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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ritalina não resolve

Aumenta em São Paulo a demanda de Ritalina (nome comercial do metilfenidato), medicamento utilizado para controlar as crianças: um milhão de caixas foram consumidas no Brasil em 2005.


“A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Tudo, pois, se processará exteriormente, como só acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um espírito mais adiantado e propenso ao bem.”

“A Gênese” (Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira), de Allan Kardec, 18o capítulo, item 27.

A marcha do progresso tem sido acelerada. Como falta ao homem o equilíbrio necessário para incorporar tantas transformações ao seu modo de viver, observamos, em paralelo a esse crescimento da tecnologia, o desrespeito à natureza e ao próximo. No Ocidente, onde o conhecimento da vida espiritual ainda não é disseminado, isso aconteceu de forma mais acentuada, provocando tantos desequilíbrios sociais. Neste início de século, estamos diante de grandes transformações que se fazem sentir e que abalam convicções solidamente arraigadas. Não obstante a largueza de recursos tecnológicos, a farta disponibilidade de dados e de informações e a vasta bibliografia científica, o preconceito muitas vezes ainda fala mais alto. Cada vez que ocorre um determinado fenômeno que desafia os padrões estabelecidos, exigindo pesquisa e análise criteriosa, na maioria das vezes, a questão se não descamba para o terreno do maravilhoso, do sobrenatural, ao sabor de multidões de místicos que se alimentam de fantasias, é rechaçada por quem se apresta a tirar conclusões apressadas, desconsiderando a necessidade de aprofundar sua apreciação. Existem aqueles que, de outra forma, recusam-se mesmo a considerar a realidade que está a um palmo dos seus olhos. Fazem vista grossa àquilo que não se enquadra nos seus conhecimentos acadêmicos ou está fora do alcance de sua cultura. Esse é, justamente, o caso das crianças índigo.

As notícias que a mídia estampa, além de confirmar essas colocações, causam-nos grande preocupação e estão, aos poucos, mobilizando pais, professores e profissionais da área da saúde conscientes da importância de entendermos o que está, de fato, acontecendo. O jornal O Estado de S.Paulo em sua edição de 2 de outubro último lançou uma denúncia: “Desafio: controlar a droga antiagitação” (veja o boxe). Segundo a reportagem, que ouviu o depoimento da psicanalista e professora da Universidade de São Paulo (USP) Kátia Forli Bautheney, 70% dessas crianças não precisariam tomar o remédio. A mãe [M. T. F.] de um garoto acusa as autoridades médicas: “Estão usando esse medicamento como se fosse água”. Seu filho, depois de um mês de “tratamento” com Ritalina parou de tomar a medicação, vítima de fortes dores de cabeça e náusea. Muitas dessas crianças, diagnosticadas como portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), são na verdade crianças índigo, ou seja, seres diferentes, cujo comportamento não se enquadra nos padrões conhecidos. À parte considerações religiosas e místicas, o chamado índigo não é um ser “iluminado”. Possui inteligência e sensibilidade aguçada. São espíritos em evolução, ainda em débito com a contabilidade divina, mas apresentam características próprias de seres que avançaram mais do que nós. Como qualquer um de nós, estão à mercê do meio ambiente onde reencarnam. Sendo assim, não prescindem do amor de seus pais, do aconchego do lar, do equilíbrio familiar. Sua adaptação entre nós, seu aprimoramento moral depende desse ponto de partida: um lar equilibrado. É claro que todas as crianças necessitam viver bem em família para se desenvolver e progredir. No caso dos índigos essa necessidade é ainda mais acentuada: para desenvolverem suas qualidades, os recursos psíquicos de que dispõem, necessitam de aceitação, apoio e disciplina.

Em nosso trabalho clínico observamos o comportamento, as características e necessidades dessas criaturas que pudemos identificar como índigos. O livro “Crianças índigo”, de Lee Carroll e Jan Tober, e “Educando crianças índigo”, de Egidio Vecchio, ambos editados pela Butterfly Editora, são de grande utilidade prática em nosso trabalho. Se Lee Carroll e Jan Tober fazem uma grande reportagem sobre os índigos, Egidio Vecchio se presta a identificá-los, compreendê-los, amá-los e educá-los. Seu livro também apresenta questionários e pré-avaliações que facilitam a assistência aos índigos, o que não podemos deixar de destacar. Se a incidência de nascimento de índigos é maior hoje do que em outros tempos, por contingência das necessidades planetárias de transformação, sua presença foi notada há décadas. Um desses casos, que passou por nosso consultório, foi o de M. V., 34 anos. Em busca de uma terapia que o ajudasse a superar problemas de ordem afetiva, procurou-nos por indicação. Em seus relatos, afirmou que sempre foi capaz de perceber o que as pessoas verdadeiramente sentiam, mas não recebeu nenhum estímulo a desenvolver essa percepção. Seu pai, já desencarnado, não enxergou o valor do filho, seu empenho em sentir-se amado. Em virtude dessa rejeição e de outros problemas paralelos, derrapou para o mundo das drogas. Passou por muitas dificuldades, mas despertou, em si mesmo, a vontade de recuperar-se. Internou-se numa clínica e venceu a dependência química.

