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quinta-feira, 3 de março de 2011

Os Superdotados

  “A pressão para adequar-se não é disciplina. A disciplina se manifesta quando compreendemos nosso próprio caminho.”
Betsy Otter Thompson

Desde que começamos nosso trabalho com a Vibração Índigo tivemos acesso a muita informação de livros e de Internet. Também temos compartilhado experiências com pessoas que estão trabalhando com crianças, adolescentes e jovens tanto na educação como na saúde.
Tudo isto, somado a nossa própria experiência, nos fez compreender que a informação que se usa faz ênfase especial nas crianças que evidenciam seus sintomas, ao que nós denominamos crianças “sinceras”, já que estas têm a possibilidade de exteriorizar, sendo verdadeiros espelhos de tudo o que acontece a seu redor.
Muitas vezes se acredita que qualquer caso de hiperatividade ou de transtorno de atenção tem uma relação direta com Vibração Índigo, e isto não é de todo verdadeiro. É importante compreender que não necessária mente as Crianças ou Jovens Índigo que tem problemas disciplinares, ou são hiperativos são portadoras de transtorno na atenção.
Em nossa experiência de trabalho cotidiano temos encontrado seres que aparentemente não apresentavam principalmente, as características mencionadas anteriormente.
Trabalhando com uma menina de 10 anos, descobrimos que, apesar de não ter problemas de déficit de atenção na escola nem de ser hiperativa, tinha muitas capacidades auto bloqueadas. Por exemplo: não se permitia desenhar porque não conseguia transferir para o papel o que ela imaginava. Uma vez nos mostrou um quadro que gostava muito e disse que ela não pintava mais porque queria conseguir algo semelhante, e como não saia de acordo com o que havia idealizado, deixou então de fazê-lo.
Cada vez que desenhava algo ela destruía porque não gostava do resultado obtido, já que sentia um impedimento ao tentar plasmar no plano material e concreto o que percebia nos planos mais sutis. Isto lhe produzia uma sensação de impotência, que se traduzia em uma grande exigência para atingir a perfeição e a conseguinte desvalorização de suas qualidades.
Era uma menina muito sensível e perceptiva, mas por não ter consciência de seus dons naturais se tornava dispersa.  Ela dizia que se distraia olhando e escutando “o que outros não podiam ver nem escutar”. Todo este estado causava enfado, tirando-lhe a alegria natural da infância.
Estes são casos aos quais temos de prestar atenção especial. Isto não quer dizer que devemos preocupar-nos com as crianças que se adaptam naturalmente ao que o ambiente lhes propõe, já que isto pode ser muito saudável. Porem deve-se observar em detalhe aquelas crianças que não se adaptam naturalmente, mas, que se super-adaptam, esquecendo-se de seu sentimento interior e sendo eles mesmos os que bloqueiam seus dons e qualidades naturais.
E apesar de serem crianças do ponto de vista energético e podermos denominá-los como Índigo, as características próprias desta vibração não se manifestam como causa de sua necessidade de serem aceitos por seu entorno.
Esta super-adaptação é proveniente da auto-exigência de querer cumprir com um padrão externo daquilo que conforma uma idéia de aparente normalidade, e por um forte temor de ser repudiado.
Também os denominamos crianças “adultas” já que não mostram frequentemente a alegria e o frescor que caracterizam as crianças de sua idade. É muito comum vê-los mais confortáveis entre crianças maiores ou com pessoas adultas.
Por causa do controle que exercem sobre eles mesmos quando se irritam, é muito comum que transbordem, e dessa forma exteriorizem seus sentimentos contidos e verdadeiros.
Também observamos que se deve prestar muita atenção a seus sonhos, já que daria a im-pressão de que é a forma em que o inconsciente consegue transmitir algumas chaves necessárias para que encontrem seu rumo interior. Recomendamos ter a mão um caderno para anotar os sonhos, já que muitas vezes há mensagens que eles mesmos reprimem em estado de vigília.
O sistema social atual propõe uma idéia de êxito instantâneo e prioriza o premio, aos resultados obtidos sobre os esforços realizados, provocando uma pressão tanto nas crianças como nos adultos. No caso das crianças que se super adaptam, esta pressão se multiplica. Isto faz com que percam a capacidade de desfrutar da aprendizagem em si, já que ao pretender conseguir o êxito perdem a idéia do processo que implica uma constante evolução e aprendizagem em cada coisa que empreendem.
É recomendável incentivá-los, propondo-lhes técnicas que lhes permitam cultivar a autodisciplina. Esta requer ter um começo (ponto de partida) e não sentirem-se vencidos antes de começar a tarefa.
Por exemplo: o estudo de um instrumento musical, as artes marciais, o tai chi ou a yoga são disciplinas que lhes permitirão obter serenidade interior, e a conectarem-se com a idéia de aprender sem sentirem-se pressionados por alcançar um determinado resultado, já que estas disciplinas em si não planejam êxito em um tempo pré-estabelecido.
É indispensável a atitude que tomam os adultos que os acompanham a idéia é não premiar os resultados, mas os esforços por superar a si mesmo.  Permitir o comprometimento com uma atividade que lhes agrade, já que quando descobrem seu verdadeiro talento na será preciso obrigá-los a concentrar-se porque estarão cheios de entusiasmo, sem uma palavra de nossa parte.
Portanto, auto-exigência não é o mesmo que autodisciplina, já que esta leva naturalmente ao conhecimento de si mesmo, desbloqueando dons e permitindo-lhes fluir naturalmente.
 
Tradução: sandraferris@globo.com