a partir do
despertamento, cada vez maior, da Consciência, nos conduzindo da fragmentação à
totalidade.
Nesse sentido,
relembramos, no presente artigo, a necessidade de expansão do
estudo da Consciência na
educação formal, porque sustentamos que a Consciência é o primeiro e último
conhecimento que o Ser Humano pode e deve utilizar para saber bem lidar com as
questões da existência da vida, pois esta mais do que cobra, aos desavisados, a
vida que não for vivida.
Assim sendo, socializamos
a nossa experiência de favorecer o estudo da
Consciência junto aos
educandos, desde a educação infantil até o ensino superior, em nível de
pós-graduação, a saber:
na
educação infantil e no ensino fundamental, propomos a disciplina
Iniciação
à Consciência, com a finalidade de favorecer o despertar do
sentir dos educandos,
através do estudo de Leis Naturais que regem o Universo, considerando que os
mesmos são dotados de sensibilidade, criatividade e moralidade;
no ensino
médio, a disciplina Consciência, com a finalidade de favorecer
ao educando o pensar com
inteligência, a partir do estudo e do desvendamento de Leis Naturais;
no ensino
superior, a disciplina Conscienciologia, com a finalidade de
oportunizar ao educando
que integre o seu sentir, pensar e agir, de maneira que lhe seja possibilitado
absorver, em si mesmo, o valor significativo real das relações, a partir do
estudo das temáticas: Vida; o Ser Humano: sua estrutura e seu processo de
evolução sócioantropológica, bem como a Consciência: conceituação,
despertamento, desenvolvimento e expansão.
Além da proposição das
disciplinas, sugerimos que a Consciência seja
trabalhada de forma
transdisciplinar, nos espaços educacionais, de forma a envolver não só os
educadores e educandos, mas as demais pessoas que estão vinculadas à Instituição,
nas suas mais diversas funções, especialmente através de práticas continuadas e
permanentes de sensibilização e capacitação quanto à temática, bem como através
de murais interativos, com pensamentos reflexivos diários.
Até porque, a Consciência
se pratica através das relações que estabelecemos
no dia-a-dia e faculta ao
Ser Humano aptidões, tais como a do discernimento, que o possibilita
compreender, absorvendo, em si mesmo, a natureza real que reside em todas as
coisas, inclusive e principalmente, o valor significativo real das relações.
Que a presente proposição
promova uma sinergia nacional em prol do estudo da
Consciência no sistema
formal de educação, como um marco da nova humanidade, caracterizado pelo novo
estado de consciência do Ser Humano; até porque, este tem o dever moral de
fazer de si mesmo um Ser Humano mais do que Humano.
Pós-doutoranda em educação
(UNB); Doutora em educação (UFBA); Mestre em educação (UFBA);
Especialista em
psicopedagogia (UCSAL); Graduada em Pedagogia (UCSAL); Experiência como
diretora acadêmica no nível
de graduação e como coordenadora pedagógica no nível de pósgraduação,
lato e
stricto sensu, além de ter experiência docente em cursos de pós-graduação e
graduação. Contato: maribelbarreto@terra.com.br
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