Descreveu esse período com extremo bom humor e humildade. Lá conheceu muitas pessoas que o ajudaram e que se tornaram seus bons amigos. Desempenhou muitas tarefas e, em razão de sua facilidade para se expressar, foi convidado a falar de suas experiências, sua luta contra o vício. Hoje, distante dessa época, trabalha por conta própria, fala inglês fluentemente. Faz suas próprias regras e horários, não suporta a rotina. Sua maior dificuldade é justamente trabalhar, mentalmente, com as informações de que dispõe sobre os sentimentos de outras pessoas. Involuntariamente, sente o que está por trás das aparências e das atitudes daqueles que o cercam. Essa é uma das características marcantes dos índigos. No caso de M. V., nota-se que não foi preparado para viver suas potencialidades, que nem sequer foram explicadas ou mesmo reconhecidas por aqueles que o educaram. Esse descompasso, do qual esse exemplo é uma amostra, se amplia sobremaneira em outros casos, os quais tivemos a oportunidade de registrar. Generalizando, muitas pessoas rebatem: “Isso pode acontecer com qualquer um” ou “É mais um caso de mediunidade que não foi desenvolvida”.

Dependendo delas, se forem profissionais da área da saúde, tratarão desses pacientes com medicamentos paliativos do tipo da Ritalina. Esse é o erro que muitos estão cometendo. E quanto aos efeitos colaterais? O diferencial observável no índigo é que muito cedo se percebe sua dinâmica de personalidade: seu senso de bondade, igualdade, fraternidade, cooperativismo, caridade, e, acima de tudo, a consciência de que é ele mesmo quem deve corrigir seus erros. É muito comum notar que adolescentes índigos, solicitados a escrever histórias, revelam no conteúdo de seus relatos a preocupação com esses valores – intrínsecos à sua personalidade – sem maior importância para os jovens nessa faixa etária. Estamos apenas no começo. Muito há ainda por fazer. Poderíamos relatar inúmeros outros exemplos se tivéssemos espaço para tanto. O que é mais importante nesse momento, no entanto, é entendermos que estamos vivendo uma nova era, um novo momento da nossa consciência planetária. Precisamos dar suporte a esses espíritos que estão reencarnando porque faz parte do nosso aprendizado comum. Aqueles que afirmam que os índigos são fruto da nossa imaginação não sabem o que dizem. No crescer dessa realidade, no avançar dos tempos, mudarão de opinião diante das constatações que estamos à beira de alcançar. Preocupam-nos apenas essas crianças que se apagam, melancólicas, entorpecidas por medicamentos, para se incorporar à triste sociedade de consumo que têm nos shopping centers o altar de sua adoração. Os tempos são chegados. Façamos o nosso papel de pais, de educadores. Vamos nos dedicar de corpo e alma a esses pequeninos, lembrando-nos das palavras de Jesus: “Todo aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará”. Educar com amor é entender a diversidade e conviver com ela, talvez o maior desafio do nosso século.

Valdeniza Sire Savino (para a revista espírita Além da Vida)
valdenizasavino@terra.com.br


Estão usando a Ritalina como se fosse água

Mais de 1 milhão de caixas de Ritalina foram consumidas no Brasil em 2005. Um aumento de 25% em relação ao ano anterior. A quantidade assusta a psicanalista e professora da Universidade de São Paulo (USP) Kátia Forli Bautheney. Para ela, em muitos casos as crianças são apenas reflexo da família. “Temos de nos preocupar se a criança tem os sintomas ou é uma criança sintoma”, diz. Ela conta que 70% das crianças com diagnóstico de TDAH que atende não precisariam tomar o remédio. Com M.F., de 14 anos, não foi diferente. Após ter o problema identificado na escola e com um mês de tratamento, parou de tomar o remédio por conta dos efeitos colaterais que causou. Nesse período, o garoto teve dores de cabeça diárias e seguidos casos de náusea.


A solução veio com uma consulta a uma psicopedagoga e com a mudança de escola. “Estão usando esse medicamento como se fosse água”, diz a mãe do garoto, M.T.F.

(Trecho transcrito da reportagem “Desafio: controlar a droga antiagitação”, publicada na edição de 2 de outubro de 2006 no jornal O Estado de S.Paulo).


VALDENIZA SIRE SAVINO é psicóloga clínica licenciada em pedagogia, palestrante do 1o Seminário de Educação e Orientação ao Índigo realizado em São Paulo em 15/11/2006.

Fonte: http://www.flyed.com.br/novo/site/portalindigo_pg5.asp


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