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terça-feira, 2 de agosto de 2011

O ÍNDIGO E O ADD/ADHD

María Dolores Paoli

A cada dia aumenta o numero de crianças diagnosticadas com Déficit de Atenção (ADD) e Hiperatividade (ADHD) chegando a proporções quase epidêmicas. Parece ter-se convertido em moda. Não há dúvida que há casos que reúnem as características neurofisiológicas para dito diagnóstico. No entanto, por que em determinados métodos de educação, como é o caso do Método Waldorf, há uma substancial diminuição da incidência deste diagnóstico? Será que este método baseado no respeito da individualidade, na Integração do indivíduo com o meio, está mais centrado na essência do ser humano que no acumulo de conhecimentos sobre a família, a sociedade, as nações, o mundo que oferece nosso sistema educativo tradicional e por isso tem outro resultado?
Tem-se forjado toda uma sub-cultura ao redor deste diagnóstico, deixando somente os tratamentos aceitáveis para a comunidade científica: o medicamento e a modificação de conduta, chegando a substituir o diálogo em casa pela pergunta, “você tomou o seu remédio?”
Com esta abordagem tratamos de simplificar os problemas da vida e outorgamos à química o poder de solucionar tudo, colocamos o foco dentro da criança, não fora, contraindo-nos ante a presença da situação “problemática” em nosso entorno familiar, porem nós não calçamos “seus sapatos”, não nos inteiramos de como se sentem, o que está fornecendo esta situação, em como podemos abordá-la de uma forma mais integral para saber a questão para a qual estamos sendo alertados.
Uma criança pode ter inconvenientes em colocar e sustentar a atenção, refletindo-se no seu comportamento por muitas outras razões que uma desordem de Déficit de Atenção. Pode ser que as atividades escolares lhe pareçam aborrecidas porque são monótonas, repetitivas, impositivas, não deixando espaço para a novidade. Ou talvez sua forma de aprender não se encaixe a do colégio ou porque, nesse momento, sua família está passando por uma crise econômica, emocional, ou porque é alérgico a leite ou hipersensível a determinados alimentos que contenham corantes, sabor artificial, açúcar, ou porque seu nível de consciência está mais expandido que o deles e percebe a realidade do ponto de vista mais holístico, menos fracionado. Portanto, há milhares de crianças em que a sua individualidade esta sendo reduzida a um diagnóstico de desordem, controladas por uma droga, etiquetadas como “crianças problema” porque não se adaptam as normas escolares vigentes, nem a disciplina autoritária de certos pais.
A criança Índigo é muito frequentemente, dentro do meio escolar, diagnosticada como uma criança com ADD/ADHD (Deficit de Atenção e Hiperatividade). Este diagnóstico compreende as características de hiperatividade, impulsividade e falta de atenção. Do ponto de vista da freqüência Índigo em vez de impulsividade se apresenta uma criança dinâmica, energética; em vez de impulsividade se valoriza a criatividade e espontaneidade; o rótulo de falta de atenção se considera como uma intenção de diminuir sua individualidade, pois o Índigo tem sim a capacidade de concentrar e sustentar  a atenção, mas somente naquilo que é de seu interesse e como sua capacidade cognitiva geralmente pontua acima da norma, (com freqüência, manifestada em coeficientes intelectuais  que estão acima  de 120) se chateia com facilidade, se aborrece com o que é repetitivo se não tem estímulo, com a monotonia de um só tema, pois sua percepção multidimensional o capacita para captar, processar, interiorizar, informação de diferentes fontes ao mesmo tempo e responde melhor em ambientes onde possa participar em projetos ou em lugares onde possa manejar múltiplas informações, por exemplo, pode fazer o dever, ouvir música e ver televisão simultaneamente.
O elemento novidade e criatividade é seu aliado para prestar atenção, não a rotina, a monotonia, pois parte de seu cérebro é ativado pelo novo estímulo. Se lhe permitimos ambientes que tenham centros de atividade, onde possam tocar, montar, desenhar coisas, colecionar, entrevistar pessoas, atuar e vivenciar as variedades, encontraremos crianças que não mostraram diferenças diminuídas em relação a crianças “normais”, mas que em vez disso as superarão. A questão está no ambiente e na abordagem do entorno, não na criança.
A hiperatividade da criança Índigo é, muitas vezes, devida a uma sobrecarga energética que é precisa ser liberada movendo-se, por isso estas crianças aprendem fácil e rapidamente em movimento, por exemplo, em casa, aprendem dançando, repassando lições  montadas em bicicletas ergométricas, lendo em cadeiras de balanço. Na aula, é sugerido ensinar com movimento, por exemplo, sentando-se sobre as vogais e parando em consoantes.
Este aspecto é totalmente o oposto ao tradicional acadêmico, onde se exige ficar quieto para ouvir a aula, onde a fonte de informação é primordialmente o professor, onde há uma sequência cronológica para fazer as coisas (mente linear), quando eles precisam de multiplicidade; quer dizer, estímulo tátil, auditivo e visual simultaneamente, com o sentido do tato como predominante dos três, pois ao ser o órgão maior do nosso corpo é através do qual eles descarregam maior condensação de energia e pela qual captam como antenas táteis, daí sua hipersensibilidade espacial e sua necessidade de movimento.
Sua impulsividade muitas vezes é produto da capacidade que tem de captar a informação que se articula como a que se pensa simultaneamente e intervêm atropeladamente, custando-lhes muito esperar seu entorno para falar, pois já perceberam o conteúdo energético e somente lhes falta reafirmá-lo articulando-o.
Estas crianças têm uma forma diferente de pensar, de processar a informação, de ter atenção, de comportar, mas em sua essência estão intactos, completos, saudáveis e mais desenvolvidos em sua capacidade, pelo que não são crianças que sofrem de desordens médicas. As crianças Índigo rotuladas com ADD/ADHD tem problemas para se encaixar no sistema tradicional de educação e por isso os medicam para adaptá-los. Mas essa não é sua missão. Não é adaptar-se ao sistema educativo vigente, mas sim mudá-lo. Eles nos alertam de que nosso sistema de educação não oferece as condições necessárias a uma verdadeira educação que demandamos, preparando-nos para operar em uma oitava superior de consciência, em outra dimensão.
 Poderíamos fazer semelhante aos canários que mantinham dentro das minas. Quando o nível de oxigênio baixava, os canários caiam mortos em suas jaulas, alertando os mineiros do perigo. É possível que estas crianças que estão sendo diagnosticadas massivamente com ADD/ADHD, rotuladas como crianças problemas, sejam os “canários dos mineiros” em nosso tempo, que estão nos alertando para que transformemos nossas aulas, nosso sistema educativo em um ambiente dinâmico, inovador, excitante, participativo.
O que verdadeiramente estas crianças precisam é de adultos a seu redor que os faça lembrar seu poder, não que os minimize; os respeitem, não  os rotulem; não os diminuam e lhes ensinem estratégias que validem sua contribuição, para solucionar problemas de múltiplas formas, mas que essas estratégias possam ser conectadas de seu coração, de acordo com o seu modo de percepção. Recordemos que a verdadeira educação não é acumulação de conhecimentos, mas a sabedoria aplicada. O conhecimento com o tempo se perde, mas a sabedoria nunca se esquece. Permitamos que estas crianças nos forneçam sua sabedoria!

Fonte: Crianças Índigo: Futuro Presente
Traduzido e revisado por sandraferris@globo.com

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