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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Para que uma criança floresça



Juan Ángel Moliterni

Ao longo da minha vida tenho aprendido que o dinheiro vem e vai, mas a moral e a ética vem e cresce. Todo educador, desde tempos imemoriais, tem enfatizado que a verdadeira educação deve formar o caráter do estudante. De fato, dizem que a finalidade da educação é o caráter. Tem-se tratado de definir a palavra caráter de muitas formas, por diversos experts, filósofos, educadores, entre outros, mas eu defino o caráter como unidade de pensamento, palavra e ação. Não há dúvida, portanto, de que a finalidade do processo educativo deve ser a integração do ser humano. E são os valores humanos, como o amor, a verdade, a retidão, a paz e a atitude pacífica que simbolizam a integração de pensamento, palavra e ação que se define como caráter e que é, por sua vez, o objetivo da nova educação.
O valor do indivíduo depende de sua cultura, e esta depende da educação. À medida que a humanidade começa a interatuar de forma mais consciente e espiritual, a cultura do ser humano começará a acelerar-se para chegar a uma forma espiritual completa, global e vital. Desde os tempos mais remotos, sempre existiu uma comunidade de seres evoluídos para dar a conhecer aos homens sua verdadeira missão. Então, surgiu a educação que tem como objetivo dar a cada um seu verdadeiro valor, sem pretender canalizar os espíritos.

Aproximar-se de uma criança é como aproximar-se de uma delicada rosa.

