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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Novos Rumos para a educação - Parte 2

Outras maneiras de aprender

Definitivamente, apresentam outras maneiras de aprender e de ser. Na Fundação INDI-GO e nos estabelecimentos de educação alternativa que visitamos, temos observado, até agora, que as crianças e jovens da nova geração, em geral:
- Trabalham melhor em pequenos grupos. Se “enjoam” e se sentem agoniados em grupos grandes, tem dificuldades se há muito ruído, comoção, confusão. Parece que são fortemente sensíveis ao meio, especialmente do entorno emocional (agitações, gritos, tom de voz, confusão dos adultos). Sua energia se desestabiliza muito rapidamente, porem podem também reconstituí-la rapidamente (por exemplo, com tão somente sessenta segundo de Reiki).
- Também, às vezes fluem melhor com um tutor individual. Conhecemos pessoalmente a dois irmãos que não puderam nem ler nem escrever em sua escola, apesar desta ser de prestígio. Tiveram que aprender em casa com um tutor individual e exclusivamente mediante jogos, caça-palavras, sopa de letras. Em três semanas, não somente aprenderam a ler e a escrever, como começaram a compor suas primeiras poesias e fábulas. A professora particular, que também era vizinha e muito amiga das crianças, nos explicava: “primeiro tinha que escutar a criança durante meia hora, contando-me tudo que havia descoberto na semana, suas novidades, o últimos animal que havia visto no Discovery Channel, seu último experimento. Em seguida, somente podíamos trabalhar-jogar, e só escolhendo temas que sabia que lhes fascinavam. Porem, pude certificar que estas crianças, apesar de seus supostos fracassos escolares eram brilhantes, velozes e totalmente inteligentes”.
-   Necessitam momentos de completa solidão para “recuperar” sua energia.
-   Alguns são muito rápidos em tudo que fazem (e os adultos pensam que tem déficit de atenção!). Segundo professores, frequentemente, depois de ter dado a seqüência de passos para obter um resultado, algumas crianças chegam ao resultado final saltando-se certos passos ou as vezes todos. Outros usam seus próprios métodos, que não foram explicados em aula, chegando ao resultado correto.
-   Preferem ver “o grandioso”, lhes interessam os problemas do mundo e se preocupam com problemas sociais, políticos, ambientais. Conhecemos várias crianças, entre 6 e 10 anos, que querem criar sua própria Fundação para ajudar as crianças de rua, outros que querem ajudar os idosos, ajudar ao meio ambiente, salvar todos os cachorros vira-lata, salvar as florestas, baleias, golfinhos, mudar a sociedade e a economia, descobrir outra fonte de energia, entre outros temas.
- Desenvolve-se melhor se estão em contato regular com a          natureza, lugares “de poder”, lugares históricos, e com os elementos, especialmente a água (“renovam” suas energias, “despertam-se os códigos e a memória celular” e abrem-se “canais”).
-   A matéria estudada tem que ser de interesse[1] para eles, prática e com um resultado final imediato (como por exemplo, é o método William Kilpatrick[2]), do contrário se irritam totalmente.
-         Caso se trate de um experimento e/ou um jogo, melhor ainda.
Um conselho para os pais: em caso de mudança de escola, buscar a nova com a criança e perguntar-lhe como a “sente”. Isto não significa que é a criança que manda ou que manipula os pais, mas, que ao final, é ele que vai passar toda a sua infância e talvez quase a totalidade de sua juventude neste estabelecimento, então, é melhor que seja de seu agrado... Isto evitará muitos problemas no futuro.

E em casa?

É preciso entender que o exterior nem sempre é fácil para seu filho Índigo, seja com os amigos ou na escola... Por conseguinte, é importante que, pelo menos em casa, seu filho encontre um lugar seguro, cômodo e de paz física, emocional, psíquica e espiritual; onde a criança ou jovem possa contar com amor e apoio incondicionais e tenha um espaço próprio para “recuperar” suas energias, sem interferências, gritos nem reprimendas. Ficará muito agradecido, lhe demonstrará muito afeto e colaborará com você. É primordial entender que, se estão juntos, é para viverem bem primeiramente.
Tanto as crianças pequenas como aos jovens, lhes encanta tudo o que está vinculado com o fogo, a terra, a água, semear, ter mascotes, sentar-se ao redor de uma fogueira, acender velas, possuir cristais e pedras, tomar banho de tina ou de ducha durante horas; que ninguém lhe reprimenda constantemente (quem gosta?) por sua desordem, por não estender sua cama ou por não ter tempo de comer sentado à mesa.
A arte do Feng Shui diz que é necessário o caos para ser criativo... E quão criativos são nossos filhos ( portanto têm uma desordem proporcional a sua criatividade genial)! Também é importante que se lhes dê atenção, lhes deixe contar seus sonhos, visões, impressões, sentimentos. Necessitam ser independentes. Ver a seguir o artigo de Juan Angel Moliterni, “Para que uma criança floresça” (próximo post em breve), onde aborda excelentes pautas de educação-crescimento-desenvolvimento integral em casa.


