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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Indigo: Nem Perfeitos, Nem Herois


Ingrid Cañete promove palestras sobre o assunto em todo o país


Crianças devem ser estimuladas e preparadas para que possam desenvolver habilidades 

Johnatan Castro

Em seu consultório em Porto Alegre (RS), a psicóloga Ingrid Cañete recebe pais e crianças índigo em busca de orientação. “Muitos pais procuram o consultório falando que o filho é teimoso. Na verdade, eles trazem um saber muito grande e o que eles não suportam é a energia do controle. E mesmo que eles não digam, se sentem inseguros”, explica a especialista, que se dedica ao assunto há cerca de 12 anos.

Assim, todos os especialistas convergem na opinião de que a educação, a preparação e o acompanhamento das crianças índigo são fundamentais para o desenvolvimento desses seres. Mais do que entendê-los, como afirma a psicóloga Valdeniza Siri, é preciso saber que sua identificação perante a sociedade deve ser feita de maneira cuidadosa, sem rotulação ou exposição, respeitando suas qualidades e defeitos. “O índigo tem sido apresentado ao grande público sem alardes e sem misticismo, o que é correto, porque eles estão aqui para provocar mudanças, mas não são perfeitos nem heróis”, diz.

Falta de educação adequada, desequilíbrio familiar e contaminação pelo ambiente social são alguns dos motivos que, segundo os especialistas, além de interromperem a missão, podem trazer graves conse-quências. “O papel dos pais é fundamental na educação e preparação das crianças índigo porque, devido a sua natureza, eles vêm resgatar a responsabilidade da família na educação”, afirma Valdeniza.

Um dos principais equívocos na hora da identificação dos índigos ainda envolve psicólogos e psiquiatras. Em função de seu comportamento “diferenciado”, quando muitas vezes a criança só se interessa por algumas atividades e assuntos específicos, os índigos são diagnosticados como portadores do Transtorno do Déficit de Atenção (TDA) e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

A maior consequência disso é uma grande quantidade de crianças medicadas com metilfenidato, a Ritalina, psicoestimulante tarja preta cujo Brasil é o segundo maior consumidor do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. “Isso ocorre com frequência porque a sociedade tem a tendência a enquadrar tudo o que é novo no modelo que já existe. Os índigos são superativos e, não, hiperativos”, descreve Valdeniza.

Mas é importante lembrar que nem toda criança que apresenta déficit de atenção e hiperatividade é índigo e, da mesma forma, nem todo í ndigo sofre de tais processos. 

Cuidado

Para o terapeuta holístico José Carlos Palermo, as habilidades dos seres índigos carregam uma potencialidade que deve ser tratada com muito cuidado. “Os índigos não têm limites, e isso pode tender tanto para o bem quanto para mal. A melhor maneira de lidar com isso é havendo entendimento. Eles não aceitam voz de comando, mas aceitam negociação. Se, por exemplo, eles estão num lar com pessoas espiritualizadas, que lhes dão o que necessitam, serão mais estáveis”, diz.

Ingrid Cañete relata em seu livro diversos encontros e experiências com os seres índigos e sugere que eles estão em toda parte. Ela conta que essas crianças sofrem quando percebem que o meio em que vive e as pessoas com quem convivem não correspondem a suas expectativas e a sua missão. “Elas acham que os pais não confiam nelas, não as respeitam. E se alguns pais partem para agressão, talvez elas queiram se defender. Eles têm uma reação muito forte, que assusta alguns adultos. Mas porque elas não reconhecem o medo”, explica.

O modelo educacional também surge como entrave para o aprimoramento dos dons índigos. “Muitas delas preferem fazer prova oral, querem maior movimentação na sala de aula e preferem aulas mais dinâmicas e criativas. Quando falamos com professores sobre os índigos, eles conseguem imediatamente identificá-los entre seus alunos”, diz Valdeniza.

Sem dogmas religiosos

Apesar de algumas das habilidades das crianças índigo se apresentarem de forma direta, os pais podem encontrar manifestações bastante subjetivas no comportamento desses seres. Desde a intuição aguçada ao olhar profundo, como descrevem os autores, passando pela consciência de sua missão e a relação com a natureza e os animais, vários são os detalhes que podem intrigar. Para a psicóloga Ingrid Cañete, é nesse momento que a informação torna-se mais necessária.

Dons como os da personagem Clara em “Amor, Eterno Amor” também são amplamente defendidos pelos estudiosos. Esses seres ainda teriam um sistema imunológico fortalecido, com defesas para doenças como câncer. “Essas manifestações são possíveis em qualquer ser humano, porque todos nós temos percepção extra-sensorial, mediunidade. O fato é que essas aptidões naturais ficaram delegadas à religião e por isso são vistas com reservas. Os índigos estão nos mostrando que, quer aceitemos ou não, somos espíritos em evolução. Fazemos parte de uma realidade que vai muito além da realidade física, material”, afirma a psicóloga Valdeniza Siri.
 
Para a presidente da Associação Brasileira de Psicólogos Espiritualistas (Abrape), Ercília Zilli, as crianças índigo não se encaixam em nenhum dogma religioso. “Elas não pertencem necessariamente a uma religião ou raça, mas parecem refletir um estado de consciência importante e são crianças extremamente sensíveis, diferentes, naturalmente bondosas, desde que compreendidas e incentivadas nos seus talentos, que muitas vezes não são valorizados pela nossa sociedade”, conclui.




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