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sábado, 4 de maio de 2013

Como desenvolvemos a autoconsciência





Viver é um dom divino e maravilhoso. Temos experiências que sempre nos permitem crescer e evoluir como seres humanos.

Para que possamos nos desenvolver como seres humanos e, por conseguinte, colaborar na evolução de nossa própria espécie, precisamos, primeiramente, nos desenvolver a nós próprios, como indivíduos.

O nosso desenvolvimento como indivíduos passa pela consciência de quem somos nós, enquanto pessoa, ou seja, desenvolver o
 autoconhecimento. 
Para que eu possa distinguir quem sou eu, preciso me enveredar na trilha do
 questionamento e descobrir porque faço determinadas escolhas.
Quais são minhas necessidades físicas?
 
Do que eu gosto?
 
Gosto mais do doce ou do salgado?
 
Gosto mais do calor ou do frio?
 
Quais são minhas necessidades emocionais?
 
O que é o amor para mim?
 
Como entendo que o que sinto é amor?
 
Como decodifico atitudes do outro que faz com que eu me sinta amado?
Essas são as nossas necessidades básicas enquanto seres humanos. Portanto, este é o primeiro passo para o autoconhecimento como indivíduos.

Precisamos nos colocar numa atitude
 como se fossemos crianças novamente, pois somente a criança pergunta com muita simplicidade os por quês da vida.

Lembra-se quando você era criança e para tudo você perguntava Por quê?, até que algum adulto impaciente respondia Porque sim. ou Porque não, e mandava você parar de perguntar? Aí, você tinha que reprimir sua curiosidade natural de querer saber como que a vida funcionava e porquê funcionava daquela forma que se lhe apresentava. Acho que você nem se lembra mais disso. Já faz tanto tempo!

Entende porque devemos resgatar nossa criança interior?
 
Devemos nos voltar para nós mesmos, desreprimir nossa criança interior. Dar vazão à nossa curiosidade natural. Não ter vergonha de dizer não sei, pois afinal, não nascemos sabendo mesmo!

Como seres humanos estamos em constante aprendizado, somo eternos aprendizes –
 a começar por nós mesmos. Precisamos aprender quem somos e como funcionamos, bem como a vida, a sociedade, as pessoas à nossa volta... tudo!
E, conforme vamos passando pelo que chamamos de processo de auto conhecimento, vamos montando como que um quebra-cabeça ou uma colcha de retalhos, um 'path work', que somos nós mesmos.

O mais surpreendente deste processo é que não temos um projeto – a não ser ser nós mesmos! – para saber como este Eu será construído. Não temos a figura de modelo para saber como ficará depois de pronta, apesar de tentar usar algumas pessoas que entendemos como autoridades para seguir com modelo – como o pai, a mãe, o irmão ou irmã mais velha – mas nem sempre funciona.
Neste processo vamos nos construindo... encaixa aqui... encaixa ali uma peça...
 
Eis a grande aventura deste processo: Todas as peças estão dentro da gente, mas não estão na composição e conformação que nossa consciência imagina. Por isso sempre ficamos surpresos – agradavelmente ou não – com o que vamos descobrindo de nós mesmos.

Jung nos diz que trazemos tudo dentro de nós. Toda a história da humanidade está armazenada no nosso inconsciente. Toda a nossa história de vida está lá registrada, como um grande computador. Basta disposição e interesse em acessar tais dados.

Para Jung a história da humanidade estaria arquivada no Inconsciente Coletivo. Uma parte de difícil acesso consciente, pois se localiza na parte mais profunda do nosso inconsciente.
Já nosso Inconsciente Pessoal, onde estão contidos todos os fatos vividos por nós, já é um pouco mais fácil acessá-lo, mas também precisa de interesse e dedicação porque lá, no nosso inconsciente, os dados não ficam arquivados dentro de uma ordem lógica e cronológica que conhecemos.

No nosso consciente tudo tem começo, meio e fim. Precisamos que seja assim para que possamos nos entender, não só conosco mesmo como também com os outros. Assim simplifica a vida de todo mundo, pois todos sabem, por exemplo, que Janeiro é depois do Natal e que vem antes de Fevereiro, e que neste último mês, normalmente, acontece o Carnaval aqui no Brasil. Então, quando eu falo que viajei em Janeiro, para alguém já está subentendido que este fato que estou relatando foi depois do Natal e antes do Carnaval. Viu como simplificamos a comunicação com o outro?!

No nosso inconsciente, a lógica é outra e exige outro tipo de raciocínio. E isso normalmente dá trabalho. O exemplo que dou: quando nos dispomos a aprender inglês, ou qualquer outra língua estrangeira, no começo costumamos ter certa dificuldade em aprender a língua, mas quando pegamos o raciocínio da língua começamos a entender e aí podemos aprendê-la. É quase mágico!
Já experimentou esta magia?
O segredo é parar de querer entender a lógica da língua estrangeira pela lógica da nossa língua portuguesa.
O mesmo acontece quando vamos nos relacionar com o nosso inconsciente. Não dá para querer entender sua lógica através da lógica da consciência. Da mesma forma que a consciência tem seus códigos para promover um senso de coerência na vida das pessoas, o inconsciente também tem seus próprios códigos. Quando nos despimos dos nossos pré-conceitos racionais – ditados pela consciência – para querer entender tais códigos, estabelecemos uma relação muito harmoniosa com ele.

Para Jung, o inconsciente sempre procura comunicar-se com nossa consciência seja através de sonhos ou de fantasias. O que precisamos é aprender a decodificá-los.
Num relaxamento, na meditação, na auto-observação ou na psicoterapia conseguimos estabelecer contato com nosso inconsciente.

Esta é a grande viagem (entrar contato com o inconsciente), que nos proporciona o autoconhecimento! E, para o desenvolvimento da autoconsciência são necessárias no mínimo três qualidades: o interesse, a vontade e a disciplina.
Estabelecer contato com nosso inconsciente é, então, uma grande aventura. A aventura de conhecer, em nós, qualidades escondidas de nós mesmos, podendo, assim, nos transformar em pessoas mais plenas de recursos aplicáveis em nossa vida, tornando-nos mais satisfeitos conosco mesmos e mais felizes com a nossa própria vida.

Que tal nos aventurar nessa viagem fascinante?




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