
Total de visualizações de página
terça-feira, 30 de junho de 2009
Educando os Educadores - Parte 3

Neste número, eu gostaria de falar um pouco sobre criar um autêntico ambiente de aprendizagem – um lugar onde as linhas divisórias entre “estudante” e “professor”, por vezes não sejam muito claras. Temos ouvido como são elogiáveis aqueles que “ensinam com o exemplo”, os que se disciplinaram para predicar com o exemplo. Mas pergunto-me quantos de nós já pensaram no poder de aprender com o exemplo? Quantos educadores permitem que a (sua) própria curiosidade infantil seja o tom predominante que os inspire na sua actividade diária?
Da mesma forma que as linhas que distinguem aquele que deve representar o papel de “educador” na escola e quem se supõe que seja o “aluno” se traçam rigidamente, assim se farão distinções rígidas entre a energia do “trabalho” e a do “jogo”. Na minha opinião, este é um modelo extremadamente destrutivo, pois a pessoa leva-o consigo para a vida adulta e pode dominar toda a sua vida.
Os meus Guias Espirituais, As Reconexões, ensinaram-me que há um terceiro tipo de força de vida, caso decidamos elegê-la. Chamam-no “jolho” (plork), que é a junção de jogo e do trabalho (play + work). Oferece um contacto directo com a Criança Mágica, através da acção expontânea e da Consciência do Momento do Agora – e cria um canal para que essa energia regresse ao Plano Terrenal através do exame retrospectivo, uma vez que passou uma “onda” de oportunidade.
A nossa criança mágica
Muitas pessoas têm escrito sobre o Aspecto da Criança Mágica na personalidade e conduta humana. Alguns conectam-no com a fantasia e o assombro, para poder chamá-lo “Peter Pan” ou “Wendy”. Outros, simplesmente consideram-no o equivalente da espontaneidade, a diversão ou a descontracção. Têm uma experiência, ou vêem uma obra de teatro, e exclamam: “Semti-me como uma criança outra vez!” E pelo olhar, em seu rosto, realmente acreditam que este resultado foi magia.
Para os nossos propósitos, aqui, eu simplesmente gostaria de sugerir que uma pessoa sabe que se conectou com a sua Criança Mágica quando “se excita”, física ou emocionalmente. Quando digo isso, compreendo que o uso dessa expressão (em inglês turn on também significa excitar-se) pode fazer com que vos venha a mente conotações sexuais que os educadores justamente deveriam evitar. Mas, Podem? O assunto da sexualidade não está na cabeça, diáriamente, em cada pátio de jogos ou em cada aula de todo o país?
Os corpos físicos foram criados para serem “excitados”. Sentem-se bem quando o são. Nosso foco de atenção restringe-se, a sensibilidade nervosa torna-se mais aguda, o sangue concentra-se nas zonas do corpo que mais necessita para entrar
O termo “mágico” é importante aqui, na nossa discussão também. O que significa para mim é: “Não sei como aconteceu”. Não é essa a essência da magia? Se podemos resolver, não é magia, é lógica. Na nossa sociedade, determinamos que certas pessoas desempenhem o papel de “Magos”, que é uma frase simples que diz: “Não sei como fiz isso.”
Assim temos as gémeas: Magia e Lógica. A primeira é a que nos incita e a segunda é a que nos faz sentir salvos e seguros. Para que os humanos tenham uma experiência educativa de amplo espectro, as duas “gémeas” devem fazer parte do trato.
PLANEAR OU BRINCAR?
Agora que introduzimos a possibilidade de uma actividade chamada “Jolho”, e percebemos a importância de nos conectarmos com esse Ser Mágico que vive no nosso interior, o próximo passo na nossa viagem é perguntar quanto dessa conexão necessita de ser (ou, inclusivamente, pode ser) planejada, para que a vida continue a ser agradável e plena de sentido.
Aqueles que há tempos vêm lendo os meus artigos podem ter notado o quanto gosto das Claves de Allie, essa “Menina das Estrelas” de ficção que é o personagem central da mini-série Taken de Steven Spielberg. Allie tem uns dez anos na história e, constantemente está emitindo a sua própria e adorável forma de sabedoria pessoal que reflecte, formosamente o que significa ser um meta-humano, que tenta funcionar em um mundo muito humano. Para ver a lista destas citações, em inglês, o leitor pode examinar um sítio fantástico na Internet que as compilou. http://spielbergfilms.com/takenquotes.html
SE QUEREMOS EVITAR A MEDIOCRIDADE
Em dado momento, Allie fala com o seu pai, que a felicita pelo seu jogo de futebol americano e a indaga a respeito de como ela parece controlar o jogo ao seu redor mediante a projecção consciente do pensamento. Allie é uma goleadora e sempre parece derrubar aos seus adversários. Ela lhe diz: “Engano-me a mim própria, vês? Digo-me que vou para a direita, então outro jogador se interpõe no meu caminho. Acredito e concentro-me nisso com todo o coração. Como eu acredito, ele acredita também. Então, de repente, vou para a esquerda. Esta atitude apanha-o totalmente de surpresa e assim posso derrubá-lo.”
Podemos ter um plano – de facto, devemos tê-lo! Caso contrário, a nossa ansiedade ou forças de entropía poderão corroer-nos. Se não programamos nada, sempre terminamos acertando.
SE UM EDUCADOR DEIXOU DE APRENDER -EXACTAMENTE AGORA, NESTE MOMENTO - ENTÃO TAMBÉM DEIXÓU DE ENSIÑAR…!
O primeiro passo para criar um autêntico ambiente de aprendizagem, é apenas este: Ser autênticoSe passamos o tempo a planejar e a pré organizar o que se irá fazer no “jolho” – a execução de estes planos tende a ser mecânica e aborrecida. Se os vossos “jolhos” não vos motivam FAÇAM ALGUMA COISA. Eu Adorava meu professor de Economia do 9º ano. Ele gostava muito da Áustria e já havia ido por lá várias vezes. Mais de uma vez, quando chegávamos ao fim da aula, ele, repentinamente fechava o seu livro de economia e nos dizia: “Cansei-me de falar disso. Falemos da Áustria.”
O simples exercício desta opção, na minha jovem mente, era algo prodigioso. Nunca esqueci. Num destes pequenos “desvios”, o Sr. Dunphy ensinou-me a dizer “obrigado”
Bom, e aqui estamos, dançando com as Crianças das Estrelas e ensinando “Educação Sexual” nas aulas! No entanto, em lugar de estudar anatomia técnica, estamos invocando e utilizando forças poderosas que subjazem sob aquilo que pensamos ser “o acto sexual”. Estamos atiçando as chamas da curiosidade, criando lugar para a experimentação expontânea e nos atrevendo a arriscar um pouco de desconcerto que possa ocorrer enquanto as pessoas se encontram absortas no entusiasmo do momento. O sexo é mais que anatomia! É um estado mental! E é atemporal.
Se um educador deixou de aprender – exactamente agora, neste momento - então também deixou de ensinar. Estas duas energias vão juntas. Quando uma está em acção, deve-se permitir que venha a outra. Se isso não acontece, damos outro rumo a uma nobre profissão distanciando-a de ser potenciadora do poder juvenil para convertê-la numa glorificada cuidadora de crianças.
© Daniel Jacob, 2004
Assinar:
Postagens (Atom)