Total de visualizações de página

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Despertar da Consciência

Precisamos despertar nossa consciência para resgatar a visão mais completa e verdadeira de quem somos. Necessitamos nos preparar muito para receber os jovens potenciais que nos cercam e que estão chegando, cada vez em maior número. Devemos adotar a visão holística que nos devolve a consciência de quem somos; seres humanos unidos uns aos outros e a todos os outros seres do planeta, de que nossa relação é de total interdependência. Essa visão aliada à visão da Psicologia Transpessoal poderá nos ajudar a resgatar nossas características humanas essenciais que estavam adormecidas. Entre as virtudes estão a espiritualidade, o amor, a bondade, a compaixão, a multissensorialidade a nossa transcendentalidade. Roberto Crema* propõe que devamos evoluir na direção de formar cidadãos conscientes dessa realidade, que, em vez de especialistas, possam se tornar "sintetistas", que se caracterizam por centrar-se no todo; pela intuição; coração (sentimentos e valores); sincronicidades; sonho e transe; espiritualidade; enfoque transpessoal, transcendência, entre outras,

Para isso, precisamos lembrar que educar é muito mais do que transmitir conhecimentos e habilidades por meio dos quais se atingem objetivos limitados, conforme enfatiza o líder espiritual tibetano Dalai Lama. Educar é também abrir os olhos das crianças para as necessidades e os direitos dos outros. Precisamos mostrar as crianças que suas ações têm uma dimensão universal. Precisamos encontrar uma forma de estimular seus sentimentos naturais de empatia para que venham a ter uma noção de responsabilidade em relação aos outros. De acordo com o Lama, se tivéssemos de escolher entre conhecimento e virtude, esta última seria, sem dúvida, a melhor opção, pois é mais valiosa. Ele chama a atenção, ainda, para o fato gravíssimo de que os sistemas educacionais modernos negligenciam a discussão das questões éticas. Os valores éticos e humanos eram e ainda são vistos como pertencentes ao plano religioso. O que é um erro com graves conseqüências.

Parece-me imperativo que passemos a pensar e a debater muito mais os aspectos éticos, morais e humanos em nosso dia-a-dia. Essas discussões precisão ser incluídas no cotidiano e em todos os currículos, desde a mais tenra idade. Pois, do contrário, os efeitos em um futuro próximo poderão ser ainda piores e mais desestabilizadores do que os efeitos sentidos hoje. Conforme a metáfora do jardineiro, utilizada por Crema para designar a excelência dos educadores e, por que não, dos pais, o bom profissional prepara o solo fértil com os nutrientes necessários, nem mais e nem menos, extermina as pragas, e poda, com o discernimento que cada planta requer, observando as estações e centrando-se na singularidade do organismo vegetal. E, acima de tudo, o bom jardineiro é o amante das flores. O bom jardineiro, afirma Crema, sabe que a planta só necessita de um bom solo, fecundo, para crescer por si mesma. Ela é dotada de um tropismo para ser o que é, buscando o que necessita no solo e direcionando-se para a luz do sol (2004. p. 383). Nas palavras do Dalai Lama, para ensinar qualquer coisa, especialmente conduta ética, é preciso praticar, dar antes o exemplo. Os professores e educadores têm uma responsabilidade especial. Seu próprio comportamento pode fazer as crianças lembrarem-se deles pelo resto da vida. Se a atitude é integra, disciplinada, bondosa, amorosa, honrada e respeitando seus alunos, seus valores ficarão gravados na mente dessas crianças, com reflexos em seu comportamento.

*Roberto Crema: Psicólogo, professor universitário e vice-reitor da Unipaz

Extrato do livro “Crianças índigo a evolução do ser humano”de Ingrid Cañete.



Nenhum comentário:

Postar um comentário