Como complementar a educação atual?

Em muito pouco tempo, as escolas dos países chamados terceiro-mundistas terá dificuldades em ter capacidade suficiente para receber cem por cento está onda de nova geração, tanto por escassez de infra-estrutura e pessoal (nas salas de aula das escolas fiscais no Equador se amontoam de 40 a 50 alunos por professor) e a pobreza de seu material didático, como por falta de preparação do corpo docente. Não vão funcionar e de fato, já não funcionam como demonstra o grande numero de mães que pedem auxílio diariamente na Fundação INDI-GO com o mesmo problema: “meu filho já não quer voltar à escola”. Assim como os altos índices estatísticos do país de deserção escolar e repetição[3].
Por tanto, é importante começar a projetar outros rumos, ferramentas, possibilidades para a educação destas crianças segundo os casos, a situação geográfica e/ou econômica dos pais, e mais que tudo, a necessidade de nossos filhos.
Seria o caso de complementar a educação com um sistema de foros auto-convocados de duas formas:
- Foros de crianças – pequenos e grandes juntos- onde possam intercambiar idéias, se apoiarem e se ensinarem mutuamente. Na Fundação INDI-GO organizamos vários foros deste tipo, com resultados realmente espetaculares, similares a reuniões de adultos, onde as crianças juntas tratam de temas espirituais e esotéricos, também como o mais prático e o social.
- Foros com um convidado especial de alto nível, por exemplo, um ancião de muita sabedoria, um Xamã, um “mestre de verdade” (jovem ou não), um monge budista, um narrador de mitos indígenas, um cientista, um mestre em Reiki. Estes encontros são fascinantes. Por exemplo, quando os mais velhos da Amazônia narravam suas histórias a noite, as crianças permaneciam, com seus olhos totalmente abertos, fascinados, escutando-lhe contar, até que lhes vencesse o sono, sobre o espírito da anaconda, da cascara sagrada, do colibri, da águia malvada, das lagoas sagradas, do respeito as selva, da Sinchi Sacha, da vida, da força, dos poderes...
Outra possibilidade é incorporar mecanismos que apóiem o aprendizado prático (tipo método Kilpatrick como mencionamos anteriormente), conhecendo a “vida real” e apoiando ações sociais, ambientais, musicais, plásticas, que por sua vez desenvolve sistematicamente as inteligências múltiplas das crianças.
Outra solução seria programar um sistema de produção áudio-visual, com intercambio com todos os países de mesmo idioma para a difusão de programas didáticos de alta qualidade por meio de:
-         Livros eletrônicos colocados na internet
-         videos
-         TV
-         radio
-         CDs
-         E a Internet.
Um canal próprio de educação televisado e radiofonizado poderia facilitar uma rápida difusão de material adequado e massivo, sem necessidade de um numeroso corpo docente, de infra-estruturas caras e de logística de distribuição sofisticada.
Em todo o caso, não ter dúvidas quanto a perguntar as crianças e não ter conceitos preconcebidos. Caso haja falta de professores preparados (e há) não ter dúvidas em contratar jovens Índigo para ajudar as crianças menores[4].
E finalmente, e sobretudo, é importante confiar no processo e reconhecer que para ajudar a uma criança o adulto tem primeiro que sintonizar-se com sua harmonia interior e irradiar paz.


Marco conceitual da proposta da co-educação[5]

Conclusivamente, podemos ver perfilar-se as seguintes linhas de uma co-educação mais prática e humana que descrevemos brevemente a seguir. Está baseada em três eixos principais.

