Atriz Klara Castanho vive criança índigo
em Amor, Eterno Amor
Estudiosos acreditam que uma geração
de crianças especiais e sensíveis povoa o planeta
Johnatan Castro
Clara tem
apenas 11 anos. E, apesar da pouca idade, profere palavras firmes e sábias para
aconselhar e acalmar a amiga, uma senhora já doente que sofre por ter um filho
desaparecido. Além de garantir a volta do jovem ausente, Clara ainda é capaz de
prever, por meio de visões, importantes acontecimentos, como a morte da amiga
que, aliás, só aconteceu após as profecias se cumprirem.
A descrição
acima pertence à personagem vivida pela atriz mirim Klara Castanho na novela
“Amor, Eterno Amor”, exibida no horário das 18h pela Rede Globo. Clara é uma
criança índigo e, apesar de seus dons parecerem irreais aos olhos da maioria do
público, desde o final dos anos 1970 já existem pesquisadores, espiritualistas,
esotéricos e cientistas que se dedicam a estudá-los.
Para esses
especialistas, Clara representa uma geração de seres índigo, crianças dotadas
de características psicológicas, comportamentais e físicas diferenciadas que
começaram a nascer em maior número a partir dos anos 1980. Em um mundo cada vez
mais globalizado e moderno, talvez não seja difícil encontrar quem já tenha
observado comportamentos inusitados em algumas crianças e, até mesmo, se
assustado com atitudes tomadas por elas. Frases como “essas crianças de hoje em
dia” se tornaram bordões comuns para justificar a “esperteza” desses pequenos.
Como a
psicóloga e escritora gaúcha Ingrid Cañete descreve em seu livro, “Crianças
Índigo, a Evolução do Ser Humano” (Ed. Novo Século), os índigos são especiais
exatamente “porque vêm providos de capacidades físicas, mentais e espirituais
que nós, em geral, não possuímos ou não desenvolvemos”. Por isso, essas
crianças “vêm com a missão de provocar e de impulsionar mudanças e a revisão de
crenças e de valores na humanidade”.
Mas, afinal,
que habilidades possui um índigo? Segundo os estudiosos do assunto, para
começar, são crianças extremamente sensíveis. Com um grau de criatividade e
maturidade acima da média, elas demonstram precocidade em várias fases da vida,
além de uma grande facilidade para aprender. Muitas vezes, por apresentarem
maneiras mais eficazes de fazer as coisas tanto na escola como em casa, são
tidas como desobedientes e revoltadas.
Características
Figuram
entre as características principais desses seres (também existem jovens e
adultos índigo) a autoestima elevada, a facilidade para expressar suas
necessidades, problemas com o autoritarismo e o frequente questionamento do
mundo e do que está a sua volta. “Eles são altamente intuitivos, são fraternos
e espantam-se porque a maioria das pessoas não é assim. Muitos deles têm a
sensação de que nunca viveram na Terra, são extremamente justos e, mesmo quando
crianças, exigem respeito. Aprendem rápido e depois se entediam nas aulas.
Aceitam ordens só se as consideram razoáveis”, explica em entrevista ao Pampulha
a psicóloga Valdeniza Siri, que pesquisa os seres índigo há sete anos.
A primeira
pessoa a identificar e a escrever sobre as crianças índigo foi a psicóloga
norte-americana Nancy Ann Tappe. No livro “Entendendo Sua Vida Através da Cor”
(1980), ela descreveu os humanos com auras de cor azul índigo. Veio daí a
denominação adotada em todo o mundo. Foi o trabalho de Nancy, que é professora
na Universidade de San Diego, nos EUA, parapsicóloga, teóloga, filósofa e
sensitiva, que serviu de base para o livro publicado pelos também
norte-americanos Lee Carroll e Jan Tober. Em “A Criança Índigo – O Novo já
Chegou” (1999), os escritores abriram espaço para discutir e entender essas
crianças de consciência expandida e naturalmente democráticas e solidárias. “A
principal missão dos índigos é quebrar barreiras. Elas são chamadas de
‘rompedoras’. São preparadas para suportar todas as resistências e romper
outros paradigmas. Tudo que pertence à era antiga, elas vieram questionar”, diz
Ingrid Cañete, explicando que a vinda dos índigos a partir dos anos 1980 se
justifica pela transição energética vivida pelo planeta nesse período.
Já Valdeniza
esclarece que os períodos de maior turbulência serviram de preparação. “Tudo o
que a humanidade vivenciou em guerras e transformações tiveram como objetivo
tornar a vinda dos índigos mais fácil, pois a humanidade estaria mais
sensibilizada para receber e compreender indivíduos que exercitam mais respeito
pelo próximo e a justiça”, afirma.
Divididos em
quatro tipos (conceitual, humanista, interdimensional e artista), as crianças
índigo devem ser identificadas pelas suas características. Para isso, a
observação do seu padrão comportamental e o conhecimento sobre o assunto é
fundamental. “Existem algumas distorções e equívocos quando se referem a
características. Eles têm noção da sua dignidade, da sua ‘realeza’. Eles trazem
realmente um saber. Mas muitos os descrevem como teimosos, arrogantes e também
são descritos como ambiciosos. Eles até podem se tornar, mas a característica não
é arrogância ou teimosia, mas sim uma noção de que o que estão fazendo é
correto”, acrescenta Ingrid.
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