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sábado, 27 de março de 2010

Por que é impossível não amar Harry Potter


Daniela Name

Hermione é a típica sabe-tudo: estudiosa, inteligente e rápida, humilha os colegas com seu dedo sempre levantado, pronta para responder num segundo à mais difícil das perguntas. Mente prodigiosa, decora poções de magia e a história dos bruxos como nenhum outro aluno da Escola de Hogwarts. Ron Weasley tem um coração tão bom e tão generoso que é difícil imaginar como ele cabe no corpo magrelo e desengonçado do melhor amigo de Harry Potter. Opa, até que enfim chegamos no nome do protagonista do maior fenômeno editorial dos últimos tempos. Harry Potter, o carismático bruxinho que fez com que toda uma geração de crianças descobrisse o prazer da leitura e alçou sua autora, a escocesa J.K.Rowling, ao posto da mulher mais rica do Reino Unido — a Rainha Elisabeth teve que se contentar com o vice-campeonato.

E por que é impossível não amar Harry Potter? Ele não é o mais CDF dos alunos, nem o mais generoso, nem o mais bonzinho, nem o mais obediente. Também está longe de ser aquele gato de parar a torre do castelo. Então o que ele tem que os outros não têm? Como este box está aqui, no meio desta reportagem, você já deve ter concluído a resposta: Harry Potter é o rei dos índigos. E é por ser assim, meio gauche , com um raciocínio um tanto quanto enviesado, que acaba livrando professores e alunos das maldades de Voldemort, o bruxo das trevas que assassinou seus pais e vem ameaçando Hogwarts desde o início da saga. No dia do assassinato de Thiago e Liliam Potter, Harry estava dormindo no berço. Voldemort tentou matá-lo, mas havia algum tipo de poder no bebê que atingiu o bruxo quase mortalmente.

O confronto deixou uma cicatriz na testa de Harry, que começa a doer sempre que o perigo se aproxima. A intuição é uma forte aliada do bruxinho na hora de resolver problemas. Ele “sente” e “intui” muito mais do que raciocina. Atormentado pela orfandade e pela fama — é amado, invejado e odiado no mundo bruxo por causa do feito contra Voldemort — Harry precisa sempre usar este feeling para sair das enrascadas. Para derrotar o mal e encontrar as respostas para os mistérios que cercam sua origem, vive desobedecendo às rígidas regras que orientam Hogwarts. E enfrentando a autoridade de professores linha-dura, como o sempre mal-humorado Severo Snape. A Grifinória — equipe de Harry, Hermione e Ron — vive perdendo pontos por indisciplina. Mas os pontos voltam em dobro. E não por força da magia, mas pelos feitos do adorável bruxinho-índigo.

Fonte: REVISTA O GLOBO - Rio, 27 de julho de 2003 Versão impressa - A Criança Índigo - COLABOROU Lílian Fernandes


quarta-feira, 24 de março de 2010

Vacinação: A Verdade Oculta

A Criança Índigo

Marcia Cezimbra


O seu filho “viaja” quando ouve algo que não lhe interessa na aula? Ou vira-se para um papo-cabeça com o colega? Ele parece desatento e distraído, mas fica horas superconcentrado no que gosta, como jogos de computador, futebol ou teclados de um piano? Ele é rebelde, respondão e detesta injustiças? Precisa que você lhe explique com todo o carinho os motivos para que obedeça? Pois seu filho pode ser um índigo — a cor arroxeada do jeans, quase lilás, e escolhida por representar uma aura positiva. O rótulo foi criado por especialistas americanos para designar uma criança hipersensível, cujo cérebro recebe muito mais estímulos que a média dos mortais. A personagem Salete (Bruna Marquezine), de “Mulheres apaixonadas”, é uma índigo, com uma intuição tão exacerbada que chega a ser premonitória. Quem confirma é o autor Manoel Carlos:

— Nos Estados Unidos ouvi falar muito em crianças índigo. Salete é índigo. Ela tem uma percepção da luz, vê anjos, prevê acontecimentos, tem premonições. Algumas vezes, as crianças índigo não distinguem se são sonhos ou visões e nem sabem que são índigo. Mas não se trata de um fenômeno raro.

Para a psiquiatra Ana Beatriz B. Silva, o índigo ou o lilás é a versão superdotada dos portadores do já conhecido distúrbio do déficit de atenção (DDA), uma característica do funcionamento cerebral superestimulado. Há poucas décadas, o DDA era tido como doença, lesão cerebral ou disritmia, que deveriam ser tratadas com drogas pesadas, segundo ela, uma visão hoje “ultrapassadíssima”. Ana Beatriz acaba de lançar o livro, já best-seller, “Mentes inquietas” (Ed. Nepades), no qual explica como lidar com essas crianças de cérebro hiperestimulado para que elas desenvolvam suas potencialidades — geralmente geniais — e não terminem rotuladas, em casa e na escola, como intempestivas, desatentas e até agressivas, o que as leva ao desastre.

Os autores do livro “The indigo children”, Lee Carrol e Jan Tober, acreditam que haja uma geração sem precedentes de índigos nos EUA. Ana Beatriz concorda: essa geração índigo é fruto da revolução tecnológica, que hiperestimulou as crianças, trazendo à tona seus expoentes DDA:

— São os casos daqueles jovens que fizeram o seu primeiro milhão antes de terminar o ensino médio. Eles já eram DDA, mas, com a revolução tecnológica, foram ainda mais estimulados, hiperfocaram a atenção na eletrônica e produziram coisas geniais.

No Brasil, como a revolução tecnológica chegou alguns anos mais tarde, a explosão de potencialidades dessa nova geração índigo ainda está por despontar, mas Ana Beatriz já vê alguns deles, como o músico Marcelo Yuka, seu paciente há quatro anos, cujo “faro para a estranheza”, como ela brinca, vem desde a infância:

— Tudo o que Marcelo Yuka descobre em termos de sons e parece estranho, depois de algum tempo vira popular.

Os índigos têm ainda uma intuição exacerbada, como a Salete, que, segundo Ana Beatriz, é interpretada como uma espiritualidade elevada:

— Mas o que a ciência comprova é que os índigo têm um funcionamento cerebral diferente. Se não forem bem compreendidos, podem ser confundidos com pessoas impulsivas e agitadas.


REVISTA O GLOBO
Rio, 27 de julho de 2003 Versão impressa
A Criança Índigo
COLABOROU Lílian Fernandes

Imagem:

http://acbelix.blogspot.com/2008/09/mais-um-artigo-sobre-as-crianas-indigo.html