1.   Principios da co-educação:
- Principio de complementaridade e alternativas práticas: a co-educação está especialmente desenhada para ajudar, de forma prática, aos docentes e pais de família a partir da realidade vivida em suas salas de aula e em casa, e pensada diretamente em função das novas características, necessidades, talentos e diversidade da geração entrante. Deveria contemplar a opção de estudar a semi-distancia se assim o necessitam as famílias, e/ou em pequenos grupos com a ajuda dos pais.
-         Princípio da inclusão e da interculturalidade: a co-educação é para todos, e inclusive a todas as crianças que sejam consideradas incapacitadas, superdotadas, talentosas, lentas, rápidas, e a todos os co-atores da educação e do cotidiano; quer dizer, docentes, irmãos, pais, avós, os meios de comunicação, com os mais altos princípios humanos de tolerância e diálogo.
-         Princípio de desenvolvimento da inteligência versus memorização: a co-educação implica uma série de ferramentas totalmente práticas das quais, a super-aprendizagem. Inteligências múltiplas, etc.
-         Princípio de valores e ética: enfatizam os valores reais do ser humano como a ética, a cooperação e o desenvolvimento espiritual.
-         Princípio da bio-educação: toma conta da parte lúdica das atividades e do prazer que deve produzir o processo de aprender; se ocupa da parte emocional do aluno, seu bio-ritmo e seu desenvolvimento integral, tanto em seu aspecto físico, mental, sócio-cultural, psíquico, emocional e espiritual assim como se toma conta dos métodos ancestrais de educação dos povos indígenas, Yachac Huasi.


2.   A co-educação é uma instrumentalização dos quatro pilares[6].
-         Aprender a conhecer, onde prevalecem as técnicas de desenvolvimento da inteligência e da curiosidade.
-         Aprender a fazer, onde prevalece a “concretização” das múltiplas formas de inteligências e de aprendizagem, a noção de trabalho e “projeto”, a noção de “utilidade” e da aplicabilidade dos conhecimentos, da ética e da estética.
-         Aprender a viver juntos, onde prevalece a cooperação, a noção de serviço, o trabalho em equipe, a co-construção do mundo de amanha, sobre os princípios da paz (ver o exemplo da educação da paz da UNIPAZ, Brasil).
-         Aprender a ser, onde prevalecem as qualidades e o desenvolvimento do ser.

3.   A co-educação e sua “caixa de ferramentas”.
Finalmente, a co-educação provê ao docente e aos pais uma série de ferramentas práticas e sistematizadas, baseada em recursos locais e em sentido comum, onde se estimulará entre outras coisas[7]:
-         As várias ferramentas das inteligências múltiplas
-         A estimulação do hemisfério cerebral direito
-         A otimização dos recursos do meio ambiente
-         Os valores e a ética
-         A arte, como processo e fim
-         A atividade física
-         A investigação própria (ao vivo, internet, etc…)
-         A tradição local, a aprendizagem de outros idiomas, incluindo os idiomas regionais indígenas
-         As explorações de campo, utilizando a infinidade de conhecimentos e recursos – ecológicos, culturais e sociais- que apresenta a biodiversidade e a pluriculturalidade da América Latina em geral.

Fonte: Consciência Índigo: Futuro Presente

Tradução: sandraferris@globo.com



[1] Mamãe, por que na escola não estudamos coisas maravilhosas, coisas interessantes?
-Como o quê, querida?
-Como o Egito, Atlantis, Um, Reiki, a Ilha de Páscoa, as Plêiades, como ajudar as crianças de rua, como produzir energia limpa com água e cristais...
[2] Ver o artigo sobre o tema na revista Amérika Índigo, #1, outubro 2003, pelo Ing. Enrique Hernandez, WWW.indi-go.org

[3] Segundo as estadísticas do Equador, o país tem registrado um alto índice de deserção escolar: 7% para crianças, 28% para adolescentes (SISE,ECV,1999).
[4] Quantas vezes temos visto os irmãos maiores ensinar a seus irmãos menores. São grandes pedagogos como se divertem! O fazem por pura brincadeira.
[5] A co-edu-criação.
[6] Os quatro pilares da educação, descritos no capitulo 4 do livro de Jaques Delors, UNESCO, Paris, Aprender: O Tesouro Interior, constituem a base de todo o informe da Educação da UNESCO, 2002. estes quatro pilares do saber não podem ancorar-se somente numa estapa da vida de uma pessoa, nem em um só lugar. É preciso repensar quando se deve promver a educação na vida das pessoas, e que campos deve cubrir esta educação. Os períodos e campos devem complementar-se e estar interrelacionados de tal maneira que todas as pessoas possam obter o máximo de seu próprio meio educacional específico durante toda sua vida.

[7] A “caixa” da Fundação INDI-GO até o momento tem 250 ferramentas práticas (2003) que desejamos publicar no proximo livro da Coleção KAYA.

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