Centenas de estudos mostram que a forma com que os pais tratam a seus filhos – seja com uma disciplina dura ou uma compreensão empática, com indiferença ou carinho -, tem conseqüências profundas e duradouras na vida emocional do filho. Os três ou quatro primeiros anos de vida são uma etapa na qual o cérebro da criança evolui em complexidade a um ritmo maior do que jamais alcançará.
Durante este período a aprendizagem emocional é o mais importante do que tudo. O pior que se lhes pode fazer é absorver-lhes a energia corrigindo-os. Por isso, sempre devem ser incluídos nas conversações, em especial nas conversações sobre eles. Cada adulto pode concentrar-se e prestar atenção somente a uma criança por vez. Se há demasiadas crianças para a quantidade de adultos, estes se vêem enfastiados e são incapazes de dar suficiente energia. Os filhos começam a competir entre eles pelo tempo dos adultos. Nem toda energia tem que ser proveniente somente dos pais. De fato, é melhor que não seja assim. Porem, independentemente de quem cuide das crianças, a questão é dedicar-lhes essa atenção um a um.
Para que uma criança cresça e floresça, necessita amor, aceitação e elogios. Às crianças (como os adultos) se podem mostrar maneiras “melhores” de fazer as coisas sem fazer-lhes sentir que a forma com que as está fazendo é “errada”. A criança que leva dentro de si também segue necessitando de amor e aprovação.
Quando se sentem bem é quando fazem tudo melhor. Desenvolvem-se maravilhosamente.
Estas são as palavras que as crianças querem ouvir, porque fazem com que se sintam bem:
-         Amo-te e sei que estás fazendo o melhor que podes.
-         Você é perfeito, tal como é.
-         Cada dia que passa você se torna mais encantador.
-         Estou de acordo com você.
-         Vamos ver se encontramos, juntos uma maneira melhor de fazer isto.
-         Crescer, mudar é divertido e podemos fazê-lo juntos.
Lembre-se que a verdade sempre pode expressar-se no nível de compreensão de uma criança. Somente requer um pouco de reflexão. A educação de crianças começa com a educação dos pais.
Em cada criança há um criador que é preciso despertar e levar a ação. A informação básica que temos que dar como educadores é fazer a criança entender que ela não é seu corpo, mas que o corpo é uma propriedade sua. Temos de fazer-lhe entender a ciência do homem, quer dizer, o que é e o que tem.
Temos amor, temos sabedoria, temos mente, desejos, um Corpo, roupas, propriedades, uma conta no banco, tudo isto é o que temos, mas o que temos é diferente do que somos. O que somos se chama alma, e tudo o que temos como conhecimento, sentidos, mente e corpo, são veículos através dos quais atuamos. Esse entendimento é o que primeiro se deve dar as crianças.
Também devemos dar-lhes o entendimento de que é importante que seu corpo e mente colabore com elas; é o que se chama “educação relativa a formação”. Temos de dizer às crianças que sua mente e seu corpo devem ser capazes de fazer o que elas queiram, e isso é muito fácil quando são crianças, mas é mais difícil quando são um pouco maiores. Analogamente, se trata de uma planta que podemos curvar quando queremos, mas uma vez esta planta tenha se convertido em arvore já não podemos fazer nada.
Se dermos detalhes relativos a mente, os sentidos, o corpo e a necessidade de alinhar-nos, e se lhes dermos alem de tudo uma educação certa de como usar o corpo, como usar os sentidos e como usar a mente, se lhes dermos estas instruções simples, aos vinte e um anos serão pessoas “formadas” (N.T:integradas).
Temos de dar-lhes informação sobre o ser humano e dizer-lhes quais são as conseqüências do comer muito e as vantagens de comer uma comida adequada a horários regulares; também podemos dizer-lhes que quando quiserem algo tem de dizer antes “por que o querem”, e assim se lhes desenvolverá o discernimento. Devem ser capazes de perguntar a si mesmos se precisam disso de verdade. As crianças não são tão pessoais como os adultos e se mantém sempre um pouco impessoais. Podemos fazer que a criança se faça esta pergunta: “eu preciso de verdade?” e se a criança pode se perguntar isso será capaz de obter uma resposta; é um bom exercício para o discernimento.
Também podemos dizer-lhes da importância de falar e ter cuidado de que falem somente quando for necessário, porque estas são as coisas difíceis de conquistar quando maiores. Quando se põem os sentidos a uso nocivo, é o corpo que se coloca ao uso inadequado, o mesmo funciona para o falar e a mente, pois mais tarde é muito difícil colocar-lhes em ordem outra vez, por isso o alinhamento-equilíbrio é um processo difícil depois dos vinte e oito anos. Faremos o bem de verdade às crianças se lhes dermos este tipo de conhecimento entre os sete e vinte e um anos. Neste período se podem desenvolver tudo o que foi dito.
Outra coisa importante que temos que dizer-lhes é que é melhor cooperar que competir. Normalmente, como pais os fazemos competir e por isso suas vidas estão cheias de tensões e sofrimentos, porque há sempre pessoas que estão na frente deles e é uma corrida constante (produto de comparação).
Estão sempre correndo na vida, porem nunca estão satisfeitos se tem que correr atrás das coisas em competição. Há gente que sabe estudar melhor, gente que tem melhor trabalho, outras que ganham mais dinheiro, outros que tem a parceira mais bela ou filhos mais preciosos ou melhores propriedades. Em cada aspecto da vida há pessoas que tem melhores coisas que outro; pode ser que na realidade não tenham mais, porem a nós nos parecerá que tem as coisas melhor que outro, segundo a crença de que “o pasto do vizinho” é sempre mais verde. A competição é um processo de tratar de “ser mais que o outro” e nunca satisfaz.
É uma atividade terrível que encontramos no planeta: correr atrás das propriedades ou do dinheiro, atrás da fama, da fortuna, do poder e do amor egoísta. Tudo isso é um aspecto da competição e uma vez que estejamos dentro, veremos o nosso colaborador como inimigo. A competição sempre traz destruição. Podemos contar e ler para as crianças pequenas histórias que falem da competição, inclusive pode inventá-las e contá-las.
Isso é muito importante para que não se acostumem ao sistema de competição, mas que aprendam o espírito de cooperação. Mediante a cooperação entenderam melhor as coisas da vida. Isso é o que temos que fazer com as crianças para começar. É um triângulo de necessidades: o primeiro a fazer é que compreenda corretamente o funcionamento de sua própria constituição (máquina humana); o segundo é ensinar a importância de falar corretamente e o terceiro é ensinar o espírito de cooperação. Podemos trabalhar com este triangulo inicialmente e se isto se enraíza nas crianças, elas farão o resto quando estiverem maiores.
A escola na nova era de Aquário deve ser totalmente uma comunidade de aprendizagem informal, onde um grupo de pessoas se reúne, informalmente para compartilhar idéias e aprender uns com os outros (os mestres do aluno e os alunos do mestre. E onde os livros sejam interativos; quer dizer, onde às vezes aprendes deles e em outras agregas a eles). Pessoas que desempenham séries similares ou buscam um resultado compartilhado. Podem ser os simpatizantes da mesma equipe de futebol ou os simpatizantes de um grupo musical... Talvez não tenham demasiadas coisas em comum, mas tem um alto interesse no assunto específico que os une e querem compartilhá-lo. O processo de aprendizagem principal nestas escolas se produz mediante a ação de compartilhar histórias, relatos, conceitos, conhecimentos e experiências.
Para um estranho, esta aproximação pode parecer de pouco valor. No entanto, é de fato mais poderosa que as formas tradicionais de ensinamento. Não só porque o resultado é muito agradável, mas por influenciar a compreensão dos fatos e, portanto, ajudar a ilustrar o conhecimento e impulsionar o desenvolvimento de cada pessoa. Na nova educação frequentemente recorremos ao humor, a ironia, a emoção e a metáfora para visualizar diferentes cenas. Estes elementos facilitam a transferência geral do conhecimento sem demasiado esforço e muito mais efetivamente que outros métodos formais.
Se os pais querem compreender seus filhos e ajudar-lhes a desenvolver segundo as linhas traçada pelas tendências cósmicas naturais, a manterem-se em harmonia com a personalidade cósmica recebida no nascimento e, portanto, assegurar-lhes maior felicidade e maior êxito, terão que compreender muito bem a natureza interior de seus filhos, sem ter em conta as características temporais que podem mostrar por contato com outras crianças, pelo instinto de imitação ou outra influencia exterior.

Fonte: Consciência Índigo: Futuro Presente


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